Lotus nos ralis: história curta mas de sucesso

Por a 3 Abril 2024 11:06

O ponto alto da carreira da Lotus nos ralis aconteceu com a conquista do Mundial de Construtores em 1981.

O Sunbeam Lotus desenvolvido pela Lotus Engineering e que tinha um bloco de 2,2 litros de dupla árvore de cames e 16 válvulas, viu pela primeira vez a luz do dia em 1978 quando Andrew Cowan o levou a alguns ralis britânicos, antes de Tony Pond conquistar em segundo lugar no Rali Mille Pistes em França.

Depois, em 1979, o carro e o motor foram homologados e em 1980 a equipa entrou em várias provas do WRC. No início de 1980, Henri Toivonen ganhou o Rali do Ártico (Europeu) e no final do ano o Rali RAC (WRC). Isso preparou o título de Marcas averbado em 1981, onde a vitória de Guy Frequelin no Rali da Argentina assumiu um peso determinante. Para além das duas vitórias absolutas, no total, o Sunbeam Lotus obteve ainda 10 pódios e 93 vitórias em troços.

Mas o nome da Lotus associado aos ralis começa muito antes da década de 80. Cerca de 20 anos mais cedo, o modelo Ford Cortina viu-se equipado com uma unidade propulsora desenvolvida pela Lotus que conquistou a sua primeira vitória no Rali de Gales pelas mãos de Roger Clark, quando faltavam ainda oito anos para o WRC nascer. Outros triunfos importantes como o de Acrópole, Genebra e RAC em 1966 também ajudaram o Lotus Cortina Mark 1 a ter uma reputação de sucesso, largamente ao modelo Elan que, nos últimos anos se tornou muito popular e bem sucedido nos ralis de carros históricos.

Lotus Exige R-GT durou pouco

A dois meses do 30º aniversário da Talbot conquistar o Campeonato do Mundo de Ralis de Marcas com o Lotus Sunbeam, em 2011, a Lotus anunciou a intenção de produzir uma versão de ralis do Lotus Exige que seria o seu primeiro carro homologado pela marca inglesa para ralis desde os antigos Grupo B.

Esteve previsto para a Classe 4 FIA (RGT), Bernardo Sousa chegou a ter a sua estreia com o Lotus prevista para abril de 2012, o Lotus Exige R-GT chegou a ter agendado os seus testes finais antes de a FIA poder emitir a homologação do modelo, mas de repente… deixou de se ouvir falar do carro e o assunto morreu ali.

Carlos Barros era mecânico da equipa oficial

Regressando muito mais atrás, a 1981, quando a Talbot e a Lotus se associaram para procurar o sucesso no Mundial de Ralis, um jovem português acabou por ajudar a encontrar esse caminho. Com 24 anos, Carlos Barros era um dos mecânicos em início de carreira da formação que contava também com o hoje todo poderoso, Jean Todt, na altura navegador de Guy Fréquelin.

Para Barros, esses foram tempos essencialmente de ‘aprendizagem, mas que me foram muito úteis mais tarde e que ainda hoje recordo com saudade. Lembro-me que fui trabalhar para Conventry durante 18 meses, em Inglaterra, e demorávamos cerca de dois meses a montar um Sunbeam Lotus.

O motor Lotus e caixa ZF já chegavam às instalações prontos, mas no chassis era preciso muito trabalho, com muitos reforços e soldaduras e às vezes inventar peças!”. Barros também recorda que o motor Lotus de 240 cavalos “tinha que ser montado com uma ligeira inclinação para a direita para compensar a distribuição do peso devido ao escape” e que “a única maneira de ver quanto gasolina havia no depósito era através duma pequena vara de madeira construída propositadamente para aquele efeito”. Outros tempos, outras histórias…

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lemans1969
lemans1969
2 anos atrás

O Toivonen venceu o RAC Rally não em 1981 mas sim em 1980.

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