OPINIÃO: elétricos no WRC, não, mas o futuro continua incerto…

Por a 15 Setembro 2023 11:25

Já lá vai mais de um ano, no dia da Gala WRC 50, Peter Thul, diretor do Promotor do WRC, nos disse que carros elétricos não eram opção para um futuro a curto/médio prazo, e agora que disse exatamente o mesmo ao Dirtfish, já o podemos tornar público: “electric car, no way, José…”

Todas as competições motorizadas têm a sua estrutura montada há muito, o tipo de provas e competição, e ao contrário das pistas, uma eventual transição de carros com motor de combustão para elétricos é quase impossível com a tecnologia que hoje existe.

Para que isso sucedesse ter-se-ia que mexer imenso na estrutura das provas, basicamente os organizadores teriam que encontrar troços perto do parque de assistência, de modo a que os concorrentes viessem carregar os carros entre troços. Imagine-se o que isso iria desfigurar a estrutura dos ralis.

Se a atual estrutura em trevo em que os concorrentes estão fixos no mesmo sítio e vão a três zonas distintas em três dias é redutor e é um, entre muitos, motivos pelo qual o WRC foi perdendo a sua aura, tornar o WRC elétrico neste momento era ‘morte certa’.

O WRX passou a elétrico, mas veja-se o que era há uns anos e como está agora…

Talvez daqui a algum tempo exista tecnologia para carregamentos remotos entre troços, já existe, mas ainda não em larga escala. Em teoria já é possível, ter uma estrutura no fim dos troços para carregar os carros, mas nesse aspeto concordamos com Peter Thul. É cedo para elétricos no WRC, e pode mesmo nunca acontecer…

O Campeonato do Mundo de Ralis evoluiu para híbridos e esse era um passo necessário em termos de marketing. Não era possível às marcas manter-se somente com um motor de combustão no WRC enquanto toda a indústria está a mudar. Simplesmente, não era possível, e por muito que muita gente não queira entender isto, não tem, nem nunca terá razão.

O WRC tinha mesmo que fazer qualquer coisa de diferente, e fez.

Peter Thul disse agora ao Dirtfish que o WRC totalmente elétrico não é atualmente uma opção viável, isto numa altura em que o WRC ainda está a tentar fechar os híbridos para 2025. E as negociações não estão a ser nada fáceis. Esse assunto fica para outra altura. O que se procura é uma mistura de combustível híbrido e sustentável, não interessa o detalhe.

Thul foi ao Salão Automóvel de Munique e ficou contente com o que ouviu pois alguns fabricantes automóveis estão a pensar em optar mais pelo combustível sustentável, o que para o WRC é um excelente caminho, pois já o fazem. Thul diz que os ralis devem ter uma componente de combustão interna, tal como a F1 tem e o WEC e mesmo olhando para 2030, o motor de combustão não vai morrer. E faltam sete anos para 2030.

Portanto, o que o WRC tem de fazer é baixar rapidamente os custos da operação das equipas, cortar os valores a talho de foice, facilitar ao máximo a vinda de construtores, porque meus Senhores e minhas Senhoras, se o WRC conseguir resolver um problema que tem tanto de simples quanto de complexo, resolve quase tudo: o retorno para as marcas tem de ser muito maior do que o atual.

É o mesmo que faz qualquer empresário que invista: tem que ter retorno desse investimento e tal como Cyril Abiteboul nos disse em maio passado, não é a tecnologia que interessa no WRC, desde que cumpra os mínimos olímpicos, como sejam um híbrido simples e combustível sustentável, sintético, é o retorno do investimento que dá às marcas e é aí que a equipa de Peter Thul, continua a falhar em larga escala.

Nos últimos meses, de maio para cá, têm havido reuniões, conversas quanto ao que pode ser feito no WRC, mas quando uma modalidade caiu tanto como sucedeu com o WRC, agora é muito mais difícil levantá-la.

E os adeptos ‘hardcore’ têm que perceber uma coisa. Segundo o seu ponto de vista, podem achar que os ralis estão bem, os carros são espetaculares, o Rali de Portugal continua cheio de gente, mas o problema de que falamos é global e não local, porque se o WRC estive no Mundo como está em Portugal o Promotor do WRC e a FIA eram os homens mais felizes do mundo…

O WRC tem solução, quando se tomam boas decisões. Veja-se o que sucedeu recentemente no WEC, que estava quase ‘morto’.

Só há uma coisa que me preocupa no meio disto tudo. Custa-me a entender como a FIA foi vendo a Fórmula 1 crescer fortemente e tarda em atuar nos restantes campeonatos mundiais, especialmente no WRC, para que este tenha ficado tão para trás da F1 como não estava, há uma década, por exemplo.

Não quero crer que na FIA exista uma política-eucalipto de ‘secar’ tudo à volta da F1.

Sem tirar mérito à Liberty Media, claro, mas a FIA tem que tratar dos ‘filhos’ de forma equitativa…

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strakarevo
7 meses atrás

Nem li o texto todo, carros electricos nao sao o futuro e nem serao, pelos menos com este tipo de baterias já para nao falar nos postos de carregamento e capacidade da rede. Venham os carros a hidrogenio ou a combustiveis synteticos, que ao que parece será o caminho que a F1 vai seguir.

jrainha
jrainha
7 meses atrás

Por favor, que confusão de texto é este? Que ideias tão confusas, parece que escreve como fala ou pensa. Ao longo destes últimos 2 anos a confusão nos textos cada vez é maior. Fala em elétricos como dado adquirido, depois mais à frente já não, afinal os combustíveis sintéticos é que sim, mas os híbridos afinal não…mas afinal as marcas têm de “defender” os elétricos…Assim fica muito difícil continuar a assinar neste formato online que por si só não gosto. E deixe a “F1” lá estar quietinha. Aquilo não presta! É falso. É tudo números aldrabados para mostrar audiências, não… Ler mais »

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