10 anos de campeões do CPTT: História recente do Todo-o-Terreno em Portugal

Por a 11 Fevereiro 2023 11:50

Estamos a duas semanas do arranque do próximo Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno, uma competição que nos últimos 10 anos, teve seis Campeões diferentes, Miguel Barbosa (3), Ricardo Porém e Tiago Reis (2), Nuno Matos, João Ramos e João Ferreira, com um cada.

É o melhor campeonato de TT da Europa e este ano recebe vários dos novos carros, pelo que a qualidade da maquinaria aumenta, e a competitividade eleva-se ainda mais…

2013: Um passeio de Miguel Barbosa

Sozinho… ou quase. Miguel Barbosa teve um ano quase ‘sem adversários’. Das seis provas, venceu cinco, só não triunfando em Portalegre, ganha por Pedro Grancha, segundo no campeonato. Não há memória de um campeonato tão desnivelado como o CPTT em 2013. Os pilotos que, em teoria o poderiam incomodar foram tendo problemas e para lá de Grancha, Edgar Condenso foi terceiro numa competição que teve ainda a terminar nos pódios do ano, pilotos como André Amaral, Hélder Oliveira, José Mendes e Alexandre Franco.

2014: o primeiro de Ricardo Porém

Aos 25 anos, Ricardo Porém conseguiu o que ninguém conseguia desde 2011, bater Miguel Barbosa. Um título conquistado no final de uma época emocionante que terminou na Baja 500 Portalegre com uma vitória do piloto de Leiria, que fazia a sua estreia com o MINI All4 Racing da X-Raid. Os dois pilotos dividiram o número de vitórias, chegaram ao fim do ano empatados em pontos e tiveram de ser os fatores de desempate a resolver a contenda. Rómulo Branco ficou no pódio do campeonato.

2015: Regresso de Miguel Barbosa aos títulos

Miguel Barbosa assegurou o seu sétimo título nacional de TT numa competição em que três pilotos chegaram à última prova com possibilidades de chegar ao título. Nuno Matos (Opel Mokka Proto), Miguel Barbosa (Mitsubishi Racing Lancer) e Hélder Oliveira (Nissan Navara Off Road) eram os candidatos no culminar de um ano equilibrado com Nuno Matos a exercer grnade oposição a Barbosa, que chancelou em Portalegre o título com o triunfo na prova. Nuno Matos e Hélder Oliveira completaram o pódio da competição.

2016: O ano de Nuno Matos

Nuno Matos/Felipe Serra sacudiram a desvantagem pontual e a pressão exercida por João Ramos/Vítor Jesus na Baja de Portalegre para celebrar em ‘casa’ o primeiro título absoluto de campeões nacionais de todo-o-terreno. Numa prova dramática, pautada pelos problemas mecânicos sentidos pelos dois candidatos ao título, Ricardo Porém venceu pela terceira vez consecutiva a maior prova do TT português, mas a decisão de Portalegre levou a festa também a Nuno Matos, numa luta pelo título de campeão nacional repleta de drama, cujo desfecho consagraria sempre pela primeira vez na carreira os dois protagonistas deste combate – João Ramos e Nuno Matos, separados por apenas 17 pontos à entrada para esta última ‘etapa’ da competição, mas ambos com a hipótese, decisiva nas contas finais, de deitar ‘fora’ o seu pior resultado da temporada. O último dia foi decisivo. Na última tirada do dia, ciente de que a única coisa que lhe restava era atacar, Nuno Matos começou a SS4 na frente, até João Ramos inverter a situação, passando a contar com uma segurança de 29s, mas problemas eletrónicos no Toyota a entregarem novamente o comando a Matos, posição

que o alentejano manteve até ao fim, apesar de um susto final, pois ficou sem direção assistida e terminaram com o carro a 125 graus, portanto podendo parar a qualquer momento.

