Rali de Portugal 2012: a última vez que um ‘privado’ venceu no WRC
O Mundial de Ralis de 2027 deverá ter um conjunto de regulamentos que pode permitir voltar a suceder no futuro algo que não sucede no WRC desde o Rali de Portugal de 2012: a vitória de um piloto e equipa privada numa prova do ‘Mundial’.
Já lá vão 13 anos que a elite do WRC se começou a distanciar das equipas privadas, tornando mesmo virtualmente impossível um piloto privado vencer uma prova. Em 2013, ainda se viram bastantes privados com bons resultados, por exemplo Martin Prokop (Ford Fiesta RS WRC) com um quarto e um quinto lugar, Robert Kubica (Citroen DS3 WRC), quinto na Alemanha, Bryan Bouffier (Citroen DS3 WRC), quinto no Monte Carlo, em 2014 Martin Prokop quinto no México e Henning Solberg quinto na Suécia, Bouffier, segundo no Monte Carlo, mas a partir de 2015 os privados começaram a ser cada vez mais ‘empurrados’ para longe ou mesmo fora do top 10, apesar de um brilharete aqui e ali, especialmente de Martin Prokop, em 2016, sétimos lugares de Esapekka Lappi, Henning Solberg e Martin Propkop, ainda foram vistos, mas com a chegada dos WRC 2017, isso foi-se vendo cada vez menos. Até hoje.
Talvez a partir de 2027, volte a abrir-se a possibilidade…
Entretanto, recordamos como no Vodafone Rali de Portugal de 2012, os heróis do pó, e vítimas da lama…
Golpe de teatro: Hirvonen desclassificado, Ostberg estreia-se a vencer
Mads Ostberg foi declarado vencedor do Rali de Portugal após a desclassificação do Citroën de Mikko Hirvonen. Finlandês tinha dominado uma prova onde Loeb, Solberg e Latvala cometeram um harakiri sob condições dantescas.
Uma montanha russa. Os quatro dias do 46º Rali de Portugal foram dos mais atípicos e imprevisíveis da história da prova portuguesa, incluindo condições meteorológicas variáveis (chuva torrencial, nevoeiro e, nos dois últimos dias, piso maioritariamente seco), um suicídio competitivo da maioria dos favoritos (Loeb, Sordo, Latvala e Solberg) quando estavam decorridas apenas seis das 22 especiais, para terminar com a desclassificação do Citroën de Hirvonen que acabaria por entregar a vitória no evento ao jovemMadsOstberg… mais de seis horas após a cerimónia final do pódio!Irregularidades na embraiagem do DS3 WRC – um joker introduzido nesta prova pela Citroën–retiraram a 15ª vitória da carreira do finlandês, depois de uma exibição irrepreensível e onde Hirvonen foi o único ‘oficial’ a manter a cabeça fria perante condições dantescas na sexta-feira.
Mas, se excluirmos o monumental golpe de teatro ocorrido no ‘prolongamento’, este Vodafone Rali de Portugal já tinha tido mais ‘episódios’ do que uma telenovela brasileira. Tudo começou com nova exibição de sucesso numa das zonas emblemáticas de Lisboa, a Super Especial na Praça do Império, que pelo segundo ano misturou os sons e cores do WRC por entre o triângulo formado pelo Padrão dos Descobrimentos, Centro Cultural de Belém e Mosteiro dos Jerónimos.
Solberg iniciou na frente a ligação para sul, para o aguardado regresso às especiais noturnas e onde a chuva a atenuaria as diferenças estratégicas na ordem de partida dos Ford e Citroën oficiais. Só que a equipa francesa sofreu uma baixa pouco habitual logo na SS3 (Santa Clara), quando Loeb percebeu erradamente uma nota de Daniel Elena e protagonizou uma saída de estrada que o deixou KO.
A noite algarvia também acabou com as aspirações de Dani Sordo, que após 500 metros ficou sem luz nos faróis do novo MINI John Cooper Works WRC, que estreou em Portugal um promissor pacote de evoluções desenvolvidas pela Prodrive. O espanhol foi obrigado a abandonar e regressaria no dia seguinte, através do Rally 2 (Super Rally) e com a respetiva penalização.
Oportunidade de ouro
Com Loeb de fora, os pilotos da Ford tinham aqui uma ‘aberta’ que dificilmente esperavam nas contas do campeonato. Só que a secção de sexta-feira amanheceu com chuva intensa e nevoeiro nos troços da região de Tavira, com Latvala a fazer um pião e a sair de estrada na primeira especial do dia (SS5), e Solberg a fazer o mesmo no troço seguinte. Um incrível harakiri que deixou Malcolm Wilson à beira de um ataque de nervos.
A Hirvonen, a partir daí, só restava evitar excessos e controlar a vantagem sobre os Ford privados de Evgeny Novikov e Mads Ostberg, os dois jovens pilotos que conseguiram sobreviver onde Latvala e Solberg claudicaram.
Novikov ainda passou pelo ‘segundo’ lugar mas Ostberg, mais rápido e experiente, assumiu essa posição com naturalidade, embora ambos tenham passado por sustos no último dia: o Fiesta do norueguês apresentou falhas no motor e o carro do russo viu o acelerador soltar-se na derradeira secção, com ambos a levantarem o pé para garantir que terminavam.
Ostberg ainda estava longe de imaginar que horas depois obteria a primeira vitória da sua carreira no Mundial, depois dos segundos lugares na Grécia e Gales em 2001.Um volte-face que promoveu o norueguês de 24 anos a vencedor ‘provisório’, já que o apelo da Citroën será agora julgado pela FIA.
Solberg e Latvala ainda regressaram à prova mas com resultados distintos: o norueguês ainda conseguiu subir ao terceiro lugar enquanto o finlandês, com maior tempo de penalização e problemas na bomba de gasolina após o regresso, só conseguiu o segundo lugar (e dois pontos) na PowerStage. Aqui, o mais rápido foi Dani Sordo que ao todo venceu seis especiais e mostrou o potencial do MINI ‘Evolução 2’.
Paddon resiste no SWRC
Na prova do SWRC assistiu-se a outro cenário muito improvável: Hayden Paddon desistiu com problemas eléctricos no Skoda Fabia S2000 (na sexta-feira) mas regressou para vencer o rali! O neozelandês foi recuperando terreno após voltar à prova em Rally 2, partindo para o último dia com quase nove minutos de atraso para o então líder, Yazeed Al-Rajhi. Só que o piloto saudita danificou a suspensão dianteira na manhã do último dia e entregou a vitória a Paddon, que já tinha ganho em Portugal no ano passado no PWRC. Craig Breen, o líder do Mundial, também ficou pelo caminho devido a uma transposição de água, enquanto Pedro Meireles conseguiu colocar o seu Mitsubishi com novo kit R4 no último lugar do pódio, atrás do Fiesta S2000 do polaco Oleksowicz.
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