’10’ Razões para se gostar do WTCR…

Por a 12 Abril 2018 18:24

Por José Manuel Costa

Porque razão era o WTCR inevitável? Muitas vezes a discussão sobre os méritos e pecados do WTCR parecem quase um Benfica x Sporting, tal a veemência dos comentários e a defesa acérrima das preferências de cada um.

Porém o Campeonato Mundial de Veículos de Turismo (WTCC) estava destinado a cair nos braços do TCR e este nasceu para servir de base à grande competição mundial.

Afirmo isto porque o WTCC no final do ano passado mostrou-se uma competição sem interesse, com audiências medíocres oferecidas por uma grelha de partida onde raramente estavam mais de quinze carros e corridas curtas com as ultrapassagens a serem notícia de tão raras serem.

Tudo culpa dos TC1, introduzidos em 2014 com o objetivo de melhorar o espetáculo através da sofisticação tecnológica e pela aparência musculada e forte peso da aerodinâmica.

Os blocos 1.6 litros espremidos até ao limite e a parafernália necessária para os colocar em posta levou os orçamentos para valores estratosféricos que colocaram uma etiqueta de preço nos WTCC superior a um milhão de euros…  por cada carro!

Paralelamente, o homem que foi responsável pelos anos dourados do WTCC na década de 2000, bateu com a porta por discordar com François Ribeiro (Eurosport Events) sobre os TC1.

Liberto dessa amarra, Marcelo Lotti devolveu aos turismos a sua essência, ou seja, pouca influência da aerodinâmica, motor 2.0 litros turbo derivado de um bloco de série (a Peugeot é a única que corre com o bloco 1.6 litros), potência limitada aos 350 cv e, sobretudo, um preço tabelado dos carros que não pode ir além dos 130 mil euros.

Pela proibição de envolvimento direto, Lotti ofereceu aos construtores um mercado próspero que se traduz em treze marcas terem, neste momento, carros homologados no TCR.

Enfim, o final do WTCC coincidiu com a necessidade de um palco maior para o TCR mundial e, como diz a canção popular, “juntaram-se os dois à esquina a tocar a concertina”, “dançaram o solidó…” com o forte impulso de Jean Todt, irritado com as críticas ao WTCC e desconfortável com o sucesso do TCR.

Assim, Marcello Lotti e François Ribeiro deram as mãos (imagine-se!) e nasceu o WTCR, que não é a designação preferida, mas que acabou por ficar para simplificar as coisas.

E porque se aprende com os erros, depois da Citroën ter, verdadeiramente, canibalizado o WTCC durante os três anos de presença na competição, o responsável pelo Eurosport Events elegeu como primeira regra para o WTCR “não pode haver construtores envolvidos diretamente, porque senão voltaríamos ao mesmo e com os seus recursos acabariam com o WTCR.”

E a verdade é que apesar da pista de Marraquexe não ser nada interessante, os primeiros passos do WTCR foram muito amimadores, dando razão a François Ribeiro quando este descreveu a nova competição como “violenta, agressiva e competitiva”. Contas feitas, são sete marcas diferentes com um plantel de 25 pilotos recheados de estrelas, com destaque para um trio de maduros pilotos italianos – Gabriele Tarquini (56 anos), Fabrizio Giovanardi (51 anos) e Gianni Morbidelli (50 anos) – a presença de Tiago Monteiro (que está quase, quase a regressar) e uma mão cheia de jovens como Benjamin Lessennes (18 anos).

Destaque ainda para a equipa de Yvan Muller que surge no WTCR com dois Hyundai i30 imaculadamente brancos com a inscrição 100-0-0-0, que não passa da testa de ferro da Volvo.

A marca sueca e a Polestar Cyan vão regressar ao Mundial de Turismos em 2019, mas para que a equipa rode e entenda como funciona a competição, decidiu pagar o ano de 2018 com os Hyundai e com o campeão de 2017, Thed Bjork e o patrão da equipa ao volante.

Trinta corridas, possibilidade de contacto – anteriormente, um toque arruinava a aerodinâmica – muita ação, enfim, tudo razões mais que suficientes para que o Mundial de Turismos volte a conhecer o encanto de outrora.

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