OPINIÃO: Este Rali Safari honra o passado
Andam aí algumas vozes nas redes sociais a dizer que este Rali Safari é uma “brincadeira de meninos” face ao que eram os Rali Safari do passado. É verdade que os tempos eram outros, as provas eram outras, mas quem cai no erro de comparar o que acontecia no passado, com o facto de hoje vários concorrentes terem tido problemas de vária índole, no primeiro dia deste Rali Safari – já li para aí escrito “pouca resistência” – está a cometer um grande erro. E há uma coisa que tenho a certeza: ninguém que lá está no Quénia diz que este Rali Safari é para “meninos” e que “antes é que era bom”.
Este Rali Safari está a mostrar-se bem duro, e há alguns dados que deve ter em mente quando se compara com o “antigamente”.
Ponto prévio: Os carros de antigamente não eram mais fiáveis. Muito longe disso, mesmo a antítese disso.
Antigamente as equipas traziam levavam 20 a 25 sets de amortecedores por carro. Hoje em dia, no WRC, as equipas tem dois sets por carro. É verdade que parte disto se explica pela quilometragem, mas dizer que os carros do passado “é que eram fiáveis” é um erro tremendo e completamente errado.
No passado, mudavam mangas de eixo em todas as assistências, e essas eram basicamente à vontade do freguês. No Safari, era só o carro precisar.
Hoje em dia no WRC, cada carro tem dois jogos de mangas de eixo para o rali todo.
No passado, mudavam transmissões todos os dias. Mais uma vez, hoje só há dois jogos.
É tudo selado hoje em dia, antigamente não havia limites. Entre muitas outras coisas.
Quem está agora no Rali Safari a ouvir as histórias das gentes locais que estiveram ligados aos ralis Safari, só se pode rir quando ouve alguém dizer que “os carros antigos eram mais fiáveis”. E tanto mais que se podia dizer.
Os Ralis Safari do passado foram magníficos, este está a ser excelente, emotivo, há incerteza. Nem quem veio correr sozinho na sua classe se pode dizer ao luxo que ganhou…
FOTOS @World/André Lavadinho
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Concordo… mas nos anos 70 havia carros a meio da tabela (como o Peugeot 504 Berline, por exemplo, e alguns carros japoneses…) que faziam a prova com muito menos substituições de peças… Claro que as velocidades eram mais baixas, mas p’ra mim eram carros mais fiáveis que as de hoje…
Há 20 anos, em 2001, altura da penúltima edição antes desta, o Safari tinha vários troços com mais de 100 Km (um até de 120, e salvo erro nenhum abaixo dos 40), este ano o troço mais longo tem 30 e tal Km. É óbvio, que, a comparar com os anteriores, este é um rali de meninos. Basta olhar para os carros, e as protecções que (não) têm, ou até só ter 2 palmos de testa. A dificuldade que vários pilotos estão a ter mostra apenas a falta de habituação (e capacidade, nalguns casos) da geração actual a ralis duros… Ler mais »