SATA Rallye Açores: Pilotos alertam para o perigo no troço das Sete Cidades, organização minimiza

Há muito que as vozes se fazem ouvir, mas desta feita o protesto é mais forte, e em comunicado assinado pelos pilotos Alexandre Ramos, Carlos Martins, Diogo Salvi, Gil Antunes, João Correia, Luís Mota, Paulo Babo e Ricardo Teodósio, estes alertam que os três quilómetros iniciais da especial das Sete Cidades do SATA Rallye Açores, são desnecessariamente perigosos. Em causa está uma zona com um imenso precipício, onde os pilotos não têm muita margem para errar, e que está há vários anos sem ser utilizado, alegam uns “precisamente porque não tem segurança”.

Entretanto, o presidente da Comissão organizadora do Sata Rallye Açores, Francisco Coelho, em declarações à Agência Lusa minimiza a questão, alegando que o rali tem o seu percurso e um plano de segurança aprovado pela FIA, que recentemente vistoriou os troços, revelando também que o Grupo Desportivo Comercial, organizador do evento, adotou medidas de segurança específicas para essa zona com recurso à colocação de 60 fardos de palha com 600 Kg cada um, já que, como se sabe a zona é protegida em termos ambientais e por isso não podem ser montados rails:

“Foram tomadas uma série de medidas, como o estreitamento do troço, e o percurso do rali foi analisado por observadores internacionais da FIA e nunca houve qualquer tipo de reação em relação a isso”, acrescentando também que “Os pilotos que estão com esse receio e que tem esse problema emocional e psicológico é melhor não virem ao rali dos Açores. O pior que pode acontecer é uma pessoa partir para uma prova com a predisposição de que vai ter um acidente”, disse à agência Lusa Francisco Coelho. Recorde-se que a 50.ª edição do SATA Rallye Açores, decorre de 04 a 06 de junho na ilha de São Miguel, integra o calendário do Campeonato Europeu de Ralis (ERC).

Não é novidade este tipo de protestos, e inclusivamente no Rali de Portugal já foi anulado uma parte do troço do Piódão de 1992, depois dos pilotos terem manifestado junto da organização receio pelo perigo dos primeiros sete quilómetros da especial, que na verdade era constituída por zonas muito rápidas que culminavam com curvas de 90º com precipícios a ‘perder de vista’ e sem qualquer tipo de proteção. Não será este o caso do SATA Rallye Açores.