Perto da 4ª, recordamos as três vitórias de Carlos Sainz no Dakar

Por a 18 Janeiro 2024 11:13

Carlos Sainz está muito perto de assegurar o seu quarto triunfo no Rali Dakar, e se o conseguir torna-se no primeiro piloto a ganhar o Dakar com quatro carros de quatro marcas diferentes. Volkswagen em 2010, Peugeot em 2018, Mini em 2020 e eventualmente, a Audi, em 2024. Quando venceu pela terceira vez escrevemos: “é absolutamente notável que aos 57 anos Carlos Sainz ainda tenha tido resiliência para levar de vencida a prova, ainda mais face a adversários do calibre de Nasser Al-Attiyah e Stéphane Peterhansel”. Imagine-se agora, quatro anos depois…

Dakar 2010: Vitória de Carlos Sainz arrancada a ferros!

A vitória primeira vitória de Carlos Sainz no Dakar foi merecida. Mais líder, mais astuto, mais experiente. Mas que réplica de Nasser Al-Attiyah lhe deu! O piloto do Qatar entusiasmou quem acompanhou esta 31ª edição do Dakar e por pouco não roubou a glória ao espanhol. Num pódio todo VW, destaque para a comitiva nacional: Carlos Sousa (6º) liderou nos automóveis e Hélder Rodrigues (4º) nas duas rodas.

Eram 15h11 – hora portuguesa – quando Nasser Al-Attiyah arrancou para a derradeira oportunidade de vencer o Dakar na sua estreia pela Volkswagen. Quatro minutos depois, partia Carlos Sainz, líder desde a quinta etapa, mas apenas com 2m48s de vantagem. Pela frente, ambos tinham 206 quilómetros de especial, num percurso muito rápido em terra, e um erro que fosse seria sinónima de derrota. Aliás, a tensão para a derradeira etapa do Dakar 2010 era tal que na véspera, a direcção de prova decidiu convocar os dois pilotos VW e os dois pilotos BMW – os quatro primeiros na estrada – para assegurar que não haveria jogadas de bastidores que impedissem Sainz e Al-Attiyah de lutar, em igualdade, pela vitória.

O desfecho é conhecido. Quatro anos depois de se ter iniciado no Dakar, Carlos Sainz conseguiu finalmente colocar o nome na galeria dos ilustres africanos… ainda que longe das origens da prova. Tal como Juha Kankkunen ou Ari Vatanen, o madrileno trocou os troços de ralis pelas pistas e dunas do Dakar e junta agora aos títulos mundiais de 1990 e 1992 a vitória no Dakar. “Fomos rápidos e inteligentes durante a prova”, resumiu Sainz à chegada.

2018, Carlos-Sainz, Peugeot 3008 DKR

Dakar 2018: Regresso de El Matador, 3ª da Peugeot

Carlos Sainz e Lucas Cruz venceram o seu segundo Dakar, fruto duma prova em crescendo. Quando chegaram à liderança, não mais a largaram, oferecendo à Peugeot a sua terceira vitória em quatro anos, na despedida, até ver, do Dakar. Depois do azar de Peterhansel, os Toyota completaram o pódio, numa prova desastrada para a Mini.

O Dakar é para gente resiliente, que mesmo ‘derrotada’ vezes a fio, volta ainda com mais vontade, pois só com perseverança se derrota o ‘monstro’. E que Adamastor foi este Dakar, com um Cabo das Tormentas inultrapassável apenas para alguns, e um acima de todos, Carlos Sainz. Depois de vários Dakar em que teve muito pouca sorte, com abandonos consecutivos, poucos acreditavam que Sainz ainda fosse a tempo de vencer novamente, estando claramente, na bolsa de apostas, quase ao nível de Cyril Després. Teve alguns contratempos, como a todos sucedeu, mas ao saber fugir bem da maioria das armadilhas, venceu com todo o mérito, terminando com mais de 40 minutos de avanço face aos homens da Toyota.

Córdoba mostrou-se uma vez mais agradável para Sainz, pois chancelou ali a sua segunda conquista no Dakar, curiosamente o mesmo palco onde em 2004 assegurou o seu último triunfo no WRC, há 14 anos. Depois de ganhar em 2010 e cinco abandonos mais tarde, nova vitória, tornando-se também o mais velho piloto de sempre a vencer o Dakar nos autos.

