WRC: Ott Tanak voou para a vitória no Rali do Chile

Por a 1 Outubro 2023 18:16

Pela primeira vez em cinco anos, a M-Sport/Ford vence mais do que um rali no mesmo ano. Depois do triunfo na Suécia, Ott Tänak/Martin Järveoja (Ford Puma Rally1 Hybrid) venceram o Rali do Chile depois de uma prova em que não só mostraram sempre estar muito fortes, como souberam fazer as melhores escolhas nos momentos cruciais do evento, triunfando categoricamente na prova chilena, curiosamente, novamente o estónio, ele que também tinha sido o vencedor em 2019 na outra vez que a prova se realizou no WRC. Só que na altura, com a Toyota.

Depois 2017 (5 triunfos) e 2018, com quatro, todos de Sébastien Ogier, que a M-Sport/Ford fazia uma longa travessia do deserto. Não venceu qualquer rali em 2019, 2020, 2021, e triunfou no arranque dos Rally1 com Sébastien Loeb no Rali de Monte Carlo de 2022. Nesse ano, nada mais.

Este ano, novamente com Ott Tanak na equipa, novo triunfo, agora na Suécia, e desta feita, o segundo triunfo da época, no Chile.

Uma vitória que chega num momento muito delicado para a equipa que procura formas de se manter no WRC, nos Rally1, algo que não é seguro neste momento, mas que este triunfo vem ajudar fazer respirar de alívio uma estrutura que tem dado muito aos ralis, mas que tem sempre navegado à vista num mar de dificuldades. Os anos de 2017 e 2018 foram uma boa mostra do que a equipa é capaz com as condições certas. Nesses anos, os astros alinharam-se, mas desde aí isso não voltou a suceder.

E agora o receio que o caminho possa estar perto de terminar, surge este triunfo que pode dar a todos um novo fôlego, e que possa ser um ponto de partida para que a equipa encontre o seu caminho e fique no WRC/Rally1.

Este não tem sido um ano fácil para a M-Sport e para os seus homens e mulheres, pois tem havido muita desilusão, muita coisa mal feita, alguma desmotivação, isso é notório. Mas também muito remar contra a maré do infortúnio, e por isso esta prenda de Ott Tanak é mais do que merecida para a equipa.

Ao fim ao cabo, a Hyundai com um orçamento ‘N’ vezes maior, só venceu uma vez este ano.

Ott Tänak terminou o primeiro dia de prova na frente depois de gerir bem os pneus do seu Ford Puma Rally1, passando para a liderança depois de transformar um atraso de 3.8s para Teemu Suninen na PE4 para um avanço de 4.2s na PE6. Poupou inicialmente para atacar depois, garantindo que ‘tinha’ pneus suficientemente bons para o fazer. E foi aqui que esteve o segredo no primeiro dia de prova.

O piloto do Ford Puma da M-Sport marcou o ritmo no primeiro troço do dia, em Pulperia, mas a sua sorte caiu rapidamente quando os problemas causados por uma forte ‘aterragem‘ o fizeram cair para terceiro. Para além de ter deixado o seu copiloto Martin Järveoja sem fôlego, o impacto também causou pequenos danos na suspensão e a perda de potência do sistema híbrido.

No entanto, foi a abordagem estratégica de Tänak à repetição do ‘loop’ de troços à tarde que o ajudou a recuperar o primeiro lugar. Em condições amenas de primavera, foi o único piloto da frente a selecionar um pacote de pneus que consistia exclusivamente em Pirelli de composto macio, conhecida por seu desempenho superior, mas vida útil mais curta.

O campeão do mundo de 2019 arrebatou a liderança de Teemu Suninen no penúltimo troço e, crucialmente, foi o mais rápido novamente no final dos 23,32 km de Rio Claro para aumentar sua vantagem para 4,2 segundos durante a noite.

No segundo dia, estiveram imperiais, tanto no ritmo quanto na gestão de pneus, terminando o dia com 58.3s de avanço ficando com as portas da segunda vitória do ano para a Ford bem abertas.

Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai I20 N Rally1 Hybrid) acabaram o rali no segundo lugar um resultado bem melhor do que a exibição no início da prova, muitos problemas com a falta de aderência, e com isso foi-se a confiança. Na PEC6 perdeu o sistema híbrido e fez toda a restante etapa sem ele. Furou na PEC7 e terminou a manhã a 15.2d de Suninen, em terceiro.

