Toyota domina Rally Raid Portugal, mas…“o que se passa dentro da equipa, fica dentro da equipa”, disse Jean-Marc Fortin
Houve alguma fricção interna na Overdrive com as ordens de equipa, já que os dois pilotos na luta à entrada da derradeira etapa, Lucas de Moraes e Henk Lategan são ambos liderados por Jean-Marc Fortin, o líder de sempre da estrutura belga. Do ponto de vista do chefe, a ideia era impedir ‘loucuras’ de modo a que ambos terminassem nas mesmas posições, o que os pilotos cumpriram, mas ‘franzindo um pouco a testa’.

Jean-Marc Fortin: a coesão da equipa acima de tudo
Jean-Marc Fortin, diretor desportivo da equipa Toyota Gazoo Racing de Rali Raid e Dakar W2RC, manteve a discrição sobre os pormenores da estratégia interna, mas celebrou efusivamente o resultado. “Tenho como que uma equipa de futebol e conheço um grande treinador português que diz sempre: “o que se passa dentro da equipa, fica dentro da equipa.” Não vou alongar-me. O importante é que conseguimos o 1-2 e isso é fantástico. Três títulos consecutivos para a Toyota é extraordinário.” A citação reflete a filosofia de equipa e a importância da unidade para alcançar os objetivos.

Lucas Moraes, vencedor da prova, não escondeu a emoção de um triunfo histórico. “Foi uma corrida muito especial para mim. No ano passado, corri aqui e fiquei no pódio. Ver todos os fãs e todo o apoio que temos, também como brasileiros em Portugal, foi incrível. Eu sabia que era uma prova muito importante para o campeonato e também uma oportunidade fantástica para pilotar”, partilhou Moraes, sublinhando a intensidade da experiência.
A consistência foi a chave para o sucesso, segundo o piloto. “Fomos muito consistentes e acho que isso fez a diferença. As etapas foram muito exigentes, nada fáceis, porque o carro está feito para correr no deserto e aqui, às vezes, o percurso era demasiado estreito. Tivemos de ter muito cuidado com os pneus e para não bater em nada nas margens.” A vitória em solo português representa um marco: “Estou muito, muito feliz por poder vencer isto para o Brasil. É a primeira vez que um piloto brasileiro vence uma ronda do W2RC.” A performance impecável do veículo foi também um fator crucial: “O carro esteve perfeito todos os dias.”
A estratégia de equipa foi um elemento central na gestão da corrida, especialmente na etapa final. “No início havia alguma estratégia de equipa, porque o Henk estava um pouco mais à frente no campeonato. A ideia era talvez ele ganhar, para ficar mais perto do Nasser. Mas mantivemos o ritmo. Sabíamos que tínhamos andamento e dissemos: ‘temos hipótese de ganhar a corrida, vamos continuar’. O mais importante era garantir o 1-2, sem arriscar os dois carros, e foi isso que fizemos.” Com este resultado, a equipa assegura o título de construtores e prepara-se para a decisão final. “Agora, estamos os dois muito próximos do Nasser e com boas hipóteses para Marrocos. Agora é tempo de celebrar um pouco e depois, a partir de segunda-feira, começamos a pensar em Marrocos. Vai ser uma luta dura, mas como equipa devemos estar orgulhosos. Fomos consistentes toda a semana, por isso, vamos confiantes para Marrocos.”
Henk Lategan e a gestão estratégica
Para Henk Lategan, que conquistou o segundo lugar e subiu ao pódio, o Rali Raid Portugal foi uma prova de aprendizagem e gestão estratégica. “Foi uma prova muito boa. Foi a nossa primeira vez numa prova do W2RC na Europa. Chegámos sabendo a nossa posição no campeonato. Havia alguma pressão.” Apesar do bom desempenho, Lategan revelou que a equipa optou por não forçar o ritmo na etapa final, uma escolha que o deixou com um travo agridoce. “Sim, quer dizer, não forçámos no final da etapa. Houve algumas discussões dentro da equipa para não forçar na última etapa, e assim o fizemos. Não esperávamos o que aconteceu, por isso, sim, não foi o melhor final”, afirmou Lategan, referindo-se à sua posição no campeonato.
A experiência em terrenos europeus, tão distintos dos habituais, foi fundamental. “E como foi a primeira vez que corremos neste tipo de terreno, era tudo uma questão de ganhar experiência. Normalmente, são precisos alguns anos para se ser rápido nestas provas, e vir logo ao ritmo foi muito positivo. Foi encorajador para o futuro e estou feliz com o trabalho que fizemos. O Brett esteve impecável nas notas. O carro funcionou muito bem, por isso, no geral, estou satisfeito.”
Com o olhar já na próxima etapa decisiva, Lategan assume os desafios que se avizinham. “E agora Marrocos, a lutar pelo título contra o Lucas e o Nasser. Até agora só tinha feito o Dakar e uma prova na África do Sul. O resto é tudo novo. Marrocos também será a primeira vez para mim e para o Brett. O desafio é adaptar-nos ao terreno, mas já estamos habituados ao carro e à equipa. Claro que é uma pequena desvantagem, mas vamos fazer o melhor para chegar depressa ao ritmo.”
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