Race Ready reage a acusações da ANPAC, Motor Sponsor e P21 Motorsport

Por a 4 Março 2022 13:46

Depois da ANPAC, Motor Sponsor e P21 Motorsport terem vindo a público revelar que tiveram de antecipar a data da primeira sua primeira prova, alegando que a data inicial ter sido ocupada pelo Campeonato de Portugal de Velocidade, agora foi a vez da Race Ready, de Diogo Ferrão, reagir a essa comunicação, dando a sua perspetiva das coisas. Num extenso documento entitulado “não culpem os outros pelos erros próprios”, que reproduzimos na íntegra, a Race Ready ‘devolve’ as acusações:

“Ontem foi enviado um press-release emitido pela Motorsponsor / ANPAC / P21 sobre a data da sua prova do Estoril ter sido modificada. Através de absolutas “inverdades” e muitas “semi-verdades”, o comunicado tenta enganar equipas e a opinião pública, utilizando uma retórica dos pobrezinhos contra os grandes, quando na verdade o que aconteceu, foi um desconhecimento da legislação aplicável da parte desses promotores, criando expectativas junto dos pilotos, antes de terem as datas e provas confirmadas. Agora tentam encontrar causas externas para o seu problema, ao mesmo tempo que tentam difamar pessoas e organizações, referências quer em Portugal quer na Europa. Não vamos responder a todas as falsidades e mentiras, mas temos de repor o nosso bom nome.

  1. Como funcionam as marcações de provas?

· Os promotores de provas devem ter conhecimento de como funciona a regulamentação de inscrição de provas, que se encontra no artigo 3º das PGAK (Prescrições Gerais de Automobilismo e Karting) que podem ser encontradas no website da FPAK. O público em geral provavelmente não sabe como funciona a marcação de provas, mas explicamos resumidamente:

Desde há décadas e com o objectivo de evitar conflitos e datas nos mesmos fins-de-semana, a FPAK ou qualquer outra Federação Internacional Automóvel, solicita no início do ano que cada clube associado indique as datas e locais onde pretende realizar provas. Chama-se a isto fazer o “Pedido de marcação de prova”.

Assim, cada clube envia para a FPAK as suas datas preferidas, ficando a aguardar a resposta, positiva ou negativa, em função de outras provas que estejam na mesma data e que possam ter conflitos. Este é um processo importante que ajuda a evitar colisões entre as centenas de provas que cada Federação aprova anualmente e ajuda a que Pilotos, equipas e público não tenham de escolher entre prova A ou B.

O mesmo artigo 3º esclarece que tipo de provas têm prioridade e, em caso de igual importância, é a Direcção da FPAK que tem de escolher uma em função da outra.

Assim, até a data ser aprovada pela FPAK e em situações excepcionais após essa data, os promotores devem referir que os calendários são provisórios e sujeitos a modificações.

· Assim é razoavelmente normal, que cancelamentos e adiamentos devido a conflitos de datas. Para quem está no meio, sabe que em 2020 e 2021, estas alterações de datas já aconteceram, quer no Troféu C1, na GT3 Cup ou mesmo no Historic Endurance, seja no Autódromo do Estoril ou no Autódromo de Portimão. Por exemplo em http://sportmotores.com/portal/!site.go?s=332000000&p=.20055&id=56628

· Portanto a FPAK só aplicou as leis e normas em vigor que qualquer pessoa pode consultar e não foi qualquer esquema obscuro como o comunicado faz querer.

  1. Porque é escolhida a prova do Campeonato Português de Velocidade ao invés do Campeonato Português de Clássicos?

A FPAK teve um cuidado especial em tentar que o CNCC/LCC/CNCC 1300 mantivesse as datas iniciais, fazendo diversos contactos e reuniões como se pode ler no seguinte ponto, de forma a tentar que todos os Campeonatos nacionais corressem no mesmo fim-de-semana. Um princípio de acordo chegou a ser aceite num zoom mas passado uns dias, a ANPAC rejeitou juntar-se a nós. A FPAK viu-se assim obrigada a escolher entre o CPV e o CPCC

Como foi admitido, até pelo presidente da ANPAC e pelo CEO da MotorSponsor, obviamente o Campeonato Português de Velocidade deveria ser o campeonato mais importante da Velocidade em Portugal. Assim, apesar dos maus momentos dos últimos anos, a FPAK está empenhada em conjunto com os seus promotores a dar ao CPV a importância que o mesmo já teve, como o foi nos anos 80’s e mais recentemente com o PTCC.

  1. Porque não se encontrou uma solução conjunta entre todos?

Aqui o comunicado de ontem (4ª Feira) passa da omissão para puras falsidades.

O comunicado diz que “Nunca chegou qualquer tipo de resposta” à proposta de um fim-de-semana conjunto. Mais tarde o comunicado já diz que a proposta “Acabou por ser recusada pelos promotores do CPV na pessoa de Diogo Ferrão”. São absolutamente falsas e caluniosas essas afirmações. Existiram diversas trocas de telefonemas e emails entre todas as partes envolvidas, inclusive a FPAK.

Destaco aqui a reunião Zoom de dia 10 Janeiro convocada pela FPAK para tentar chegar a uma solução conjunta. Estiveram presentes todos os membros da Direcção da ANPAC assim como os promotores do CPV e vários membros da FPAK para encontrar uma solução. Neste Zoom todos os pontos acima foram explicados. Portanto, os promotores tinham perfeita noção que caso não chegassem a acordo teriam de mudar de data pelas regras da FPAK.

