OPINIÃO: Ainda a propósito da penalização a Nikolay Gryazin…

Ainda a propósito da penalização a Nikolay Gryazin, já vi muitas coisas escritas nas redes sociais, mas há alguns dados que quero acrescentar porque isso vai fazer algumas pessoas perceberem melhor a questão.
Assim que se ficou a saber da penalização vi muita gente a dizer que era errada, mas o que as pessoas se deviam ter questionado primeiro era o seguinte: há alguma coisa nos regulamentos ou briefings antes da prova quanto aos ‘cortes’ como o que levou à penalização do Gryazin?
A resposta é sim, está nos regulamentos Já nos briefings da FIA com as equipas, por vezes fala-se no tema, mas nem sempre.
Se olharmos será para a parte factual, é difícil encontrar um argumento para dizer que a penalização foi mal aplicada. Não foi.
Mas há nuances…
É verdade que o carro tinha as quatro rodas fora de estrada, logo pode ser penalizado, mas a primeira atenuante é que o troço foi à noite e era muito difícil ver bem a estrada.
Os reconhecimentos fora de dia e a especial à noite. Mas isso não serve de atenuante.
Para a penalização é simples: ou fez ou não fez.
Só que os Comissários não vão ver as imagens de todos os concorrentes para ver se cortaram a curva. E não falamos só daquela. De todas as curvas do rali em que isso é possível.
O que aconteceu neste caso de diferente é que a PH Sport protestou e juntou imagens ao protesto. E essas eram inequívocas.
O que é que isto nos diz?
Que a equipa estava alertada ou foi alertada para a questão e se fosse preciso, ou quando foi preciso, usaram a ‘arma’ que tinham. Com 4.5s de diferença no final, a penalização de 5 segundos chegou e sobrou. Meio segundo, chegou…
Podem perguntar se foi correto querer ganhar na secretaria? A resposta fica com cada um…
No Rali de Monte Carlo, já há 56 anos se desclassificavam vencedores, por causa dos faróis, com a vitória a passar para franceses, portanto, nada de novo…
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… Pois!
O chauvinismo francês atacou de novo. Se não fosse um piloto francês que estivesse em segundo lugar e, portanto, com a hipótese de chegar ao primeiro lugar devido a essa penalização, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Além de nos anos ’60, por duas vezes terem desclassificado os Minis, uma vez devido a terem faróis em número ímpar e de outra vez já não me recordar de qual o motivo, para darem a vitória a um carro francês (1966 Citroën de Pauli Toivonen), é preciso lembrar que em 1979 os espectadores colocaram pedras enormes no meio de um dos últimos… Ler mais »
E não foi caso único em 1981 Jean-Luc Therier (que por acaso até era francês…) ao volante de um Porsche 911 privado da Almeras comandava e abria a estrada no rali de Monte Carlo com um avanço confortável até uns espetadores decidirem colocar umas placas de gelo, para o fazer despistar e desistir. O gelo desapareceu rapidamente ao ponto de já não existir quando passou o na altura segundo classificado, Jean Ragnotti num Renault 5 turbo que venceu dando assim um “pleno” aos franceses (piloto, navegado e marca). Conclusão: nuns ralis pode-se fazer tudo (incluindo fabricar vitórias) e fica tudo… Ler mais »