Carlos Sousa deve receber o OK do Japão hoje

Até lá, tudo o que vai sendo dito é no condicional, mas as probabilidades de termos um Racing Lancer na primeira prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno são muito fortes, e tendo em conta tudo o que foi discutido nos últimos tempos, só um grande retrocesso no processo poderia fazer parar este comboio.

Ao Autosport, no início desta semana, Carlos Sousa revelou que com ou sem o OK dos patrocinadores, a decisão está tomada! Por sua conta e risco, Carlos Sousa avança para o CPTT num Racing Lancer da agora ex-equipa oficial Mitsubishi.

Abdicou do último Dakar para poder regressar ao plano nacional e quase viu o projecto comprometido após o anúncio de retirada da Mitsubishi. Como se isso não bastasse, luta ainda para viabilizar o seu ambicioso plano para o Campeonato que se inicia a 20 e 21 de Fevereiro, com o Ervideira Rali TT.

 “Independentemente da resposta dos patrocinadores, a decisão está tomada! Estarei na primeira nem que seja com o carro em branco”, garante Carlos Sousa. “Já no passado tive de dar passos destes: arriscar, montar o projecto e só depois fechar contratos com os patrocinadores. Enfim, terei que semear, para depois colher”, desabafa o piloto que esta época celebra 20 anos de carreira. “Mas estou tão determinado e ansioso por voltar a correr que, mesmo sem patrocinadores, eu próprio punha projecto de pé. E digo mais: Se não fosse com o Mitsubishi seria de certeza com outro carro, mesmo inferior. Mas sei que vai ser…”, diz, finalmente.

Luz verde só hoje

Chegando a ter tudo definido após a reunião em Lisboa com Dominique Serieys, faz amanhã quinze dias, tudo se alterou no dia seguinte com um e-mail do director desportivo da MMSP: “Não divulgem nada até eu ter o OK do Japão”.

Por essa altura, já Serieys suspeitaria da “bomba” que estava prestes a rebentar, com o anúncio, na terça-feira, de que a Mitsubishi se retirava oficialmente das competições. “Por cortesia, ligou-me na véspera a dar-me conta do que se passava”, recorda o piloto. “Mas tranquilizou-me logo de seguida, dizendo que o meu projecto não estava em perigo, passando, inclusivamente, a ser prioritário à luz da reorganização por que passaria a equipa. Tinha era de esperar mais um pouco…”.

A luz verde chega, enfim, hoje mesmo do Japão: “O que falta é a assinatura no papel. E não há razões para o projecto não se confirmar, até porque o Dominique quer muito que ele vá para a frente. Afinal, é o primeiro projecto-cliente que ele vai montar”, explica Carlos Sousa, já com o primeiro (e único) teste ao Racing Lancer agendado para o dia 17 ou 18.

E quanto a expectativas? “Para já, confesso que ainda nem sei como se abre a porta do carro (risos). Por tal, aceitarei o resultado que vier nesta primeira prova. Na segunda é que já não”, avisa, antes de estiupular objectivos: “Mesmo com esta paragem, acredito que estarei rapidamente a um bom nível e, mesmo sendo difícil, acredito que tenho condições para ganhar o campeonato”. A concorrência então que se cuide.