Melhorou o ritmo de tarde, geriu bem os pneus e terminou o dia a 13.9s de Suninen, herdando depois o 2º lugar no domingo quando o finlandês desistiu.

Teemu Suninen/Mikko Markkula (Hyundai I20 N Rally1 Hybrid) foram infelizes já que fizeram um bom rali, estavam a suster o ataque de Neuville no último dia mas após um salto, partiu-se a suspensão dianteira direita e o abandono foi inevitável, depois de saírem de estrada. Mereciam o 2º lugar, mas os ralis são mesmo assim…

No primeiro dia tiveram alguns pequenos problemas mas chegaram a passar pela liderança no início da tarde de 6ª Feira, mas depois pouparam demasiado os pneus e cederam tempo e a posição a Tanak. No 2º dia caíram para terceiro atrás de Evans, mas quando os Toyota tiveram problemas com os pneus voltou ao segundo lugar, terminaram o 2º dia com 13.9s na frente de Neuville mas no domingo veio o abandono.

Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) terminaram no lugar mais baixo do pódio, mas os problemas que a Toyota teve com os pneus atrasou-os muito e com isso ficaram a uma distância impossível de recuperar em condições normais.

No primeiro dia, Evans apesar da luta pela aderência, completou o dia a 8,5 segundos de Suninen, em terceiro, na altura ainda na luta pelo triunfo nas a manhã de sábado acabou com as esperanças da Toyota pois uma má escolha de pneus macios para o ‘loop’ tramou toda a equipa. Na PEC9 Evan chegou com os pneus traseiros sem borracha, com um duplo furo e perdeu muito tempo. Terminaram o dia em 4º atrás de Neuville e subiram ao pódio depois do abandono de Suninen.

Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) foram quartos. Terminaram o primeiro dia em quinto a 38.7s da frente, depois à limpeza da estrada, mas com o problema com os pneus de todos os Yaris, chegaram ao fim da PEC9 a quase dois minutos e com isso terminou-lhes com todas as hipóteses de conseguirem recuperar.

No 1º dia um meio pião na última especial, quando caiu para quinto da geral, terminando o dia 11,0 segundos atrás de Neuville. No segundo dia perderam 41.3s atrás de Munster que se tinha atrasado mas foi-lhes devolvido 18s. Pouco mais conseguiram fazer mas ainda venceram a PowerStage.

Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid) terminaram o rali em quinto em mais uma prova muito apagada.

Alberto Heller/Luis Allende (Ford Puma Rally1 Hybrid) fizeram o rlai possível, naquela que foi a sua estreia com um Rally1. Eram 12º da geral atrás de vários RC2 quando bateram numa pedra na PEC12 e danificaram a direção do Ford. voltaram no domingo, mas o melhor que fizeram num troço foi um 7º lugar. A estreia possível, terminaram muito atrasados.

Esapekka Lappi e Janne Ferm capotaram o seu Hyundai i20 N Rally1 na primeira especial da prova, saíram ilesos, mas o carro ficou muito destruído não lhes permitindo voltar no dia seguinte.

Num troço seco e muito rápido, em estrada não muito larga, numa esquerda rápida, o piloto tocou numa vala de esgoto no lado de dentro da curva e o carro foi catapultado tendo capotado várias vezes. Game Over!

Para Pierre-Louis Loubet/Nicolas Gilsoul (Ford Puma Rally1 Hybrid) também sairam de estrada, dois troços depois de Lappi, na PE3, e não regressam neste rali.

Os estreante Grégoire Munster viu o seu navegador Louis Louka esquecer-se das notas no hotel, passando a manhã a ler as notas a partir de um telemóvel. No segundo dia tiveram problemas devido a um toque e atrasaram-se muito: “Fui apanhado com os pneus traseiros completamente gastos, tocámos numa berma e pensei que tínhamos partido um braço [da direção], por isso tentei continuar devagar, mas na verdade tivemos um duplo furo à direita”. Terminaram em 13º. fizeram dois sextos lugares em PECs.

Do WRC2 falaremos noutro lado.

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1 Comentário
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strakarevo
6 meses atrás

Parabéns ao Ott e á M-Sport. Finalmente.

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