WRC, Rali Ypres/Bélgica, Ott Tänak: “o potencial está lá, vitórias são possíveis, mas é preciso muito mais…”

Por a 22 Agosto 2022 09:24

Ott Tänak/Martin Järveoja venceram pela terceira vez este ano, mostrando uma Hyundai bem diferente da que começou o campeonato

Ott Tanak, duas vitórias consecutivas, na Finlândia e agora aqui na Bélgica. Talvez não esperassem estar no degrau mais alto do pódio?

“Para ser honesto, foi de facto um desafio e tanto. Quer dizer, a Bélgica é sempre um rali complicado, isso já aprendemos no ano passado. As características são um pouco semelhantes à Alemanha, mas toda a superfície muda e há grandes cortes, especialmente nas aldeias. Na verdade, não esperávamos dar luta ao Thierry, mas depois conseguimos defender-nos dos Toyota, e foi um bom trabalho.”

O que achaste do teu carro este fim-de-semana?

“Em alguns momentos não foi tão mau, mas tivemos este problema de transmissão em que tivemos de mudar para outra coisa. Basicamente, o nosso teste não foi realmente o melhor para termos uma boa ideia do que precisávamos de fazer. Sabíamos que no shakedown podíamos ter uma boa ideia, basicamente, trouxemos algumas opções, mas não estávamos a planear trocá-las devido a problemas de fiabilidade. Mas tivemos de trocar. No final foi bom o suficiente, habituei-me e adaptei-me.”

Fala-nos desse problema de transmissão. Perderam tempo, mas não tanto. Qual foi a dimensão do problema no sábado?

“Sim, foi num momento, começou a piorar e deixámos de ter o desempenho completo. Na verdade, não foi nada que nos pudesse fazer perder um minuto, mas perdemos performance”.

Duas vitórias seguidas é ótimo de se ver, e esse impulso está lá. Parece que o moral da equipa está bastante elevado neste momento. Tu e o Thierry estiveram em forma este fim-de-semana. Perguntei-lhe na Finlândia se pensava que as coisas tinham virado uma esquina, e não estava tão certo disso. Será que alguma coisa mudou desde esse ponto?

“Passaram apenas algumas semanas desde a Finlândia e acho que todos esperavam ver o Thierry a andar bem aqui. É a sua prova de casa e ele conhece bem todos os troços, as superfícies e tudo o que precisava de saber para andar mais depressa. Não há dúvida de que o Thierry seria rápido aqui, qualquer que fosse a situação do carro.

Do nosso lado, ficámos bastante surpreendidos. No shakedown, ainda lutámos bastante, mas conseguimos reagrupar-nos. Forçamos e juntos conseguimos uma direção a seguir e podemos ver que o potencial está lá e que algumas vitórias são possíveis, mas no conjunto, em cada superfície e em cada rali, é preciso muito mais…”

Tiveste depois numa grande batalha com o Elfyn Evans. Quando chegaste ao 1º troço de domingo, qual era a tua intenção? Andaste a fundo, estavas no limite?

“Digamos que estava a forçar o andamento. As primeiras passagens são bastante difíceis. Temos muitos carros à nossa frente e entre nós e os batedores. Na verdade, há muitas mudanças, muitos cortes, a estrada fica suja. Por isso, é sempre necessário deixar algum espaço para surpresas. Eu sei que o Elfyn é muito forte no asfalto e especialmente em condições mais complicadas. Tive de insistir um pouco.”

Esta é a segunda vez que o WRC veio a Ypres. O que pensas do evento?

“Não há dúvida de que o WRC precisa deste tipo de eventos em que as pessoas têm este tipo de paixão com os ralis. Vir aqui, fazer os troços, ver estas multidões enormes significa que é um lugar que os ralis precisam, onde são amados. É o melhor para todos nós, também os construtores adoram que haja muita gente na estrada, e é óptimo estar aqui.

Falaste com o Thierry Neuville acerca do vosso ‘bate-boca’ na imprensa, face ao que ele disse?

“Sim, falámos sobre isso, foi provavelmente algum tipo de ‘mind games’. Foi o que foi! Todos, como sabe, estão sob muita pressão e o Thierry foi quem mais a teve, lutando em frente à sua multidão, em casa, tentando chegar à vitória. Isso era importante e eu não tenho qualquer problema com isso.”

Passaste na zona em que ele se despistou primeiro que ele, ele disse que foi surpreendido com a poeira. Passaste à frente e não havia pó. Ele disse que era impossível de evitar. Colocaste lá o pó para ele?

“Quando se está a liderar deve-se ser capaz de trazer o carro para casa. Se se colocarem na nossa posição, percebem que o Elfyn, eu e o Esapekka mais recentemente, as coisas podem acontecer muito facilmente. Estamos a ‘jogar’ nos limites e a linha entre passar e errar é muito ténue. É difícil de explicar, por vezes é muito difícil explicar a nós próprios porque é que estas coisas acontecem. Faz parte deste trabalho e é também isso que torna este desporto tão especial.”

Estás no final do teu contrato este ano?

“Não, eu tenho um contrato para o próximo ano”

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