2017: Segundo de Ricardo Porém

Apostado em vencer pela quarta vez consecutiva, Ricardo Porém entrou para a Baja Portalegre 500 com a possibilidade de voltara ser campeão nacional. Chegou a Portalegre na liderança da competição, 24 pontos na frente de Alexandre Franco, que sabia ser difícilmente fazer frente ao rival da Ford Ranger. Mas para o fazer precisava de estar no local certo à hora certa. Foi com essa perspectiva que começou a sua prova. Porém teve como mais forte adversário, João Ramos, que liderou até desistir e Porém aproveitou o abandono do adversário para conquistar o título e fazer o poker na última prova da Taça do Mundo de TT. O piloto de Leiria venceue assegurou o seu segundo título nacional de TT, depois duma temporada equilibrada em que Ricardo Porém soube ser melhor nos momentos decisivos. Entre os T2 foi Rui Sousa o vencedor, também ele Campeão, algo que se tornou ‘efetivo’ quando se soube da anulação da Baja TT Rota do Douro.

2018: João Ramos na ‘negra’

Há muito que o Campeonato de Portugal de Todo o Terreno não tinha uma disputa assim. Ao todo, foram cinco os pilotos que chegaram à derradeira prova com hipóteses matemátcas de ser campeões, numa luta que se estendeu até ao derradeiro metro do último setor seletivo do campeonato.

João Ramos acabou por ser o Campeão, ms teve que dar tudo até ao fim, sempre com o risco de algo lhe correr mal e poder perder. O leque de candidatos foi grande e a imprevisibilidade maior. João Ramos (Toyota Hilux) terminou o campeonato com 24 pontos de avanço para Hélder Oliveira (Mini Paceman), mas foi este que chegou a Portalegre na frente do campeonato. Curiosamente, foi o abandono de ambos em Idanha a Nova que levou a que fossem cinco os candidatos à entrada da Baja 500 Portalegre. Para além de João Ramos e Hélder Oliveira, Tiago Reis, Alejandro Martins e Pedro Ferreira também estavam na luta, e neste particular foi pena que Alejandro Martins não tenha marcado presença em Portalegre, devido ao seu acidente no Rali de Marrocos.

O Campeão de T2 foi mais uma vez Rui Sousa, que venceu quatro das seis provas, no T8 o triunfo foi para César Sequeira, depois de grande luta com Sebastião Dominguez.

2019: Tiago Reis campeão

Tiago Reis/Valter Cardoso foram os campeões de 2019, numa competição que teve luta até ao fim, já que depois do abandono de Alexandre e Pedro Ré, Tiago Reis e Valter Cardoso ainda tiveram que chegar ao fim e somar os pontos necessários, o que conseguiram, alcançando o título. Tiago Reis foi um excelente exemplo de que com um bom trabalho se pode chegar longe. Saiu da ‘Montanha’, competição que já lhe ‘dizia’ pouco, e foi para o TT. Sem nunca lá ter corrido, depois de duas épocas de evolução com o Mitsubishi Racing Lancer, chegou em 2019 ao título nacional. Não foi o mais rápido, mas foi muito consistente, pois a única prova em que não terminou no pódio deveu-se a problemas de transmissão no carro. Para lá chegar, em Portalegre, terminam a prova no sexto lugar, foram os melhores do CPTT. Precisavam de bater Alexandre Ré, andaram na luta, arrancaram para o derradeiro setor 4.4s atrás de Ré, mas a 60 Km do fim os irmãos ficaram pelo caminho e desde aí foi só levar o carro até ao fim.

