Baja Portalegre 500, Nuno Rodrigues da Silva e a carta de controlo voadora

Hélder Oliveira e Nuno Rodrigues da Silva não tiveram sorte na Baja Portalegre 500, que abandonaram no último dia de prova, com problemas no motor da Nissan V8 Dakar da Newspeed, impossíveis de solucionar. O piloto de Barcelos estava a imprimir um bom andamento e enquanto esteve em prova manteve-se sempre regular e consistente chegando a classificar-se em CP1 no sétimo posto da tabela. Todavia um problema no motor impossibilitou Hélder Oliveira de concluir com sucesso esta mítica prova alentejana: “de manhã quando saímos para o primeiro troço, que tinha cerca de 180 quilómetros, estava tudo a correr normalmente. Conseguimos imprimir um ritmo bastante positivo. Mas, cerca do quilómetro 92 tivemos um problema no motor que de repente se calou. Percebemos rapidamente que o motor tinha partido. Foi um problema com a distribuição e não havia mais nada a fazer. A única opção era mesmo desistir ”, contou o piloto de Barcelos.

A prova foi cheia de peripécias e no setor seletivo de sexta-feira, aconteceu mais uma daquelas peripécias pouco usuais no desporto automóvel, com Nuno Rodrigues da Silva e juntar mais uma interessante história à sua longa carreira de títulos e excelentes histórias para contar: “Logo na primeira curva à esquerda do percurso seletivo a porta abriu e não mais fechou. Vim os 83 km a segurar a porta… claro que não vinha sempre a segurá-la, pois o vento e a aerodinâmica tratavam da fechar, mas sempre que havia uma curva à esquerda lá ia eu a segurar para ela não ir para muito longe. O que me preocupava mais, era se houvesse uma zona estreita e a porta batesse e estilhaçasse, e depois era um problema, em termos de segurança, para além de que era chato fazer o resto da prova sem porta. Mas para aí a mais de meio do percurso do setor seletivo, a certa altura a porta abriu mais uma vez, e a carta de controlo voou, agarrada por uma mola. Tivemos que parar, não fiquei muito preocupado porque levava a mola agarrada e por isso não podia ir para muito longe, mas com isso perdemos mais de um minuto entre o procurá-la, achá-la e arrancar novamente em ritmo de corrida. Obviamente nunca me tinha acontecido, ela vinha bem enrolada, mas a certa altura, um golpe de vento diferente, aquilo foi-se com a mola e tudo, aí vai ela… Obviamente a concentração não era a mesma, com uma mão tinha que segurar a porta, a outra o road book, depois fazer o reset do odómetro, tudo junto. Já hoje (ontem) íamos a andar bem, na zona de Sousel, o motor morreu…”