Crónica de Pedro Velosa: “A seleção natural do Dakar começou!”

Por a 7 Janeiro 2015 11:13

Não pode existir pior forma de começar uma crónica sobre a festa que é o Dakar que é o de lamentar uma morte. As minhas primeiras palavras são para a família do piloto polaco Michal Hernik que faleceu ontem! O ambiente no bivouac é de pesar. Quando tivemos conhecimento desta triste notícia foi muito angustiante, na verdade foi como se acabasse de perder um amigo de longa data. O Michal faleceu seguramente a fazer o que mais gostava e não tenho dúvidas que vai estar a olhar por todos. Será mais uma estrela no céu que irá guiar esta caravana até Buenos Aires.

As primeiras etapas foram ultrapassadas sem grandes sobressaltos, porém, a seleção natural do Dakar começou. O mais importante é que, findos os primeiros dias os MINI continuam a andar na frente, temos um piloto a comandar o Dakar (Nasser al-Attiyah) e também uma vitória em etapas pelo Orlando Terranova.

A minha rotina por aqui é estonteante, aliás, a rotina do Dakar é estonteante! É preciso gerir cada minuto, pois, a seguir a cada etapa, há muito que preparar! Assim que chegamos ao Bivouac começamos a preparar o dia seguinte. É este o momento de passar todas as informações recolhidas ao longo da tirada aos mecânicos que são os nossos “anjos da guarda” e melhores amigos.

Depois há que tentar tomar um banho (quando possível), comer e rumar ao briefing da organização. Conseguem imaginar o que é, depois de uma etapa sempre com mais de 600 km ainda estar atento e a tomar notas dos códigos GPS para o dia seguinte? É duro, admito. Mas faço tudo isto com tanto prazer que o peso da dureza deste trabalho é colmatado com a felicidade de poder viver todos estes momentos.

De seguida há que preparar o equipamento e marcar o Road Book, tarefa que demora sensivelmente duas horas!!! A partir daqui é necessário descansar o máximo, pois o cansaço vai acumulando! Esta prova merece tanto o meu respeito, que antes de adormecer faço sempre o pedido aos Deuses do Atacama para que tudo corra bem na etapa seguinte.

No outro dia, estamos fora do saco de cama por volta das 5.30/ 6.00 da manhã, prontos para mais uma etapa de 600 ou 1000 km! Este é o ritmo do Dakar durante 17 dias!.. O que nos faz voltar? A paixão e vontade de fazer cada vez melhor em condições extremas. Este é o meu habitat natural, não há como fugir!

Hoje é dia de atravessar os Andes, entrando em terreno chileno logo pela zona das minas de Copiapó, que ficaram famosas em 2010 devido ao incidente com mineiros. Esta é uma zona muito respeitável no percurso do Dakar e certamente trará algumas histórias para contar na próxima crónica!

 

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