Chris Ingram: Vender ações de si próprio para chegar ao WRC

Por a 23 Dezembro 2020 16:45

Chris Ingram é o Campeão Europeu de Ralis de 2019, mas se olharmos para o que fez em 2020, limitou-se ao Rali das canárias, num carro da categoria mais baixa que existe nos ralis a este nível. E porquê isso sucedeu? Porque hoje em dia, vencer um campeonato da Europa de Ralis não é, pelos vistos, suficiente para que um piloto encontre quem nele queira apostar e aproveitar o mediatismo que um campeão tem, e cujo feito indicia que pode voltar a ter, ou ser ainda melhor. E com isso quem nele apostou capitalizar o investimento. Foi o que sucedeu – não arranjou patrocínios – e por isso, em 2020, Chris Ingram não fez o que melhor sabe, correr nos ralis. Depois de em 2019 ter chegado ao título Europeu suportado por ‘crowdfunding’ (após um patrocinador ter saltado fora cedo no ano) não conseguiu arranjar maneira de fazer com que investissem nele.

Como bem sabemos, e não é só nos ralis, há pilotos com talento que não conseguem bons lugares e são pilotos com menos talento mas mais dinheiro que ocupam esses lugares. Há imensos exemplos.

Independentemente do mérito que alguns desses pilotos têm – porque saber procurar parceiros também tem a sua arte – à medida que o novo ano se aproxima e as equipas consideram os seus line up para 2021, Ingram está à procura de apoios para correr no Mundial de Ralis, mas sabendo que precisa de cerca de boa parte do milhão de euros que custa correr uma época no WRC, com um Rally1, Ingram sabe que não tem vida fácil pela frente: “Os 10 melhores pilotos do mundo, tanto na Fórmula 1 como no WRC, estão a ganhar milhões, mas poder mostrar o seu talento e potencial às equipas, requer um enorme financiamento”, disse Ingram, que está a tentar encontrar uma forma inovadora de chegar ao palco dos ‘big boys’: Ingram está a vender ações de si próprio, com os investidores a ficarem com uma percentagem dos seus ganhos futuros, uma espécie de ’empréstimo obrigacionista’: “Felizmente, depois de ganhar o título europeu, as equipas estão a apoiar-me com custos, mas ainda preciso de assegurar um grande valor de patrocínio e investimento. Enfrento pilotos que são apoiados financeiramente por marcas globais, pelos órgãos dirigentes do desporto automóvel do seu país ou por famílias ricas. É uma luta muito difícil, mas eu sei que tenho mais capacidade, paixão e ‘fome’ do que todos eles” disse Ingram, que bateu Alexey Lukyanuk, em 2019, depois de passar o ano no fio da navalha: “Toda a época, e antes de cada troço de cada rali, eu sabia que se danificasse o carro seria o fim da minha carreira. Poucas pessoas compreendem isso, porque a maioria dos pilotos pode dar-se ao luxo de bater, uma vez que a conta será paga pela equipa ou família. O dinheiro não compra talento, mas compra muitas oportunidades no desporto automóvel”.

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2 Comentários
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KRF
KRF
3 anos atrás

Money rules the world 🙂

Scb2
Scb2
3 anos atrás

Noutros sites noticiosos li que ele procura fazer o WRC2 ou WRC3, não pretendendo portanto correr com um Rally1 em 2021 (e os Rally1 só entram em 2022, até lá designam-se de WRC).

Last edited 3 anos atrás by Scb
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