WRC, Sobieslaw Zasada: Rali Safari aos 91 anos

Por a 23 Junho 2021 09:23

Sobieslaw Zasada vai fazer história no Rali Safari Quénia quando se tornar o concorrente mais antigo a iniciar uma ronda do Mundial de Ralis, aos 91 anos de idade. Vinte e quatro anos após a sua última prova, quando terminou em 12º na clássica africana ao lado da esposa Ewa, Zasada regressa ao volante para enfrentar um dos desafios mais famosos e mais difíceis do desporto motorizado.

O polaco, que terminou em segundo lugar no Safari de 1972, ao volante de um Porsche 911S, vai guiar um Ford Fiesta Rally3 da M-Sport Polónia, no regresso do Safari ao WRC após uma ausência de 19 anos.

Durante uma longa e distinta carreira, Zasada venceu o Europeu de Ralis por três vezes em 1966, 1967 e 1971 e terminou em segundo lugar em mais três ocasiões. Grande parte da sua carreira foi anterior ao lançamento do Mundial de Ralis, em 1973 e o detentor do título europeu foi considerado como o campeão mundial de facto. O WRC.com falou com Zasada.

Porque decidiu vir novamente ao Rali Safari?

“Sempre achei o Safari um rali fantástico. Já participei oito vezes – a última vez em 1997. Estou muito curioso para ver como é este rali na sua forma atual e foi por isso que decidi vir”.

Qual será, na sua opinião, o desafio e qual é o seu objetivo?

“É claro que isto é um desafio e o meu objetivo é simplesmente chegar ao fim”.

Quão emocionante será regressar ao Safari 24 anos após a sua última visita?

“É difícil falar de emoções porque é difícil comparar as minhas provas anteriores, que eram muito difíceis, com o que está a acontecer agora.

Na altura, eu conduzia até 6.000km sem parar! Estes eram ralis muito difíceis. No Rali Safari mais longo, de 1972, que tinha 6.480 km de comprimento, terminei em segundo lugar. O vencedor estava mais de nove horas atrás, em relação ao horário. Conduzia durante três dias e três noites, sem qualquer pausa. Beber chá ajudou-me muito!”

O seu neto, Daniel Chwist também vai correr, que conselho tem para ele?

“Ensinei os meus netos a guiar quando tinham 12 anos. Desde o início, disse-lhes que o mais importante é chegar à meta com a velocidade certa. O Daniel guia muito bem e falámos muito sobre ralis e técnicas de condução. O meu neto mais novo, Artur, é também um excelente piloto e compete com sucesso nas séries de 24 horas, com um KTM GTX”.

Fez o Safari oito vezes na sua carreira. O que é que o traz sempre de volta?

“É o desafio. O Safari costumava ser um rali muito difícil, mesmo o mais difícil do mundo. Mesmo o de 1997, foi mais fácil do que o dos anos 60.

Penso que esses eventos foram três ou mesmo quatro vezes mais difíceis do que os atuais, em termos de resistência e condução.

Mesmo há 24 anos, tivemos mais de 1000 km de troços, mas também tivemos duas etapas no total, com cerca de 700 km, que não puderam ser concluídas a tempo.

Qual é o segredo para ter sucesso?

“O piloto deve conduzir rápido e bem. No passado, os ralis eram corridas do princípio ao fim. Nos meus eventos anteriores era preciso ir o mais rápido possível para estar na liderança, mesmo sem pausas de assistência (fazíamos-mo-las durante as secções competitivas). Agora é diferente, há muitos pontos de assistência e os troços são muito mais curtos. Este ano, há um total de 18 troços com uma extensão de 320 km…

Na minha carreira, houve ralis que chegaram a ter 30.000 km, como o que se verificou em toda a América do Sul. Londres-Sydney tinha mais de 16.000 km, e o troço australiano de Perth-Sydney continha 6.000 km de condução sem paragens. Às vezes, descansava durante uma ou duas horas…”

Quais são as suas melhores recordações do Safari?

“Uma recordação forte é o meu acidente em 1972, o que me fez perder muito tempo. Fui então ultrapassado por três Ford de fábrica, mas logo após ter conseguido ultrapassar dois deles: Vic Preston Jr e Timo Mäkinen, os principais concorrentes destes tempos. Finalmente, fiquei em segundo lugar e o vencedor foi Hannu Mikkola, conduzindo também para a Ford. Também é preciso lembrar que aquelas vezes em que competi na categoria mais alta, que é o equivalente à atual categoria World Rally Car. Fui piloto de fábrica de Steyr Puch, Porsche, BMW, Mercedes-Benz como o único piloto dos países de Leste.

No rali deste ano, eu sou simplesmente um amador. Vou ver como é que é agora. Também tenho memórias muito interessantes de conhecer o povo polaco, porque muitos polacos vivem no Quénia.

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