2020: Oitavo título de Miguel Barbosa

Miguel Barbosa assegurou o seu oitavo título absoluto da sua carreira no TT. Numa época atípica, com cancelamento de provas pelo meio, quando o piloto da Toyota Hilux arrancou para a prova de Portalegre já era campeão, ainda que alguns adversários tivessem interpretado os regulamentos doutra forma, uma situação que levou a que os campeões de T2 e T8 necessitassem de alguns dias até estarem oficialmente confirmados. À chegada a Portalegre Tiago Reis tinha vencido a Baja TT Vindimas do Alentejo, Miguel Barbosa a Baja TT ACP, João Ramos saiu vencedor na Baja TT do Pinhal e na Baja TT Capital dos Vinhos de Portugal, foi Alejandro Martins o melhor dos concorrentes do CPTT. Um campeonato muito equilibrado, mas foi a maior regularidade de Miguel Barbosa a fazer a diferença. Só com três resultados, um triunfo e dois segundos lugares, pontuou mais que os adversários com quatro. No T2, os Campeões foram João Franco e Pedro Inácio, logo na sua primeira época nos autos. No T8, a questão do título foi ainda mais acirrada, já que tanto José Mendes, o Campeão como Francisco Barreto, segundo na competição, somaram 61 pontos, sendo o desempate a dar-se nos detalhes, favorável a Mendes.

2021: Tiago Reis Campeão no CPTT

Tiago Reis e Valter Cardoso venceram o CPTT, uma competição em que triunfaram em três das cinco provas realizadas. Venceram nos Montes Alentejanos, não pontuaram em Loulé, mas o triunfo em Reguengos colocou-os de novo na senda do título que confirmaram ainda antes da última prova do ano, em Portalegre. Luis Recuenco foi segundo no campeonato na frente de André Amaral. Para além de Tiago Reis, Alexandre Ré e João Ramos venceram uma prova cada um. Nos Pilotos Veteranos, o triunfo foi para André Amaral e nos Navegadores, Carlos Silva.

No T2, dupla Georgino Pedroso/Carlos Silva, em Isuzu D-Max foram coroados campeões nacionais, com a regularidade da dupla a ser decisiva.

No T3, triunfou Filipe Nascimento, nove pontos na frente de David Spranger, no T4, Filipe Carvalho, bateu Alexandre Ré, que até ganhou uma prova à geral, mas só fez duas provas.

No T8, Ricardo Nascimento bateu Michael Braun por quatro pontos e nas equipas o triunfo foi para a PRK Sport Rally Team, na frente da MMsport, Prolama, MRacing Portugal JB Racing.

Na Taça De Portugal venceu Cesário Santos. Entre os T8 o triunfo foi para Cesário Santos. Na Taça Ibérica venceu André Amaral e no T2, Joel Marrazes. O T3 foi para David Spranger e o T8, para Michael Braun. André Anaral venceu o Troféu Terras do Grande Lago Alqueva.

2022: Uma surpresa chamada João Ferreira

Depois do título Europeu do piloto, João Ferreira e David Monteiro (Mini John Cooper Works Rally) venceram também o CPTT. No início do ano ninguém imaginava que algo semelhante pudesse suceder, mas a verdade é que os triunfos foram-se acumulando e o triunfo mais do que merecido. Foi mesmo um ano fortemente dominador. Venceu seis das sete provas, apresentando sempre uma enorme maturidade e classe. No T8 e T2, Nuno Tordo e João Franco foram os Campeões. No T8, Nuno Tordo/João Serôdio (Nissan Navara/Oeste Racing Competition) dominaram por completo a competição, triunfando em quatro das seis provas. No T2, João Franco venceu com grande avanço para Fernando Barreiros.

Com o terceiro lugar absoluto de João Dias/João Miranda (Can Am X3) no campeonato absoluto no CPTT, foram, naturalmente, os melhores também no Agrupamento T3, com uma enormíssima vantagem para Francisco Guedes. O piloto da Santag Racing Team venceu as sete provas da competição, deixando o segundo classificado a mais de 100 pontos. No T4, triunfo de João Paula/Nuno Mota Ribeiro (BRP-Can Am Maverick X3) muito destacados de Filipe Barreiros/Pedro Cardoso (Can Am Maverick X3).

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