Orlando Romana: “A Baja de Portalegre sempre foi considerada a melhor prova da Taça do Mundo”

O Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno chegou ao fim no passado fim-de-semana com a mítica Baja Portalgre 500, que coroou Ricardo Porém como novo campeão nacional, num evento que o piloto do MINI também venceu.

Finalizada a 28ª edição de uma baja que dispensa apresentações, um dos seus responsáveis no terreno, Orlando Romana fez ao AutoSport “um balanço muito positivo. Correu tudo bem, não houve acidentes, que é sempre o que nos preocupa mais neste tipo de provas. Este ano alterámos um pouco o circuito, fizemos uma extensão para sul na zona de Ponte Sôr, fizemos as partidas no Crato, que foi novo, e correu bastante bem. As condições não eram as ideais, o ‘Portalegre’ costuma estar sempre molhado e tem outras condições de visibilidade. Este ano estava imenso pó”, referiu.

Como habitual, a prova alentejana encerrava o CNTT e também a Taça do Mundo de Ralis de Todo-o-Terreno, onde, também aqui, se decidiu o vencedor, no caso, o russo Vladimir Vasilyev. Esse factor “é mais uma pressão para nós porque na realidade, quando estão em disputa títulos, os concorrentes estão um bocadinho stressados, então pressionam os organizadores com qualquer coisa que não corra bem”.

Em números, “é uma prova com mais de 400 km, tem cerca de 1.000 pessoas da organização envolvidas no evento, e a falha de um elemento pode denegrir a imagem do evento, portanto estamos sempre aqui a tentar que tudo se passe bem, mas nem sempre é possível”. 

Para Orlando Romana, a Baja Portalegre 500 “é a festa do povo. Esta prova não pertence ao ACP, não pertence a ninguém, pertence às pessoas, aos adeptos e isso vê-se: em mais de 400 km está aí muita gente ao longo do percurso. É isto e as 24 Horas de Fronteira. Fronteira também tem o mesmo espírito, é a festa popular e realmente há muita gente que não faz mais nada durante o ano e espera por Portalegre para fazer a prova, para se dedicar, para competir. As provas míticas são assim”.

Num olhar sobre o passado, presente e futuro, Romana lembra que “esta prova já foi muito maior, já teve 450 participantes, mas realmente houve depois uma altura em que caiu um pouco a esse nível, mas sempre teve um estatuto muito grande, sempre foi considerada por todos a melhor prova da Taça do Mundo. Acho que o crescer é a credibilidade, é um clube com credibilidade, a organização tem muita credibilidade também e os concorrentes gostam de vir e apostam nisto, 250 motos, quase 100 automóveis, portanto isto é fantástico”, finaliza.