Faltam dois meses para o Dakar, este ano equilíbrio deve ser maior

Por a 1 Novembro 2018 11:43

O papel da FIA no desporto automóvel não é fácil e no que toca ao todo o terreno em geral, Dakar em particular, é ainda mais complicado. Sendo a prova sul americana o ponto alto do ano, e com diversos construtores a optarem por caminhos diversos nos seus carros, contentar toda aquela gente de modo a que a competição seja o mais equilibrada possível, e que ninguém se queixe, que só não ganha porque outros tiveram vantagem técnica, é muito complicado.

As negociações entre as equipas e a FIA têm sido tudo menos fáceis nos últimos anos, já que os que tinham carros 4×4 (Toyota e MINI) queriam mais ajustes no regulamento, frente aos buggies, especialmente depois da Peugeot ter vindo para o Dakar. Como quase sempre acontece, quando uma equipa de fábrica decide disputar o Dakar, demora sempre algum tempo a perceber o que precisa para vencer (quando há adversários à altura, claro), mas quando o consegue, vence de enfiada, e foi isso que sucedeu com a Peugeot nos últimos anos e que lhe permitiu vencer três Dakar em quatro anos.

No regresso, em 2015, o melhor Peugeot ficou fora do top 10, o de Stéphane Peterhansel, Cyril Despres foi 34º e Carlos Sainz foi o que andou mais depressa, mas perdeu duas horas devido a problemas mecânicos, desistindo na quarta etapa devido a um violento acidente. Foi horrível o Dakar do regresso da Peugeot.

Mas tudo foi diferente no ano seguinte, pois com as lições aprendidas os franceses surgiram com um buggy completamente novo, e em 2016 dominaram por completo o Dakar com 9 vitórias em 12 etapas, liderando desde a primeira etapa até o final, domínio que estenderam nos dois anos seguintes até terem decidido parar. Este ano vai haver Peugeot no Dakar, mas com uma equipa privada, a PH Sport.

Por isso foi mais fácil à FIA este ano colocar de pé um regulamento que mantém as diferenças entre 4×4 e os buggies, com a MINI e Toyota satisfeitas.

Tinha-se falado em reduzir para 36 mm os restritores de admissão dos quatro rodas motrizes a gasolina, mas a FIA preferiu reduzir apenas dos 38 mm do último Dakar para 37 mm, eliminando a escala em função da altitude a que se competisse, com os diesel biturbo (tanto 4×4 como os buggy da MINI, e Peugeot) a manterem-se nos 38 mm.

Desta vez, ao que consta foi a Toyota que ameaçou abandonar o seu projeto no Dakar se a FIA tivesse decidido reduzir os restritores para 36 mm, pois isso iria penalizar imenso a potência e com isso a ‘força’ para ultrapassar as muitas dunas que se anteveem existir no percurso do Perú, que como se sabe, este ano e pela primeira vez na história é um Dakar de país único. Partida, chegada e percurso, tudo no Perú.

Os buggies de duas rodas motrizes continuam a ter um peso mínimo de 1.400 kg e os 4×4, de 2.050 Kg. O sistema de encher/vazar pneus dos buggies a partir do cockpit passa a ser limitado para os pilotos FIA, mas só na Taça do Mundo já que a ASO, organizadora do Dakar preferiu não fazer esta distinção na sua prova.

Pelo que se percebe, a saída da Peugeot a nível oficial terminou com alguns problemas no Dakar, e é uma pena que as marcas sejam egoístas ao ponto de quererem o máximo possível da vantagem para o seu lado, sem pensar nas possíveis consequências junto dos adeptos, pois o interesse duma competição é diretamente proporcional à disputa entre vários protagonistas que tiver.

Este ano, sem a Peugeot mas com os Peugeot 3008 DKR ex-oficiais nas mãos da PH Sport, um deles para Sébastien Loeb, haverá a possibilidade de verdadeira competição entre os buggy da Mini e Peugeot, e os Toyota, ainda que Carlos Sainz, Stéphane Peterhansel e Cyril Despres a pilotarem os mais evoluídos MINI John Cooper Works Buggy sejam uma incógnita em termos de prestações.

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