CPV: Finalmente no rumo certo? – Falta de união parece ser o problema (parte 3)

Por a 19 Agosto 2022 14:45

Falta de união parece ser o problema

Por Fábio Mendes e Pedro André Mendes

Parte 1, aqui e parte 2, aqui.

Um problema que parece ser recorrente no nosso país e em especial no mundo da velocidade é a falta de união. Se olharmos um pouco para o lado, vemos que os ralis encontraram uma forma de capitalizar o seu impacto mediático. Não há dúvidas que os ralis são “a” modalidade em Portugal, mas isso requereu um esforço conjunto que agora dá frutos. Também no CPM vimos que a conjugação de esforços resultou num campeonato apelativo para pilotos e fãs. Na velocidade essa falta de união poderá ter sido também a responsável pelos sucessivos fracassos das regulamentações apresentadas e pela falta de rumo. Quando se falou da palavra união, o discurso foi novamente semelhante nos vários interlocutores.

Salvador apontou mesmo a necessidade de união para que a velocidade avance:

“Acho que a velocidade se deveria unir, mas não sei se há essa vontade. A Speedy está desde 2015 e já assistimos a vários campeonatos nacionais de velocidade. Como equipa, aceito investimento em viaturas e competições a partir do momento em que me sinto tranquilo que os regulamentos vão ter longevidade. Olhando para o que acontece desde que existimos, não me sinto confortável em investir 200 mil euros num GT4 sem saber quanto tempo teremos as competições. Temos de definir que queremos os GT4 como a categoria máxima da velocidade. Entendo que haja outras categorias como os GT CUP os GTC, depois temos a categorização dos pilotos e os BoP. Já manifestei ao Diogo Ferrão que não concordava, pois as pessoas gostam de regras bem definidas, coisas claras e fáceis de entender, sem calculadora para entender o tamanho do restritor, ou quantos pneus pode usar. Deve ser simples e fácil de entender. Não sinto confiança em investir no GT4, para depois aparecer um GT CUP e temos de ir para a balança para que ele fique mais lento. Não é por aí o caminho. E apesar de ser o caminho mais fácil para termos grelhas a curto prazo, não me parece ser o caminho certo a médio longo prazo. E, ao abrir as grelhas a tudo e a todos, não respeitamos quem investiu na categoria que é considerada a principal. As pessoas têm de saber com o que contam. Custa, exige sacrifício, esforço, investimento e até algum prejuízo inicial. Mas é assim que começa qualquer empresa.”

Nuno Batista referiu exatamente esse problema:

“Acho que há falta de união. É um desporto com muitos interesses à sua volta e isso é algo que tem impedido a união, até uma aliança ibérica e neste caso falo concretamente dos pneus. Se houvesse uma união entre todos nesta questão dos pneus, poderíamos fazer uma união com o CER. Conheço bem o CER e fui campeão em 2018 e fazia todo o sentido um campeonato de seis provas, três cá três lá. Mas fazer algo que o Diogo [Ferrão] está a fazer agora com um troféu ibérico mais duas corridas para cada campeonato nacional. Quem quisesse fazia tudo, quem quisesse fazia só uma competição. Mas íamos ter grelhas muito boas e podíamos levar patrocinadores às provas sem passar vergonhas.”

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