OPINIÃO: Como vai o WRC descalçar esta bota…

Por a 1 Março 2021 16:06

Não é de agora que bato na tecla desta questão, e recentes palavras de Jean Todt, Presidente da FIA, levam-me a crer que a própria FIA sabe, mas não pode ou não soube atuar mais cedo. Todt diz que “era essencial que mudássemos para os híbridos, e já é tarde”.

E tem toda a razão, mas o mal está feito, e com uma agravante: Sinceramente, duvido que os híbridos que vamos ter no WRC sirvam para seduzir alguma marca automóvel para entrar no WRC a médio prazo, e neste contexto não foi por acaso que a FIA já disse que esta nova geração de Rally1, só vai ‘durar’ três anos, ao invés dos cinco habituais, e se necessário, morre mais cedo, acrescento eu.

E porquê? Li recentemente um texto do Senhor Marko Paakkinen, líder da VTT Technical Research Centre of Finland, uma empresa líder em investigação e tecnologia nos países nórdicos.

O que ele diz, que aqui vou resumir, é dramático para o WRC: De acordo com Paakkinen, a bateria instalada nos novos  WRC tem uma capacidade menor do que nos carros de passageiros híbridos plug-in. Para além disso, a evolução ‘elétrica’ é tão forte e está a ser tão rápida, que três anos no WRC são uma eternidade. Em 2024 ou 2025 as vendas de carros híbridos plug-in cairão, pois serão feitos progressos enormes nos carros elétricos.

Isto significa que será difícil uma marca encontrar no WRC um bom veículo de marketing, já que em termos técnicos a indústria está bem à frente do WRC. Tal como disse Jean Todt “ontem já era tarde” e agora vamos ver nos próximos anos as consequências disto na competição.

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JP INAU
JP INAU
3 anos atrás

Ainda não vi carros eléctricos de competição ao vivo, mas em tv e video, o barulho que fazem, não podia ser mais irritante, só comparável a esfregar esferovite num vidro, ou escrever no quadro negro com o pau de giz inteiro. Até agora não consegui ver uma prova de Fe inteira, ficando-me apenas pelos highlights. Também não me consigo imaginar numa florestal a ouvir o guincho de carros eléctricos e muito menos o cheiro a curto circuito. Por isso, acredito até que com o tempo se assistirá a um aumento de interesse por corridas de clássicos, isto apesar da maioria… Ler mais »

christopher-shean
christopher-shean
Reply to  JP INAU
3 anos atrás

Pois… eu acredito no ressurgimento dos clássicos!

manuel moita
manuel moita
3 anos atrás

Deviam de deixar os carros actuais por mais dois anos devido a Pandemia e dar tempo as marcas para mudarem para carros electicos e uma treta 3 anos de hibridos e so queimar dinheiro mas penso que e o objectivo da Fia para dar cabo do WRc so Napoleao so ve F! o resto e Paisagem

Jorge
Jorge
Reply to  manuel moita
3 anos atrás

Para ter carros 100% electricos nos rallies é preciso um nível de tecnologia de baterias que não vai estar disponivel tao cedo.

paulo.anastacio@rtp.pt
Reply to  Jorge
3 anos atrás

Jorge, eu por acaso acho o contrário. Mais depressa as marcas embarcariam num desafio de, daqui a dois/três anos terem carros 100% elétricos nos ralis, do que andarem neste limbo que não lhes acrescenta nada, nem em termos tecnológicos nem comerciais.

francis4422
francis4422
Reply to  [email protected]
3 anos atrás

O argumento de que o desporto motorizado tem que acompanhar a indústria, no que ás motorizações diz respeito, é a maior piada de sempre e claramente contrastante com a realidade dos factos. Nas últimas décadas os diesel eram reis e senhores no mercado europeu, como uma quota de 70% de vendas. Vêm algum WRC diesel ganhador nos palmarés?! O Europeu ganhou uma nova cara com significativo crescimento em 2007 com motores atmosféricos 2 litros quando no mercado de estrada já era praticamente todo turbo. Não quer isto dizer que estes desportos não sejam relevantes para a estrada. Aliás nesse aspeto… Ler mais »

tp84
tp84
Reply to  manuel moita
3 anos atrás

o Napoleão, como você chama, foi só copiloto e director de uma das melhores equipas de ralis de sempre!

alexis
alexis
3 anos atrás

Pelo que se lê por aqui chega-se à conclusão que o “pessoal” não gosta de corridas/competição, gosta é de barulho, até pode não haver grande competição, com pilotos a darem “calendários” uns aos outros, mas desde que haja barulho isso é que importa, isso é que é bonito. Lamento que não haja FE em circuitos permanentes, porque o que mais me chateia nas corridas de FE é a dificuldade de ultrapassagem e em circuitos permanentes a competição iria ser muito maior. É um facto que o som é importante, mas muito mais importante que o som é a competição,eu prefiro… Ler mais »

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