Quando o navegador assume o volante: a experiência ao volante de Martijn Wydaeghe

Por a 22 Dezembro 2025 15:14

O que acontece quando um navegador de topo troca o banco do lado direito pelo volante? Foi isso que Martijn Wydaeghe, habitual co‑piloto de Thierry Neuville no Mundial de Ralis, decidiu descobrir ao inscrever‑se como piloto no Rallye du Pays Vençois, em França, ao volante de um Hyundai i20 N Rally2.

O belga não só impressionou pelo andamento e compromisso, como venceu a sua primeira especial de sempre, assinando um fim de semana que resumiu como “puro prazer ao volante”.

Dos reconhecimentos ao primeiro contacto com o Hyundai i20 N Rally2

Wydaeghe iniciou o fim de semana com uma sessão de testes privados na sexta‑feira, onde assumiu sem rodeios sentir‑se “super lento”, mas completamente rendido à experiência. As condições de piso húmido, zonas de sombra e níveis de aderência variáveis foram um primeiro aviso do que o esperava em prova, mas também uma oportunidade para “descobrir o limite do grip” antes do arranque oficial.

Ao volante do Hyundai i20 N Rally2, Martijn foi ajustando o seu estilo de condução e ganhando confiança num contexto totalmente diferente daquele a que está habituado como navegador de fábrica no WRC. A jornada começou em modo aprendizagem, mas rapidamente evoluiu para um registo competitivo.

De navegador a piloto: a adaptação ao banco da esquerda

No sábado de manhã, já em ambiente de rali, Wydaeghe enfrentou um desafio invulgar para quem passa a vida a ditar notas: confiar num co‑piloto e ouvir pace notes em vez de as ler. O belga admitiu estranhar “não fazer os controlos” e depender do trabalho de quem agora ocupava o seu lugar, assumindo que ainda não conseguia confiar “a 100%”, apesar de saber que o co‑piloto estava a trabalhar corretamente.

A surpresa maior surgiu logo na primeira especial em competição, onde, na estreia absoluta como piloto em troços cronometrados, Martijn registou o melhor tempo da classificação. O resultado deixou‑o surpreendido, mas confirmou as boas sensações ao volante. A segunda classificativa, mais técnica e com grandes variações de aderência entre zonas de sombra e temperaturas baixas, revelou‑se mais complexa, mas ainda assim o belga conseguiu um terceiro melhor tempo. A terceira especial do loop matinal, muito rápida, transformou‑se num teste mental sobre que relações de caixa usar, mas permitiu consolidar um promissor 3.º lugar à geral.

Gestão de ritmo, erro inaugural e aprendizagem em modo “piloto”

Para a tarde, Wydaeghe decidiu endurecer ligeiramente a afinação do Hyundai, procurando um carro “mais de ralia, mais reativo, sem perder aderência”. No segundo loop, a primeira especial voltou a ser complicada, mas o belga melhorou o tempo na segunda, mostrando evolução e adaptação aos troços.

Na terceira classificativa da tarde, um atraso de cerca de dez minutos na partida obrigou a arrancar com pneus frios. No primeiro gancho, Martijn perdeu a traseira, deu o seu primeiro pião em competição e deixou o motor ir abaixo, perdendo cerca de 30 segundos e a 3.ª posição da geral, caindo para 6.º. Ainda assim, manteve o foco e encarou a novidade do troço noturno como mais uma etapa de aprendizagem, desta vez com “luzes de noite ligadas” e um desafio completamente diferente.

Um fim de semana de rali vivido “do outro lado”

No final do rali, já depois da derradeira especial, Wydaeghe sublinhou a satisfação por completar o seu primeiro evento como piloto, em dupla com o novo co‑piloto, e fez questão de agradecer aos parceiros que tornaram o projeto possível. Entre elogios aos fãs e ao ambiente de equipa, resumiu o fim de semana como uma oportunidade inesquecível de viver o rali de uma perspetiva diferente.

A experiência reforçou aquilo que, para o belga, define a essência da modalidade: partilhar emoções com amigos, equipa e adeptos, mais do que apenas olhar para tempos e classificações. Fechar a época com uma vitória na Arábia Saudita como navegador e, depois, com esta estreia bem‑sucedida ao volante em França, foi, nas suas palavras, “a melhor forma de terminar a temporada”, com o i20 N Rally2 a chegar ao fim “quase tão impecável como no início da prova” — motivo adicional de orgulho para um navegador que, por um fim de semana, provou também ser piloto.

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