“World Rally… custos”

Por a 22 Setembro 2011 12:51

São 9 horas da manhã de um domingo de Fevereiro. O nevoeiro cobre ainda parcialmente os cumes da zona de Arganil. No largo de uma pequena aldeia a meia encosta vão-se concentrando uma dúzia de veículos, entre os quais dois camiões, e mais de duas dezenas de pessoas, muitas das quais falam línguas estranhas aos ouvidos dos habitantes da povoação.

De um dos camiões é retirado um veículo impressionante, um carro de corrida. A sua silhueta é tão diferente da de qualquer modelo conhecido que os aldeões teriam a maior dificuldade em identificar o modelo ou mesmo a respetiva marca, não fossem os blusões de todos aqueles forasteiros e a profusão de autocolantes na carroçaria dos camiões e do próprio veículo de competição.

É o arranque de uma sessão de testes de uma equipa portuguesa com vista à participação numa das provas do nacional de ralis. O veículo é um WRC, não muito diferente daqueles que a Marca faz correr no Mundial. Mais de metade das pessoas presentes são técnicos estrangeiros, especialistas em diferentes áreas: motor, eletrónica, suspensões, pneus, etc… Entre os restantes encontram-se o diretor da equipa, os responsáveis pela logística da operação, os técnicos de relações públicas, etc…, aos quais se juntarão mais tarde os pilotos.

Os preparativos do teste são complexos e enfadonhos. Durante uma longa hora, nada parece acontecer e apenas o facto de um dos mecânicos colocar alguma gasolina no depósito de combustível enquanto vários auxiliares se movimentam no sentido de fechar um troço de 3 quilómetros na estrada de terra que sobe para a serra, permite adivinhar que algo se vai passar.

Com o auxílio de uma bateria exterior, um mecânico aciona o motor de arranque do WRC. Passados alguns minutos, o veículo arranca finalmente com um roncar suave pela montanha acima para uma primeira passagem de reconhecimento, seguida de imediato por outra em andamento mais vivo.

Logo que o veículo se imobiliza no largo da aldeia, um dos estrangeiros liga um computador a uma ficha invisível dentro do automóvel, enquanto outro conversa com o piloto que se apressa a retirar o capacete. O carro está já em cima de quatro apoios, as rodas foram retiradas e um batalhão de mecânicos verifica todos os componentes do automóvel. Apesar deste aparato, o computador parece constituir o centro de todas as atenções, com uma parte das pessoas de blusão reunidas à sua volta.

Alguns minutos mais tarde, o senhor do computador escreve qualquer coisa no teclado e volta a ligá-lo ao automóvel. Como se este gesto fosse um sinal, os pilotos voltam a colocar os capacetes e a sentar-se no carro, iniciando mais uma série de subidas à serra. 

Cerca de quatro horas mais tarde, durante as quais foram realizados quase duzentos quilómetros de testes e gastos perto de uma dezena de milhar de contos, os técnicos e os pilotos não têm qualquer dúvida: naquelas condições de piso e traçado, o carro está mais rápido algumas décimas de segundo por quilómetro.

A equipa felicita-se pelo sucesso do teste, volta a colocar o veículo num dos camiões, arruma cuidadosamente todo o material, e parte em caravana para um almoço tardio numa mesa previamente reservada num dos mais conhecidos restaurantes da região.

Como pode perceber pelo relato, não lhe será difícil encontrar, no mínimo, as sete habituais diferenças entre esta cenas e esta: http://autosport.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=as.stories/100077

cujo único ponto comum entre elas é um dos atores que, no segundo caso, representa um personagem quase 25 anos mais velha e com o cabelo bastante mais ralo.

 

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