Richard Burns deixou-nos há seis anos

Por a 25 Novembro 2011 06:03

Logicamente, ao falar-se de Richard Burns, temos também de falar doutro ídolo britânico dos ralis, Colin McRae, que com Burns protagonizou uma saudável rivalidade. Ironicamente, cerca de dois anos de Burns falecer, a Grã-Bretanha e o mundo dos ralis perdiam também Colin McRae.

“Ok, a palhaçada já acabou”

A troca de “galhardetes” a que se assistia entre ambos fazia, segundo Burns, parte do espectáculo: “Já conheço bem o Colin para saber que essas ‘bocas’ não passavam de uma tentativa para me pressionar antes do rali arrancar. Aliás, a Ford fez a sua conferência de imprensa no dia anterior à nossa, fazendo com que eu fosse ‘bombardeado’ com as afirmações dele! Limitei-me a não responder e a não deixar que tal afetasse a minha concentração. Mas, penso que não existe nenhum problema entre nós, até porque antes do rali começar, o Colin veio ter comigo, debruçou-se no Impreza e disse-me ‘Ok, a palhaçada já acabou. Vamos ao que interessa, faz um bom rali e boa sorte”. Isto dizia bem do que era a relação entre ambos.

A carreira de Richard Burns

 Richard Burns iniciou a sua carreira quando o seu pai o levou a uma escola de condução desportiva em 1986. Assim que obteve licença desportiva, iniciou-se nos ralis ao realizar alguns eventos locais com um Talbot Sunbeam. Em 1990, passou para a Peugeot 205 GTI Rally Cup e no ano seguinte, venceu o GTI Challenge. Os seus resultados no Campeonato Britânico de Ralis foram suficientes para obter o sexto lugar absoluto e o segundo no Grupo N. Mas o destaque do ano, foi para a participação no RAC, onde aos comandos de um Peugeot 309 GTI, foi segundo no Grupo N.

Passou a utilizar um Subaru de Grupo N, e vencia, invariavelmente, o agrupamento, batendo mesmo carros mais competitivos. A Prodrive não ficou indiferente e em 1993 colocou-o ao lado de Alister McRae no Campeonato Britânico de Ralis, aos comandos de um Subaru Legacy de Grupo A. Ganhou quatro de cinco ralis e foi sétimo no RAC.

Em 1994 disputou a sua primeira prova do Mundial, fora de portas, ao guiar um Subaru de Grupo N no Safari: foi quinto! No ano seguinte obteve o seu primeiro pódio numa prova do Mundial: Foi terceiro no RAC, mas a Subaru tinha dois pilotos de ‘top’ a lutarem pelo título, Colin McRae e Carlos Sainz, o que ’empurrou’ Burns para a Mitsubishi.

Marcar passo na Mitsubishi

A equipa japonesa ofereceu-lhe um programa modesto em 1996, onde não conseguiu melhor que um quarto posto na Argentina. No ano seguinte, apesar de um disputar mais ralis, continuou a marcar passo, para explodir definitivamente em 1998, ao lado do campeoníssimo Tommi Makinen. Obteve a sua primeira vitória no Mundial, no Safari e foi sexto no Mundial, e venceu, pela primeira vez, em ‘casa’.

Mas estar na mesma equipa, ao lado de Tommi Makinen, que na altura venceu todos os campeonatos entre 1996 e 1999, não era a melhor opção, e assim, aproveitou a passagem de Colin McRae para a Ford, em 1999, para ocupar o seu lugar na Subaru. O seu ano foi muito proveitoso, e só não conseguiu bater Makinen nas contas do título: foi segundo e venceu mais três provas.

O ano de 2000 teve um pouco de mais do mesmo! Venceu quatro ralis, fez o tri na Grã-Bretanha, mas a emergente estrela finlandesa, Marcus Gronholm, arrebatou o cetro, com Burns a ser segundo, de novo.

Finalmente campeão

Mas 2001 tinha de ser o seu ano, e foi mesmo! Depois de um campeonato equilibrado, onde, ironicamente só venceu por uma vez, Burns tornava-se assim o segundo Campeão do Mundo britânico a seguir a Colin McRae. Foi para o RAC no terceiro posto do Mundial, atrás de Colin McRae e Tommi Makinen, mas saiu de lá com o título.

Em 2002, a sua passagem para a Peugeot ficou marcada por alguns problemas de adaptação, conseguindo vários segundos lugares, mas nenhuma vitória, o mesmo sucedendo no ano seguinte, em 2003, onde o vimos pela última vez aos comandos de um WRC numa prova do Mundial. Quando se preparava para disputar a derradeira prova do Mundial, o RAC, Burns desmaiou ao volante do seu carro do dia-a-dia. Pouco tempo depois viria a terrível notícia: tinha um tumor no cérebro. Faleceu cerca de dois anos depois, a 25 de Novembro de 2005. Até sempre, campeão! Seis anos depois, as saudades permanecem…

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