Rally1 vs WRC’21: quais os mais rápidos?

Por a 27 Maio 2022 16:12

Olhando para a tabela abaixo, os números são curiosos, mas tal como já tínhamos escrito antes do campeonato começar: depende é a resposta mais simples à questão colocada no título deste artigo…

Na altura escrevemos: imaginemos que temos uma reta de um quilómetro. Que carro seria mais rápido? Sem margem para dúvidas o novo Rally1. Porquê? É simples: a potência de 516 cv, em 1000 metros não dá a mais pequena hipótese ao WRC 2017/21.

Mas então porque se diz que os novos Rally1 podem ser mais lentos?

Depende! Novamente. Explicando: se for um troço semi rápido em asfalto, onde a aerodinâmica superior dos WRC 2017/21 não seja fundamental, a maior potência dos Rally1 e menor velocidade em curva, face a precisamente o contrário dos WRC 2017/21, mais velocidade e curva e menor aceleração, deverá resultar em tempos semelhantes.

É na terra que os WRC 2017/21 podem ser mais rápidos que os Rally1, porque têm uma suspensão mais evoluída, conseguem colocar muito melhor a potência no chão e porque pesam menos 100 kg.

Mas olhando para os números do Rali de Portugal, não é isso que ‘dizem’. Em 20 troços, os Rally1 fizeram melhores tempos em 50% dos troços, obviamente, os outros 50%, foram os WRC.

Mas isto é a parte simples, porque as coisas complicam-se.

Basicamente, há vários fatores que explicam os números, houve algumas mudanças nos troços, as reparações que foram feitas nos pisos dos troços de 6ª Feira, tornaram-nos relativamente diferentes face ao ano anterior, mais ‘macios’, com mais saibro (areia grossa com pequenas pedras à mistura), como se percebe, para a segunda passagem na sexta-feira pelos troços da Lousã, Góis e Arganil não houve grandes melhorias.

O piso não era mau, estava era muito moído, muito mexido, e as pedras ficaram mais expostas, não foi um rali com mau piso, foi um rali com muito bom piso, no dia de sábado os pisos estavam globalmente muito bons, e domingo estava até melhor do que era esperado pelas equipas.

Um pequeno aparte, curiosamente, as reparações que foram feitas nos troços, penalizaram menos que rodava mais à frente, face aos restantes, porque quem vinha mais atrás não tinha a estrada tão limpa quanto esperava, sem que isso penalizasse muito mais quem rodava na frente.

Resumidamente, os troços da Lousã, Góis e Arganil (mais estes dois últimos) mudam de características muitas vezes o que surpreende as equipas.

Convém perceber também que os registos são ainda afetados, não só pelos carros diferentes este ano face ao ano passado, mas também com as lutas que estavam a existir em determinado momento da prova.

Há muita coisa diferente do ano passado para este, o combustível foi diferente, o sistema híbrido, obviamente, que por acaso as equipas confessaram que não foi o ideal para a maioria dos troços e há ainda os novos Pirelli, com as equipas ainda a não perceberem se o pneu tinha mais aderência que o anterior ou não.

Recorde-se que a Pirelli trouxe para Portugal uma versão atualizada dos Scorpion KX WRC, o pneu para superfície de terra que a Pirelli desenvolveu especificamente para os Rally1.

O Scorpion KX WRC conta com dois compostos, ambos renovados para a temporada de 2022, com estruturas reforçadas e um design otimizado para o peso e potência extra dos mais recentes “Rally1.

Ainda relativamente aos pneus, se atentarmos especialmente no 1º dia, Lousã, Góis e Arganil os registos das primeiras para as segundas passagens, aos contrário do que é habitual, não melhoraram, pelo contrário, (Lousã, 8m58,9s/8m57.7s; Góis, 13m12.7s/13m12.6s; Arganil, 11m48.0s/11m51.6s) e isso ‘diz’ duas coisas: os pilotos ‘cortaram-se’ nas segundas passagens, nas zonas mais agressivas, mas a verdade é que cada troço teria que ser analisado caso a caso, o que significa que os números e as explicações ainda têm ali alguma latitude que pode ‘dar’ para um lado ou para outro.

Há outro pormenor que explica o facto dos Rally1 terem batido vários recordes.

É um rali muito rápido, onde se nota menos a questão do peso, da inércia, por exemplo.

Em Portugal não se nota tanto, no Rali da Grécia as diferenças serão certamente maiores favoravelmente aos WRC’21. Na Sardenha mais que em Portugal, pois é um rali mais técnico, mais lento, dependendo do traçado escolhido.

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