YVES MATTON “QUEREMOS VENCER EM 2017 E ATACAR O TÍTULO EM 2018”

Por a 6 Fevereiro 2017 10:56

As coisas não correram nada bem à Citroën no Rali de Monte Carlo e a pressão intensifica-se para o Rali da Suécia, onde a equipa está ‘obrigada’ a ter um melhor desempenho, ou mesmo que os azares voltem a surgir, é urgente mostrar que o novo C3 WRC ‘anda’, algo que ainda não foi possível perceber no Monte Carlo. Para já as coisas não começaram bem com a operação Suécia, com Kris Meeke a capotar nos testes, embora isso só tenha servido para atrasar um pouco mais o programa do que outra coisa qualquer: “Logo depois de termos regressado do Mónaco a equipa começou a trabalhar de forma calma, mas determinada. A análise que fizemos do Monte Carlo levou-nos a concluir que a nossa pobre performance foi resultado de vários pequenos incidentes, ao invés de um grande problema” começou por dizer Yves Matton, que se refere ao facto da Citroën ter testado para o Monte Carlo em pisos com muita neve… e sem neve nenhuma, quando as condições dos troços foram… mistas: “Estamos mais descansados por esse facto, e continuamos confiantes relativamente ao nosso potencial. Na Suécia, esperamos, obviamente, um melhor resultado” prosseguiu Matton, que nos explicou as bases deste regresso ao WRC da Citroën Racing como equipa oficial: “A decisão deu-se com base em diversos fatores. Estávamos a chegar ao fim de um ciclo de três anos no WTCC, no momento em que a marca se preparava para lançar um novo produto muito importante do ponto de vista estratégico: o novo C3. Ao mesmo tempo, a FIA encontrava-se a desenhar o novo regulamento para o WRC. Como o C3 se enquadrava perfeitamente no que foi definido, tudo acabou por fazer sentido. Foi este encontro de circunstâncias que ajudou a Citroën a optar por retirar o melhor partido do seu envolvimento no desporto motorizado.

Quais foram os desafios colocados pelo novo regulamento?

Num primeiro olhar, podias facilmente interpretá-las como um pequeno avanço face ao que existia anteriormente. Mas é muito mais do que isso: o aumento da potência, a cada vez maior influência da aerodinâmica e o regresso do diferencial central eletrónico são três grandes mudanças. Aplicámos todo o nosso conhecimento e experiência nestes três pontos, tendo por base o passado no WRC e a recente incursão no Campeonato do Mundo de Turismo. Tal ajudou-nos a exceder o pensamento e a ultrapassar mais depressa as dificuldades do processo.

Como avalia o trabalho realizado até ao momento desde o início do projeto?

É incrível! A janela de tempo foi muito mais compacta comparativamente a programas anteriores. Mesmo com a nossa experiência, não nos podíamos dar ao luxo de perder tempo no desenho e desenvolvimento do carro. Mas o ‘know-how’ da equipa permitiu-nos percorrer um grande número de quilómetros sem encontrar problemas de maior. Sem eles não teríamos conseguido concluir o projeto no calendário previsto.

Vê traços do Grupo B no novo C3 WRC?

O Citroën C3 WRC recorda certamente os carros que entusiasmaram uma geração de adeptos de ralis em que eu próprio me incluo. Trinta anos depois tudo mudou, felizmente, em particular no capítulo da segurança. Mas é verdade que no próximo ano os pilotos vão ter que domar uma ‘besta’ infernal e agressiva. Quando vi o Kris Meeke pilotar o carro pela primeira vez, disse a mim mesmo que tínhamos atingido o nosso objetivo. Há um lado verdadeiramente espetacular nesta geração dos World Rally Cars.

Acredita que estes novos carros podem dar um novo ímpeto ao WC?

A geração anterior era frequentemente criticada por uma certa falta de agressividade em alguns pontos. Penso que os ralis se mantiveram como um desporto espetacular no que ao cenário e emoção dos eventos diz respeito, mas aos carros faltava certamente um lado agressivo, selvagem. Na minha opinião, isso é algo que iremos ver novamente agora. Espero que as mudanças estimulem o interesse dos adeptos mais jovens e que tenham um efeito positivo no campeonato.

Que papel desempenhou Kris Meeke no desenvolvimento do carro?

Numa palavra, vital. Necessitávamos de um líder, de alguém com muita experiência e conhecimento técnico. O Kris tem vindo a desenvolver carros para o Grupo PSA há mais de dez anos. Ele é um engenheiro certificado e isso significa que ele é capaz de providenciar análises detalhadas sobre determinados aspetos do carro. É sem margem para dúvida uma das principais razões para nos termos conseguido manter dentro do calendário definido, cumprindo os prazos e os objetivos delineados.

Qual o motivo para escolher Craig Breen e Stéphane Lefebvre como seus colegas de equipa?

Para atingirmos o nosso principa objetivo, que é vencer ralis em condições normais em 2017, já tínhamos o Kris sob contrato. Ao longo de 2016, ele mostrou que é capaz de lutar por vitórias em qualquer superfície. Para as outras equipas, havia dois caminhos que poderíamos seguir: ou escolhíamos um piloto experiente com andamento comprovado, que poderia desafiar o Kris pelo papel de líder da equipa; ou seguíamos com a visão da marca, que é ter uma abordagem diferente que aposta em jovens talentos. É também uma abordagem consistente com o que a Citroën Racing tem vindo a fazer há mais de vinte anos. Os resultados do Craig e do Stéphane mostraram que temos dois pilotos muito talentosos e promissores nos nossos quadros. Por isso decidimos dar-lhes uma hipótese de provarem o seu valor ao mais alto nível. A médio-prazo, eles serão o futuro do WRC.

Quais são as suas ambições para as próximas temporadas?

Em 2017, queremos vencer ralis em condições normais, superando os nossos concorrentes. Depois, em 2018, o nosso objetivo é conquistar pelo menos um dos títulos em disputa.

Existe uma pressão acrescida devido à história da Citroën no WRC?

Quando leio certos comentários percebo que muita gente espera que o C3 WRC seja rápido desde o primeiro segundo. Portanto certamente que temos pressão em cima dos nossos ombros. A equipa não está talvez tão estabelecida neste ambiente como em anos anteriores, por isso vamos precisar de algum tempo para nos ambientarmos novamente. Como sempre, não nos iremos deixar levar pelo entusiasmo. Vamos tratar este desafio com o respeito que ele merece.

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Ralis
últimas Autosport
ralis
últimas Automais
ralis
Ativar notificações? Sim Não, obrigado