‘Fiesta’ demasiado ‘caliente’ para os novos WRC no México

Kris Meeke lidera o Rali do México no final do primeiro dia de prova, num evento em que as equipas subestimaram o efeito da dureza da prova, do calor e da altitude nos motores dos seus World Rally Car, sendo vários os pilotos a sofreram bastante com o sobreaquecimento dos propulsores dos seus carros. Depois do cancelamento das PE2 e PE3 devido ao atraso no transporte dos camiões com os carros desde a cidade do México para Léon, Meeke aproveitou bem logo a primeira especial do dia, El Chocolate, para se destacar, chegando ao final 20.9s na frente de Ogier, 56.7s de Neuville (que perdeu 35s nas duas passagens no autódromo de Léon) e cerca de minuto e meio para Juho Hanninen e Ott Tanak. Com apenas um dia de prova, já só há, no Máximo, três candidatos, isto se as mecânicas não continuarem a pregar partidas pois há ainda muito rali pela frente. Nas três super especiais que encerraram o dia, Dani Sordo e Hayden Paddon tiveram problemas mecânicos e atrasaram-se. Na Hyundai, a questão está clara: Os carros, todos, eles, têm um problema qualquer mecânico que a equipa vai ter ainda que descobrir.

El Chocolate muito indigesto

O troço denominava-se El Chocolate, mas os seus 54.90km levaram a que fosse tudo.. menos doce. Os pilotos subiram a 2746 metros de altura, e quem subiu melhor foi… Kris Meeke, o único que não teve problemas, tornando-se dessa forma no segundo líder do rali, depois de aproveitar bem o facto de partir bem atrás e bateu Sébastien Ogier por 7.3s, o que significa que o piloto britânico liderava com 9.7s de avanço para o francês da M-Sport. Hayden Paddon foi terceiro na especial e estava na mesma posição da geral, a 19.5s de Meeke, com os três Hyundai seguidos na classificação, pois logo a seguir ao neozelandês estão Dani Sordo e Thierry Neuville.

Houve logo vários pilotos com problemas, por exemplo Elfyn Evans, que teve que parar na especial, perdendo 1m36s: “O carro deu vários alarmes bem cedo na especial pelo que tivemos que vir devagar”. Também Lorenzo Bertelli teve que parar, mas neste caso nem sequer terminou o troço. Jari-Matti Latvala foi o primeiro na estrada, mas demorou 40m48.2s a completar a especial, perdendo 1m32s para Meeke: “O motor aqueceu demais, tivemos que vir em modo de estrada. Penso que o diferencial central também aqueceu demais e para além disso, ficámos quase sem travões”. Ogier também se queixou do motor, pois os alarmes dispararam: “Sobreaquecimento!”. Já Neuville viu soltar-se o capot do Hyundai i20 WRC, ficando quase pendurado: “Não bati em nada, mas tive problemas com o motor, estava sem potência para além de que sobreaqueceu”. Mais um…

Stéphane Lefebvre ficou sem direção assistida e o diferencial central sobreaqueceu. Dani Sordo também se queixou do motor, e teve que passar a modo de segurança. Mas se o espanhol perdeu apenas 20.1s, já Ott Tanak cedeu 1m18s: “Pelos primeiros 30km ou 40km tivemos sempre o motor a 120 graus e o carro está estranho, talvez os amortecedores a sobreaquecer. O carro entrou várias vezes em modo de segurança”. Mas foram mais os carros a entrar em modo de segurança, por exemplo Hayden Paddon.

Kris Meeke destaca-se

Depois duma enorme quantidade de problemas com o sobreaquecimento dos motores de quase todos os WRC na primeira especial a ‘sério’ do Rali do México, os 54Km de El Chocolate, o segundo troço foi bem mais calmo, e apesar de alguns pilotos se terem ainda queixado dos resquícios os problemas com os motores dos seus carros, Thierry Neuville venceu a especial com 5.7s de avanço para Elfyn Evans, com Dani Sordo a ser terceiro a 6.5s. Apesar de partir lá de trás, Kris Meeke foi apenas quarto, queixou-se de um som estranho no seu carro, e perdeu 8.2s. Paddon perdeu 9.0s queixando-se dos pneus e Ogier 14.2s, o que significa que as posições na frente não mudaram entre os primeiros sete pilotos, com Meeke a liderar com 15.7s de avanço para Ogier, Paddon era terceiro a mais 4.6s e os Hyundai continuavam seguidos na classificação com Neuville a recuperar um pouco estando agora a 24.4s do líder.

Quem já perdeu o contacto com a frente foram os dois Toyota, que estavam com sérios problemas de sobreaquecimento nos motores dos seus Yaris WRC. Latvala caiu mais uma posição, para nono e distava 2:17s do líder. Depois de ter ganho o Rali da Suécia e ter sido segundo no Monte Carlo, desta feita o resultado vai ser bem diferente e não foi por acaso que Latvala disse, dias antes da prova, que este ia ser o rali mais difícil do ano para a Toyota.

Classificação após PE8

Fotos @World/André Lavadinho