No seguimento desta reunião foi enviado um email no dia 17/01, com 2 propostas e inclusive 2 horários provisórios:

Uma proposta na sequência da “festa” que pediam os citados promotores em Dezembro, obrigando a abrir um terceiro dia de evento com respetivos custos adicionais e vários problemas logísticos que obrigavam a cancelar vários eventos já previstos e seria mais caro para todos.

Foi também enviada uma segunda proposta, onde se mantinha um fim-de-semana de 2 dias e os Campeonatos de Clássicos mantinham a mesma data, a um preço inferior ao preço que a ANPAC tinha pago nos anos de 2021/2020 e 2019 quando competiu no Estoril. Esclarecendo melhor, dado que a ANPAC não tem fins lucrativos, este preço permitia a ANPAC reduzir o custo das inscrições cobradas ou oferecer melhores condições aos seus associados face a 2019 e 2020.

O email e as propostas foram respondidas no dia 21 de Janeiro por 2 diretores da ANPAC (Paulo Alves e José Fafiães) mas não assinados pelo presidente da ANPAC (que sempre afirmou não concordar). A resposta dizia que a ANPAC tinha um preço ainda melhor (razão normal e poderia ser discutida) mas também apresenta como motivos de recusa a “existência neste evento de uma prova que confronta parcialmente uma das provas do Nacional, neste caso o CPCC com o Group 1”.

Isto é, a ANPAC em Dezembro a querer juntar todas as competições num fim-de-semana num espírito de união e festa, mas queria que o Group 1 fosse excluído do evento? Este tipo de “reviravolta” manifestou a nossa desconfiança, que a ANPAC não procurava chegar a um acordo para estar tudo em conjunto, mas apenas criar divisões para desestabilizar. Só assim se explica este comunicado falso e calunioso que diz que não houve resposta, quando a mesma na verdade existiu e que omite completamente as 2 propostas que foram feitas para um fim-de-semana conjunto, assim como as razões da sua recusa.

  1. Provas “reservadas” e “marcadas”

O comunicado ontem dos citados promotores é propositadamente confuso nos termos “prova marcada” e “reservada” e “registada”.

É correcto que a ACDME pediu ao Circuito do Estoril o bloqueio da data de 08/09 de Abril para avançarem para a realização de uma prova de Troféus. A mesma data foi também bloqueada pelo Motor Clube do Estoril com os mesmos pressupostos. O mesmo bloqueio estava obviamente condicionado à aprovação da prova no calendário Nacional da FPAK e assim não foi assinado qualquer contrato ou pago qualquer depósito por nenhuma das partes.

Não é verdade que a ACDME “registou a prova” a 5 de Janeiro. O correto seria dizer que a ACDME submeteu um pedido de realização da prova na FPAK, ficando a prova a aguardar aprovação no calendário Nacional. O Motor Clube do Estoril fez o mesmo e submeteu um pedido de realização da prova para o mesmo fim-de-semana.

  1. Vamos ajudar a Velocidade nacional a ter um melhor clima:

· Os Promotores do CPV foram dados como uns opressores ditatoriais no comunicado citado. Todavia, se alguém tomou algum acto de boa-fé e compromisso foi a Race Ready. Fomos nós que fomos informalmente falar e tentar resolver o problema. Fomos nós que apesar de termos o direito manter a data da nossa prova de Braga em Setembro, que obrigaria a Motorsponsor/ANPAC/P21 a alterar a sua prova do Estoril de Setembro, resolvemos alterar a data da prova do CPV de Braga, passando para o fim-de-semana seguinte (01 Outubro). Achámos por bem que tendo a possibilidade de modificar a data em um fim-de-semana, sem grandes perdas achamos que seria o mais sensato. Da parte dos restantes promotores não recebemos nem um obrigado, mas sim este comunicado falso e que coloca o nosso bom nome em causa.

· Após este comunicado talvez não devêssemos ajudar quem nos difama e ter uma lógica de “nós” e “eles”, mas achamos que temos uma responsabilidade de não devemos enveredar pela lama.

· Nada temos contra as competições e equipas do CPCC/LCC/CPCC 1300. Assim, Race Ready está ainda disponível, como sempre esteve, para receber os 3 Campeonatos Nacionais de Clássicos no fim-de-semana de 8/9 de Abril, de acordo com a proposta feita em Janeiro, portanto com valores mais económicos do que os pagos pela ANPAC em 2019/2020/2021, caso os seus diretores prefiram colocar o interesse das suas equipas à frente dos seus egos e conflitos pessoais.

  1. Gostaríamos de deixar um apelo a bem do desporto automóvel nacional para que:

· 1. Que os Promotores conhecessem os regulamentos para organizações de provas e assim não confirmassem provas aos seus Pilotos antes das mesmas estarem confirmadas pela FPAK. Por exemplo, mencionando que o calendário é provisório e aguarda aprovação da FPAK.

· 2. Não prestarem declarações falsas tentando afetar o bom nome de empresas, instituições e pessoas que têm sido referência em Portugal e na Europa.

· 3 Quando um promotor têm de modificar o calendário, expliquem os motivos com verdade como o fizeram anteriormente e não tentem atirar areia para a cara dos fãs e equipas que não têm o conhecimento total de causa

· 4. Por último, quando existe um desentendimento, primeiramente prefiram conversar com os demais parceiros e caso não fiquem satisfeitos com a resposta, utilizem os tribunais competentes, onde estes assuntos devem ser resolvidos em vez de desaguarem no esgoto das redes sociais onde só causam mau nome ao Desporto Automóvel Português.

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2 Comentários
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TEXAS
2 anos atrás

👏👏👏

Scb2
Scb2
2 anos atrás

Não sei quem terá razão mas é por isto que não saímos do sítio: todos querem ser o maior da aldeia.

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