CRÓNICA: Kilas, o Mau da Fita

Por a 16 Setembro 2017 11:00

Kilas, o Mau da Fita, é um filme português dos anos 80, uma comédia divertida, mas também uma sátira a um certo ‘meio’ português e aos comportamentos que nele reinavam. O que se passou na Baja TT Idanha a Nova, foi tudo, menos uma comédia divertida…

João Ramos e Victor Jesus foram vítimas na Baja TT Idanha a Nova de uma situação grave, que temos pena que ainda existam no nosso desporto motorizado. Infelizmente, de tempos a tempos, lá surge outro exemplo a lembrar que nem todo o adepto nacional de desporto motorizado em geral e todo o terreno em particular é ‘especial’.

Mas vamos ao que aconteceu, e é o próprio João Ramos a explicar: “No 1º setor seletivo, em que era o segundo na estrada, surgiram dois momentos estranhos. Tentaram enganar-nos com fitas, que estavam a cortar o caminho do percurso do setor seletivo. Na primeira situação, fui pela direita e o percurso era pela esquerda, pois fomos induzidos em erro pela colocação da fita. Mais à frente, assim que percebemos o que tinha acontecido, decidimos passar por cima da vedação para não ter de voltar para trás. Na segunda situação, ainda é mais incrível, pois colocaram a fita mais uma vez a cortar o caminho. Desta vez, apenas desacelerei, porque havia uma seta amarela que indicava claramente que o percurso era em frente e a nota do road-book, assegurava ao Victor (Jesus) o mesmo. Não quero dar importância se perdi ou não muito tempo, até porque me desconcentrou mais do que o tempo que perdemos. Quero sim, é fazer nota do perigo de que pode provocar, se tivesse invertido o sentido da marcha e viesse chocar de frente contra outro concorrente”.

Todos sabemos que João Ramos e Victor Jesus abandonaram a prova com problemas na caixa de velocidades, e que esta situação não teve qualquer efeito na classificação da prova, mas o que todos pudemos testemunhar no vídeo é de uma enorme gravidade, e esta situação diz-nos várias coisas.

A primeira, e a mais grave, é que existem pessoas que não entendem a gravidade do que pode acontecer numa prova de todo o terreno em que a marcação dos percursos é feita através do road-book que a equipa leva no carro, que sinaliza por onde segue o percurso, mas sem reconhecimentos prévios, como sucede nos ralis, as organizações colocam fitas que ajudam as equipas em prova a guiar-se pelo percurso.

Na história do TT existem muitos casos em que a passagem de um concorrente, que falhou uma travagem, por exemplo, e arrancou uma fita, e um dos seguintes, mais distraído, pode seguir em frente e perder-se. É muito fácil isto suceder no TT. O grave é, quando os pilotos voltam para trás e tentam encontrar a pista certa, podem estar frente e frente com os que estão no percurso correto. Isto já aconteceu muitas vezes e são situações muito complicadas e que facilmente se podem tornar muito graves, pois ninguém deseja ver dois carros a embater frente a frente a altas velocidades. E é isto que quem ‘mexeu’ nas fitas devia entender, pois está a arriscar a vida de terceiros, e a colocar-se em fila de espera para ir parar à prisão. Sinceramente não consigo perceber que espécie de atrasado mental faz uma coisas destas sem pensar nas possíveis consequências. Mas isso sou eu.

Histórias destas não são novas no desporto automóvel nacional, e vão desde o “atrasado mental” como se viu no Rali dos Açores deste ano que atira uma bola de lama para cima de um para brisas, ficando a equipa sem qualquer visibilidade por alguns segundos. Agora, imaginem. Se esta estúpida atitude redundar num acidente (e se o piloto perde o controlo do carro bate numa árvore e a equipa fica ferida, será que o ‘artista’ pensou nisto antes de atirar a bola de lama?), tudo o que interfira com o que é o desenrolar normal duma prova, pode ser muito grave.

É que preciso que algumas (que acho serem muito poucas) pessoas entendam que já é complicado o suficiente o ‘stress’ e a pressão que se vive dentro dos carros de competição com tudo o que se tem de fazer, quanto mais ainda ‘levar’ com coisas totalmente inesperadas, desta estirpe. Só espero que um ‘artista’ que está disposto a fazer este tipo de coisas não tenha que viver com as possíveis graves consequências das suas ações.

É pena que isto ainda se veja entre nós. Não há nada que possa justificar colocar em risco a segurança de uma equipa dentro de um carro de competição.

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