Como os percursos do Rali de Portugal tem mudado desde o regresso ao Norte em 2015

Por a 25 Abril 2024 13:55

Numa altura em que já é conhecido o percurso do Rali de Portugal deste ano, vamos analisar o que têm sido os percursos da prova portuguesa desde que rumo ao norte de Portugal em 2015.

Só há três traçados que se mantêm em todos os anos: Fafe, Lousada e Amarante, que também já se chamou Fridão. Todas as outras zonas saíram ou entraram mais tarde no percurso.

Casos notórios são as diversas versões que há de troços, por exemplo, Vieira do Minho, leia-se Serra da Cabreira, só aqui há cinco versões com quilometragem distinta de Vieira do Minho e mais duas de Cabeceiras de Basto. Juntas, estiveram todas as edições, se considerarmos só a Serra da Cabreira que abarca a maior parte da zona.

Na zona de Fafe, para lá de Fafe, Montim tem estado desde 2017, com a exceção de 2023, Luílhas esteve entre 2017 e 2019, depois foi a vez de Felgueiras/Santa Quitéria regressar em 2021. Agora descobriram Paredes que é nada mais nada menos do que o shakedown revisto e aumentado, um piso e um tipo de estrada que nada tem a ver com o resto do rali, num traçado que foi desbravado na floresta. Totalmente incaracterístico face ao resto da prova.

Na Serra da Cabreira, Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho são troços que no passado eram conhecidos comente por ‘Cabreira’, e as versões ali feitas, quase dava para fazer um rali inteiro.

O mesmo se pode dizer de Amarante, Fridão e Marão, zonas míticas do Rali de Portugal também com muitas versões possíveis. Um pouco ao lado, Baião, já nas terras D’Aboboreira, junto aom também mítico Carvalho de Rei. Já não se faz desde 2016. O Marão fez-se em 2015 e 2016, mas a partir daí só Amarante que se tem mantido inalterável. Ou quase.

Em 2019, em boa hora o ACP levou o Rali de Portugal também para a zona centro. Lousã, Arganil e Góis voltaram ao traçado do Rali de Portugal e também Mortágua se tem feito desde 2021, também um regresso, mas que nada tem a ver com os antigos Mortágua/Vila Pouca/Mortazel, mas sim com a Aguieira, que chegou ao Rali de Portugal em 1999.

A recente Lousã em terra é uma versão bem diferente do troço de terra que se fazia nos anos 80 e 90, mas ‘caiu’ bem no Rali de Portugal, pois é bem distinto de Góis e Arganil. Estes dois últimos utilizam estradas conhecidas pelo WRC desde os anos 70 e 80, mas são apenas ‘amostras’ dos monstruosos troços de 43 e 56,5 Km de Arganil.

Desde 2018 que o Rali de Portugal deixou a zona de Ponte de Lima/Viana do Castelo/Caminha, por troca com a zona centro. Qualquer um deles foi muitas vezes disputado no passado, sendo uma zona fantástica para ralis, totalmente diferente de Fafe, Amarante, e Arganil. Era uma das belezas do antigo Rali de Portugal, num País tão pequeno haver tanta diversidade e tipos de percursos e troços. Quem não se lembra de Arcos-Portela e São Lourenço da Montaria?

Por fim, as super especiais. As mais recentes, Figueira da Foz (2,94 Km) e Coimbra (2,82 Km), o Porto teve a Street Stage mesmo no coração da cidade e depois na Foz, também se fez em Braga, outra Street Stage, mas o ex-libiris de todas é e continua a ser Lousada. Os estrangeiros que a visitam ou os portugueses que nunca lá foram ficam encantados quando lá vão a primeira vez. 20 a 25.000 pessoas emolduram o circuito de ralicross e a festa é imensa.

Iremos fazer o mesmo exercício, mas estendido a toda a história do Rali de Portugal, sendo certo que, caso as regras dos ralis mundiais fossem semelhantes às dos anos 80, se fosse possível fazê-lo, Portugal inteiro poderia receber troços da prova, de Sul a Norte, nem ficando a faltar o Alentejo, como ainda agora se provou no Rally Raid Portugal.

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Newsletter
últimas Autosport
newsletter
últimas Automais
newsletter
Ativar notificações? Sim Não, obrigado