Teve alguma sorte na etapa maratona, a que Stéphane Peterhansel arrancou uma roda do seu Peugeot, ficando aí na frente do rali, liderança que não mais perdeu, mesmo tendo apanhado dois sustos pelo caminho. Depois, ainda se ‘enervou’ com o caso do piloto do quad, mas ultrapassou o facto com mestria, pois sabia ter a razão pelo seu lado.

Para a Peugeot, nem de perto dominou como no ano passado, por exemplo, o triunfo nas 13 etapas foi dividido entre a Peugeot e a Toyota, mas esse equilíbrio foi mais virtual do que real, pois os homens dos carros japoneses venceram quando menos importava e quando o desenho da prova já estava quase terminado.

Dakar 2020: 3º de Carlos Sainz, Portugal faz história

Carlos Sainz conquistou pela terceira vez o Dakar, evento que ficará marcado na história por bons e maus motivos. Portugal perdeu um dos seus atletas mais distintos, Paulo Gonçalves, por outro lado, Paulo Fiúza foi ao pódio dos autos, batendo um recorde com 17 anos.

Este Dakar ficou na história por vários motivos, infelizmente, um deles demasiado triste até para ser recordado. A morte de Paulo Gonçalves irá ensombrar para sempre esta prova, numa edição do Dakar que para as cores portuguesas ficará marcada também pelo melhor resultado de sempre de um luso nos automóveis, com o terceiro lugar de Paulo Fiúza, navegador de Stéphane Peterhansel.

Portugal já tinha dois segundos lugares nas motos, em 2013 e 2015, por intermédio de Rúben Faria e Paulo Gonçalves, respetivamente, mas nos autos pontificava ainda o quarto lugar de Carlos Sousa e Henri Magne de 2003, agora suplantado pelo navegador luso.

Para Carlos Sainz, depois de ter vencido dois títulos mundiais de ralis, assegurou este ano o seu terceiro triunfo no Dakar, vitória que pode ainda revelar-se mais especial já que não é garantido o regresso de El Matador a estas lides. A poucos dias de completar 58 anos, o espanhol consegue mais um feito notável na sua excelente carreira, realizando uma corrida quase perfeita, contando para isso com a ajuda de Lucas Cruz, o seu fiel navegador.

Para a X-Raid, é o regresso aos triunfos, o quinto da Mini no Dakar, que já não sucedia desde 2015. Depois de vencer quatro vezes seguidas com o Mini All4 Racing, Sven Quandt mudou de conceito com o seu novo Buggy, mas não de veia ganhadora, como ficou provado.

2010, 2018 e 2020. Carlos Sainz assegura a terceira vitória da sua carreira no Dakar, curiosamente, todas com carros diferentes (Volkswagen, Peugeot e agora Mini). O espanhol, que conquistou quatro vitórias em etapas pelo caminho, bateu Nasser Al-Attiyah por seis minutos após 5.000 km de corrida, com Stéphane Peterhansel e Paulo Fiúza a terminarem no lugar mais baixo do pódio.

Carlos Sainz e Lucas Cruz venceram o seu terceiro Dakar fruto de uma prova quase exemplar, e sempre muito consistente. Chegaram ao primeiro lugar na terceira etapa e já de lá não saíram. Tiveram dias menos bons, como por exemplo na 8ª etapa, em que se perderam, e tiveram alguma sorte por o mesmo ter sucedido a Attiyah e Peterhansel. Venceram quatro etapas, e o triunfo na 10ª foi o momento chave da prova. A 10ª etapa foi interrompida ao km 345, numa altura em que Stéphane Peterhansel (Mini Buggy) perdia 11m48s para Carlos Sainz e Nasser Al-Attiyah (Toyota) 17m46s, o que significava que a classificação geral, no que aos três primeiros diz respeito, ficou bem diferente dos 6m38s que separava os três concorrentes da frente no arranque desse dia. A partir desse momento, e numa altura em que Attiyah e Peterhansel tudo tinham que fazer para recuperar tempo a Sainz, o espanhol ficou com 18m10s de avanço para Nasser Al-Attiyah (Toyota), com Stéphane Peterhansel (Mini Buggy) 16s mais atrás do catari.

A duas etapas do fim, Carlos Sainz ganhou uma margem significativa, que lhe permitiu gerir os dois últimos dias sem grandes problemas, mesmo com os fortes ataques dos seus adversários.

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