WRC, Rali Ypres/Bélgica: será desta que Craig Breen finalmente afasta o azar?

Por a 19 Agosto 2022 08:51

Craig Breen tem sido uma das grandes desilusões de WRC 2022. O irlandês tudo tem feito para dar a volta à situação, sabe que não está à altura do desafio que lhe foi colocado nas mãos, mas até aqui não tem conseguido reverter a sequência de acontecimentos.

Era natural que tivesse dificuldades em algumas provas, pois nos últimos anos tem vindo a fazer o WRC a conta-gotas e a este nível isso paga-se quando se defrontam os melhores pilotos do mundo, mas estes dois últimos ralis, Estónia e Finlândia deviam ter corrido de forma bem diferente e este Rali da Bélgica é o último dessa sequência. Será desta que começa a dar a volta à situação?

Foi segundo em 2021, com a Hyundai, e venceu a prova em 2019 quando não contava para o WRC ou ERC. Pelo menos conhece bem as estradas, é rápido no asfalto, tem um bom carro nas mãos, o resto é consigo. Se consegue ou não, é outra história.

Estónia e Finlândia terminaram em desastre, e mais à frente vamos recordar o seu ano, é mau demais para ser verdade. Mas o que Breen fez durante anos e anos para o levar à M-Sport, não se ‘apagou’, está lá, e o irlandês só tem que reacender a chama.

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Monte Carlo: Craig Breen/Paul Nagle terminaram no pódio, ‘oferecendo’ uma bela estreia ao Ford Puma Rally1, face ao triunfo de Loeb, este foi um bom sinal, mas…

Terminaram no terceiro lugar, o que já não conseguiam desde o Rali da Finlândia de 2021 com a Hyundai. Quarto pódio nos últimos sete ralis do WRC era um excelente cartão de visita de um piloto a quem este rali não correu na perfeição, longe disso, mas cujo resultado foi prometedor.

Suécia: Foi aqui que tudo começou a correr mal. Esperava-se que Craig Breen lutasse pelo triunfo, mas o irlandês desiludiu desde cedo pois fez um pião na PE1 e saiu de estrada no segundo, depois de ter tido um problema com o limpa pára-brisas que se ativou e a água começou a congelar, tirando-lhe visibilidade e concentração: resultado, saiu de estrada.

Recomeçou no sábado, voltou a desistir com um problema técnico, regressou no domingo e obteve um ponto na Power Stage. Na verdade, esta foi uma verdadeira desilusão para a M-Sport/Ford.

Croácia: Foi quarto classificado, fez uma prova regular, mas terminar a mais de três minutos do vencedor, não é um bom rali. Esperava-se muito mais do irlandês.

Portugal: Oitavo lugar, numa prova desastrosa para a M-Sport. Um furo na sexta-feira, seguiram-se más escolhas de pneus no sábado e por fim um problema de travões no domingo, levaram que quase não déssemos por Breen neste rali, tão apagado que andou. Globalmente fez dos piores ralis que já lhe vimos dos tempos mais recentes. Notou-se muito o facto de não vir a este rali desde 2018. Terá feito uma grande diferença.

Sardenha: Foi segundo, melhorou, andou no duo da frente, atrás de Tanak, mas nada mais pode fazer para contrariar o estónio. Depois, cedeu inicialmente à aproximação de Dani Sordo, que começou mal o rali, mas o piloto da M-Sport manteve o espanhol atrás e assegurou aí o seu melhor resultado do ano.

Safari: Terminou em 6º e mais de 20 minutos da frente. Na 6ª feira, era sexto mas teve problemas de direção e caiu para o nono lugar. No dia seguinte, perdeu mais de um minuto por causa da poeira do seu colega de equipa, mais tarde, voltou a furar e a perder mais 1m46.6s. E foi assim durante quase todo o rali.

Estónia: no primeiro rali que poderia brilhar fortemente, teve mesmo muito azar. Era terceiro classificado, estava a andar bem, deslizou para fora de estrada, na relva, sem bater em nada…até que bateu, num poste de cimento que estava no chão, tapado pela relva.

Mais uma desilusão e logo numa prova em que tinha muito a provar, pois tinha sido segundo nos dois últimos ralis da Estónia. Se houvesse um rali em que poderia mostrar o que vale, era neste. Terminou a prova extremamente desiludido e tinha fortes razões para isso.

Finlândia: Este na luta na frente até à PE6, quando um toque numa pedra dobrou um braço de suspensão do seu Puma. Depois, nunca conseguiu ritmo para desafiar os mais rápidos.

Mais tarde, era quinto já na PE11, quando danificou a suspensão do seu Ford Puma Rally1, depois de um toque numa pedra, caindo muito na classificação. De forma muito pouco habitual, o seu Chefe de Equipa, Richard Millener veio a público condenar o seu erro, dizendo que “é um erro que não deveria acontecer”, e esse foi um muito mau sinal…

Agora a Bélgica, será desta que finalmente afasta o azar?

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