Rui Madeira possível no Rali de Portugal

Por a 10 Fevereiro 2014 17:54

Rui Madeira está a tentar colocar de pé um projecto que visa comemorar os seus 25 anos de carreira, participando, pelo menos, na próxima edição do Vodafone Rali de Portugal. A ideia do piloto de Almada, que venceu a Taça do Mundo FIA de Ralis de Produção em 1995 é alugar um Ford Fiesta R5 e realizar a etapa portuguesa do Mundial de Ralis. Contudo, Madeira refere que “não está nada fácil concretizar o projeto pois a conjuntura não é muito favorável e a minha vida profissional também me consome muito tempo. No entanto, até ao final de fevereiro a decisão final de concretização ou abandono do projeto deverá ser tomada”. O piloto experimentou recentemente o Ford Fiesta R5 de João Barros, em Fafe, mas apenas na bacquet do lado direito para colher as primeiras impressões acerca do carro nascido na M-Sport. Na foto, com Nuno Rodrigues da Silva ao lado, o ano da vitória no Rali de Portugal, em 1996.

Boas recordações na carreira

Olhando para trás e fazendo uma resenha da longa e profícua carreira, surge logo à lembrança da vitória na Taça FIA de Grupo N em 1995 com o Mitsubishi Lancer… “mas não só, pois isso foi o resultado de algumas provas que guardo com grande satisfação. Tudo nos correu bem nesse ano, apesar de ser estreante nalguns ralis e de haver uma certa limitação nos treinos. Mas fizemos 22 provas sem desistir e em certos casos conseguimos mesmo posições de vulto, como aconteceu no Rali do RAC em que fui 7º da geral num evento cheio de nevoeiro e lama, ou no Rali de Portugal de 1997 quando fiz por quatro vezes o melhor tempo nas classificativas capotando quando era terceiro da geral. Esses momentos foram realmente bons, mas nada se compara às amizades que sempre fui fazendo com vários pilotos, como por exemplo o Jorge Recalde. Tudo isso me fez crescer como piloto e como homem” disse Madeira em entrevista que deu ao AutoSport há anos.

Em contraponto às memórias positivas, Rui Madeira também não tem dificuldade em eleger como a situação mais negativa da sua carreira o facto de nunca ter tido alguém que o ajudasse a gerir melhor o seu destino. “A determinada altura, mais concretamente quando estive muito perto de entrar na equipa Ford para o lado de Carlos Sainz, senti que tinha à minha frente uma oportunidade única de vingar. No entanto, nessa como em outras alturas, não tive alguém de peso e com conhecimentos suficientes para influenciar ou reunir esforços no sentido de que os meus desejos se tornassem uma realidade. Ao contrário do que sucede noutros países e com outros pilotos, nomeadamente, os finlandeses que fazem ‘lobby’ pelos seus pilotos e denotam um espírito de entreajuda bastante grande, connosco e comigo nada disso aconteceu. Foi pena, mas não havia nada a fazer. Felizmente mais tarde existiu uma estrutura como o Team Portugal que pode fazer muito pelos jovens deste país.”

O titulo que ficou “atravessado”

Apesar de contar no seu palmarés com três títulos nacionais de Grupo, Rui Madeira nunca conseguiu uma vitória absoluta em campeonatos nacionais de ralis. Primeiro porque as participações esporádicas além-fronteiras nunca permitiram uma maior regularidade de resultados entre nós e depois porque nas últimas três oportunidades que teve, imponderáveis vários impediram-no de concretizar tal desiderato. E isso, diz sem rebuço: “ficou-me atravessado.” Tal como aconteceu com o seu maior ídolo dos ralis, Markku Alen, “ele também nunca foi campeão do mundo. Eu nunca fui campeão nacional… Paciência. Em 2000, com a Seat, faltou-nos um pouco de sorte embora me parece que tenhamos feito alguns milagres; em 2001, já com a Ford as coisas começaram bem mas problema vários de cariz técnico e um acidente comprometeram tudo; em 2002, uma sequência infeliz de três acidentes como nunca me acontecera na minha carreira baixaram o moral e a partir daí tudo se tornou mais difícil. Por diversas vezes tentei dar a ‘volta ao assunto’ mas isso revelou-se impossível e o Miguel Campos acabou por ganhar e bem.”

Do ‘céu’ de Luílhas ao ‘inferno’ da Cabreira

Tal como referiu anteriormente, Rui Madeira teve grandes momentos na sua carreira e um dos maiores teve lugar no Rali de Portugal 1977. A fase inicial da prova ficou marcada pela excelente prestação de Rui Madeira, que com o Subaru Impreza da Allstars fez sensação, não só por vencer um troço à geral com a maioria dos ‘tubarões’ em prova (Luílhas), mas também por lutar pelos lugares cimeiros da prova. Depois de alguns abandonos sonantes, chegou a pensar-se na possibilidade de termos um piloto português no pódio final do rali. Mas não iria a ser assim: “No primeiro dia fizemos dois segundos tempos, um deles ex-aequo com o Carlos Sainz. Depois do abandono do Colin McRae, ficámos com os seus pneus, era uma diferença incrível, praticamente um segundo por quilómetro. Chegámos a pensar poder terminar o rali no pódio, e para o confirmar basta ver que o Freddy Loix terminou em segundo, quando um ano antes o tínhamos batido no Rali de Portugal. É uma grande mágoa que tenho pois sei o que isso podia ter representado para nós”. Tudo porque no segundo dia de prova, na Cabreira, um despiste deitou tudo a perder: “Estávamos na luta pelo quarto lugar, tínhamos legítimas aspirações de chegar ao pódio, mas numa curva lenta o carro saiu dos trilhos, os amortecedores vinham muito quentes e a roda traseira esquerda trancou. Saímos de estrada e perdemos 14 minutos até prosseguir, pois havia pouca gente para ajudar. Foi pena, pois a partir daí uma boa classificação tornou-se impossível. Ainda ganhámos alguns troços em Arganil.” recordou Rui Madeira. Um momento azarado, numa prova que poderia ter projetado a dupla Rui Madeira/Nuno Rodrigues da Silva para outros voos: “Tínhamos vindo duma vitória no Rali da Tailândia, estávamos confiantes e com um bom ritmo. Sabíamos o que poderia representar uma boa classificação nesta prova, para não estagnar a nossa carreira. Nesse ano ainda disputámos o Rali da Catalunha e a Madeira, mas a partir daí os valores de participação no WRC inflacionaram muito e isso não ajudou nada a dar o salto que bem queríamos”, referiu Rui Madeira.

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