Timo Makinen: Vitórias em ralis de 80 troços e percurso secreto…

Por a 7 Setembro 2011 11:03

No início dos anos 70, cada rali do Campeonato Internacional de Construtores reunia características únicas. Os troços do Burzet ou Turini, pouco tinham a ver com as mil curvas da ilha da Córsega e quem fosse rápido nas longas picadas do Safari, não era necessariamente veloz nos traiçoeiros trilhos de Arganil. Os fascinantes contrastes de cada um destes locais constituíam uma das principais riquezas da competição, e a dureza de cada prova não permitia antecipar vencedores no momento da partida.

O RAC, nome dado durante décadas ao rali britânico, era temido pelo secretismo do seu percurso. Os pilotos não faziam reconhecimentos, já que os troços decorriam em propriedades privadas, apenas acessíveis durante o evento, e alinhavam muitas vezes com navegadores locais, verdadeiros conhecedores do terreno.

A edição de 73 foi a primeira a contar para o recém-criado Mundial de Ralis. A Ford era a grande favorita à partida, encabeçada pelo vencedor do ano anterior Roger Clark. Um jovem desconhecido, chamado Markku Alen, foi uma das figuras, terminando em terceiro lugar a sua primeira prova internacional. Timo Makinen levou a melhor sobre Clark, num rali em que os Escort MKI monopolizaram o pódio.

A crise petrolífera obrigara a reduzir a extensão do RAC de 74. Desta vez, a Ford teve uma concorrência mais forte, mas Timo Makinen bisou, conquistando a última vitória do MKI no Mundial de Ralis. Logo atrás, colocaram-se Stig Blomqvist no habitual Saab 96 e Sandro Munari, com a nova coqueluche da Lancia, o Stratos.

Durante a partida para a edição de 75, Henry Liddon, habitual navegador de Makinen, lembrou a importância do triunfo nos anos anteriores e não escondeu que conquistar o “tri” seria um sonho. A Lancia, com Munari e Waldegard, estava cada vez mais forte e por isso, a Ford alinhou com uma impressionante armada onde militavam os nomes de Makinen, Clark, Vatanen e Fowkes.

Waldegard foi uma verdadeira ameaça durante grande parte do rali, mas problemas mecânicos impediram o sueco de contrariar o domínio da marca da oval. Makinen concretizou o sonho do seu co-piloto e obteve a terceira vitória consecutiva no RAC, a primeira do Escort MKII no WRC. Munari conquistaria novo hat-trick no Monte Carlo, de 75 a 77, mas ainda assim, bem longe das 8 vitórias que Loeb conquistou até hoje na Alemanha.

O Corajoso

Timo Makinen: Vitórias em ralis de 80 troços e percurso secreto...

Quando ganharam a fama de “voadores”, os finlandeses passaram a ser temidos não só pelos adversários mas também pelos seus co-pilotos, que não escondiam o receio de andar ao lado de verdadeiros loucos do volante. Henry Liddon foi a exceção. O londrino foi um dos navegadores mais requisitados pelos nórdicos, abraçando uma bem sucedida carreira até 1980, ano em que deixou o banco do pendura, para ajudar o seu amigo Ove Andersson na gestão da equipa Toyota. Viria a falecer em 1987, num acidente de avião durante o rali da Costa do Marfim.

Finlandês voador

Para Stuart Turner, pai do projeto de ralis dos Mini nos anos 60, Timo Makinen era o melhor piloto do mundo. O finlandês, a par de Paddy Hopkirk e Rauno Aaltonen conquistaram com os Cooper S uma tripla vitória no Rali de Monte Carlo em 64, 65 e 67 e Makinen só não repetiu em 66 o triunfo do ano anterior porque os Mini foram alvo de uma polémica desclassificação devido aos faróis suplementares. Quando os pequenos carros vermelhos deixaram a competição, Turner mudou-se para a Ford e levou o seu piloto. Makinen ficou conhecido pela pilotagem de antecipação, controlando derrapagens com a mesma facilidade com que bebia um bom Whisky velho…

Nuno Branco

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