Troços de Fafe: Iniciados, Nacional, Mundial…agora Europeu!

Por a 25 Setembro 2021 20:19

Fomos para Fafe em 1988! Foi com esta frase que Carlos Cruz, presidente da Demoporto, clube que coloca de pé há muitos anos o Rali Serras de Fafe, nos contou com algum detalhe mas ainda assim sucintamente como tudo se desenvolveu em Fafe. “Tudo começa pelo troço de Lagoa, que existe desde que me conheço nos automóveis. Lembro-me de ver Giovanni Salvi, António Diegues no Fafe/Lagoa, nos ralis dessa altura, o troço da Pereira, havia várias versões. Faziam-se nos ralis de Bracara Augusta, Rali Portugal, Volta Portugal, ainda anos 70.

Depois disso surgiu o troço Pereira, e só mais tarde a Lameirinha.

Montim agora é um híbrido, Luilhas não tinha nada a ver, era totalmente diferente, Cimo do monte já é anos 90 (curiosamente, este ano de 2021 vai passar pela versão antiga e não pelo cimo do Monte, termina na povoação de Luílhas, o restante troço é shakedown, e os célebres ganchos a descer o monte este ano não se fazem), Vila Cova. Havia o troço de S. Pedro, hoje agarrado Lameirinha, Luilhas vai por cima do monte porque a Câmara tinha que asfaltar e o então presidente, Parcídio Summavielle, abriu estradas. Agora, essas estradas servem as eólicas, mas quando nasceram só serviam os ralis. E havia ainda Veiga considerado, que é considerado Fafe, embora os primeiros 300 metros pertencessem a Guimarães.

É um resumo sucinto, mas fomos mais longe, pois fizemos um levantamento, apenas após 1974, pois antes disso é quase impossível ter certeza dos dados. Aqui fica algum detalhe, para os mais curiosos, das ‘andanças’ dos principais troços de Fafe.

Montim:

A primeira vez que surge este troço é no Rali de Portugal 1986 com 7 km na altura, e que quase nada tem a ver com o troço de hoje em dia. Em 1988 passa a fazer parte do Rali F.C. do Porto. Pelas quilometragens o troço manteve-se o mesmo desde 1986 até 1991. Em 1992 começaram a usar a parte do miolo, que hoje em dia ainda se usa, e a quilometragem desceu para os 5 km. Foi usado continuamente até 1993, sendo que depois foi recuperado em 1996 já numa versão diferente a começar onde acaba agora o troço de Montim do Rali Serras de Fafe.

Quanto ao Nacional, começou então a ser usado em 1988 pelo Futebol Clube do Porto e tal como o Rali de Portugal foi usada a versão 6,7 km até 1991, depreende-se que foi por causa do alcatroamento da estrada. A partir daí foi usado sempre ou quase sempre, em inúmeras versões e sentidos.

Luílhas

Luilhas surge em 1988 numa versão de 8,60 km. O percurso do troço não se fazia pelo cimo da serra, mas sim na povoação de Lagoa e depois passava por Gontim, Luilhas e ia terminar na povoação do Monte. Curiosamente, este ano de 2021, é semelhante: Lagoa, asfalto, início de Luílhas, sobe ao alto do monte, desce para Gontim, anda no empedrado desta localidade, e vira para a povoação de Luílhas, pela estrada antiga do troço e que já se fez várias vezes ao longo do anos, com outros nome.

Em 1989 apareceu a versão de 15 km que começava em Lagoa, fazia o troço de Fafe (o antigo que acabava em Rossas) e depois entroncava na versão do ano anterior de 8,7 km (Rali do FCP 1991).

Essa versão de 15 km, ou 14,7 Km, foi também usada pelo Rali de Portugal 1990 e 1991.

Em 1992 tanto o Nacional como o Rali de Portugal começaram a usar a versão pelo alto da montanha, a que se tornou a mais tradicional do troço.

Este troço, ou parte dele, foi usado também no Rali Torrié do Targa como ‘Guilhofrei’ sendo que no cimo da montanha virava à direita para uma pista de cross, a pista de cross de Guilhofrei e terminava para essa zona.

Hoje em dia, Luís, com as eólicas tem pedaços de estrada muito mais largos e outros que deixaram de se usar em função das novas estradas, mas nada de muito significativo. Nos anos mais recentes, o troço chegou a ter 18 km, porque começava em Aboim, e teve um prolongamento no final derivado à construção de uma pequena estrada que possibilitou que se acrescentassem mais uns quilómetros no final.

Lameirinha/Ruivães

Ruivaes são os primeiros 13 km do tradicional Fafe/Lameirinha. A primeira vez que ‘apanhamos’ este troço pós 1974 é num rali de iniciados, em 1975 organizado pelo Sport Clube do Porto.

O troço chamava-se Pereira, e começava no Confurco e terminava na Lameirinha e tinha aproximadamente 8 km.

Até começar a ser usado pelo Rali de Portugal em 1984, teve várias versões, ora começava no Confurco e terminava na Lameirinha, ou o contrário. Teve também uma versão a iniciar-se perto de Moreira de Rei, no Rali Fapobol 1987 e na Volta a Portugal 1983, e a terminar no Confurco.

Em 1984 começou a usar a primeira versão mais conhecida de 10km a começar na Lameirinha e a terminar no cemitério de Lagoa, foi neste ano que se começou a usar o salto da Pedra Sentada, o segundo salto, o primeiro é o salto de Pereira.

Em 1994 introduziu-se a primeira grande alteração neste troço. Passou a ter 20 km, e começava em Barbosa, fazia parte do percurso de Ruivães ao contrário até à Lameirinha, e depois daí fazia o percurso normal de 10 km até ao cemitério de Lagoa. Foi usado tanto pelo Nacional como pelo Mundial, nesse ano.

Em 1995 o Mundial também usou esse troço mas o Nacional partiu o troço em dois de 10 km.

Em 1996 o ACP começou a usar a versão mais conhecida de Fafe/Lameirinha, a versão de 15 km e que durou no Mundial até 1996. O Nacional usou uma versão de 9 km, que era a antiga de 10 mas ao invés de começar na Lameirinha começava 1 km mais à frente na ‘Povoação’. Em 1997 foi igual, e usaram também uma versão de Ruivães de 7 km.

Em 1998 o FCP pegou definitivamente nos 15 km de Fafe/Lameirinha e durou até 2004. Em 2005 e com a construção dos parques eólicos o troço sofreu diversas alterações com aumento de quilometragem e utilização das novas estradas dos parques. A versão mais longa chegou a ter 21 km de extensão.

Faltam-nos dados dos anos mais recentes, mas sabemos que chegou a fazer-se o troço em sentido contrário.

O aumento de quilometragem deveu-se também à junção com um antigo troço usado nos anos 90 chamado São Pedro, e o troço chegou a terminar perto da Barragem da Queimadela.

Esta versão da Lameirinha que se chegou a fazer no sentido contrário ao habitual, passava no salto da Pedra Sentada ao contrário, como aconteceu há uns anos e terminava no Confurco.

Outra curiosidade: em 2012 a Baja Serras do Norte usou o percurso do Fafe/Lameirinha como prólogo, tendo sido provavelmente a primeira vez que o troço foi usado pelo nacional de TT.

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