Rali de Portugal Histórico em outubro

Por a 22 Setembro 2011 12:32

Serão conhecidos na próxima segunda feira os inscritos para a edição de 2011 do Rali de Portugal histórico. A prova vai para a estrada a 11 de outubro, uma terça feira, com a caravana a sair do Circuito do Estoril em direção à Figueira da Foz, com uma prova de Classificação no Kartódromo do Bombarral pelo meio.

No segundo dia a prova vai decorrer entre a Figueira da Foz, passa pela Anadia terminando o dia em Viseu. Na quinta feira, os concorrentes iniciam e terminam o dia em Viseu, com passagem por Lamego e na sexta feira terá lugar a passagem pela mítica Arganil. No início da madrugada de sábado, 15 de outubro, terá lugar a mais aguardada fase da competição, com a célebre “Noite de Sintra”. Os concorrentes reagrupam no Autódromo Fernanda Pires da Silva e partem para os troços da Serra de Sintra, terminando tudo cerca de 2h15. No dia seguinte de manhã há mais uma prova de Classificação no circuito do Estoril, tudo terminando em Cascais.

Para os adeptos, mais uma oportunidade para “sentir” o ambiente das míticas “Noites de Sintra”, cujo melhor exemplo é o que Nuno Branco nos contou há algum tempo e que aqui hoje reproduzimos:

Rallye de Portugal 78 – A loucura de Sintra

Se recuarmos na história e nos propusermos lembrar as edições mais emocionantes do Rallye de Portugal, teremos forçosamente de ir parar a 1978. Nesse ano, a luta pela vitória prolongou-se até à derradeira noite, onde as sinuosas estradas de Sintra assistiram a um dos mais épicos e memoráveis capítulos da história dos rallyes. Nas linhas que se seguem, irá ser relatada a luta palmo a palmo, segundo a segundo entre dois Finlandeses que tudo fizeram para chamar a si a vitória na prova Portuguesa, para gáudio dos muitos milhares de adeptos que se deslocaram à Serra de Sintra naquela mítica madrugada…

Muito antes da prova ir para a estrada, já se antevia uma grande colheita para o “Vinho do Porto” de 1978: a presença de sete equipas de ponta constituía um cartaz de luxo, com a Fiat e Ford à cabeça. Depois vinham a Lancia, a Toyota, a Opel, a Peugeot e a Citroen. Uma oitava formação, a Vauxhall, apresentou-se no Estoril, mas Pentti Airikkala e Chris Sclater foram impedidos de alinhar devido a irregularidades na homologação da junta da cabeça de ambos os Chevette.

A Fiat alinhava com Sandro Munari, Markku Alen e Walter Rohrl, todos em 131 Abarth, enquanto a Ford trazia até nós quatro Escort para Bjorn Waldegaard, Hannu Mikkola, Ari Vatanen e o semi-privado Jean Pierre Nicolas. Ove Andersson e Jean Luc Therier em Celica, eram os pilotos da Toyota e tinham adversários à altura nos homens da Opel, Anders Kullang e Achim Warmbold, em Kadett GT/E. Bernard Darniche alinhava com o habitual Lancia Stratos da Chardonnet, e a Peugeot inscrevia dois pequenos 104 para Timo Makinen e Jean Claude Lefebvre. A Citroen tinha como objectivos vencer o Grupo 1 e chegar o mais à frente possível. Para isso, alinhava com três CX2400 para Jean paul Luc, Francisco Romãozinho e o ainda desconhecido Henri Toivonen.

Entre os Portugueses, além de Romãozinho, havia que contar com nomes como Meqepê, Giovanni Salvi, Carlos Torres, Joaquim Moutinho ou Mário Silva.

As primeiras etapas

Passavam quinze minutos das 14 horas do dia 19 de Abril, quando 113 concorrentes se apresentaram à partida para a primeira Prova de Classificação. Tinham pela frente mais de 2500 Km de percurso, dos quais 631,5 ao cronómetro divididos por 46 Provas de Classificação. Antes da etapa decisiva em Sintra, os concorrentes haveriam de medir esforços em algumas sequências bem temidas como Préstimo-Talhadas Ladário, São Lourenço da Montaria, Fafe-Cabreira, Senhora da Graça-Marão ou ainda Arganil-Candosa-Lousã.

A edição de 1978 foi definitivamente memorável, onde os primeiros andaram sempre a uma velocidade diabólica. A ocorrência de inúmeros furos entre os homens da frente demonstra que se andava no limite e cortavam curvas. Até ao final da 3ª etapa, registaram-se nada menos que nove mudanças de líder, incluindo seis pilotos diferentes. A alta roda dos ralis mundiais estava presente na prova Portuguesa e a vitória entre nós era já considerada uma das mais emblemáticas de se alcançar.

No final da terceira etapa, e após 9 mudanças de líder, incluindo 6 pilotos diferentes, Markku Alen e Hannu Mikkola estavam praticamente colados! Ao cabo de mais de 550km de troços, apenas 11 insignificantes segundos separavam os dois Finlandeses com vantagem para o homem da Fiat. Nicolas, o terceiro classificado, estava já a mais de 10 minutos, seguindo-se Andersson, Warmbold e Kullang. Pelo caminho, haviam já ficado Toivonen, Therier, Darniche, Munari, Rohrl, Waldegaard e Vatanen.

Entre os pilotos nacionais, Carlos Torres tinha a prova controlada, depois das desistências dos seus principais opositores.

Aguardava-se uma 4ª etapa de antologia. Pela primeira vez, desde que a ronda nocturna de Sintra fora introduzida, em 1976, a prova iria ali ser decidida. Faltavam apenas 12 troços, que mais não eram do que 4 passagens por Lagoa Azul, Peninha e Sintra. 88 km iriam decidir o que não fora possível em mais de meio milhar. Aquela madrugada de Sábado para Domingo iria certamente ficar na memória de todos…

A noite de todas as decisões

Ao cair daquela tarde de Abril, a Vila de Sintra testemunhava já um ambiente completamente votado à maior prova Portuguesa. Chegavam os carrinhas de assistência demonstrado também algum cansaço pelos muitos quilómetros percorridos nas estradas e caminhos do Rallye. Muitos órgãos de comunicação social começavam igualmente a chegar, montando ali o seu quartel general. Televisões, rádios, fotógrafos e imprensa nacional e estrangeira aguardavam pelo início da extensa maratona e começavam a percorrer a pé cada um dos troços, para escolher o melhor local para fazer reportagem.

Também o povo começava a chegar em massa e enquanto uns ainda se ficavam pela Vila, forrando o estômago e aquecendo o espírito, outros havia que, com o farnel às costas, subiam já Serra acima, identificando a melhor pedra para se sentar a assistir ao tão aguardado espectáculo que teria início daí a meia dúzia de horas.

O cheiro das fogueiras começava a invadir o maciço e o burburinho típico destes eventos, apoderava-se do local.

Os guerreiros, esses repousavam ainda no Hotel Estoril-Sol, após uma demolidora madrugada em Arganil. Chegaram ao Estoril ao meio dia e daí até rumarem a Sintra, intercalavam horas de sono com definições estratégicas ao lado das respectivas equipas.

22:00 – A quinze minutos da primeira Prova da noite, o ambiente era de verdadeira competição. Os troços estavam prontos a ser percorridos e o público demonstrava grande ansiedade pela passagem dos primeiros. Apenas 20 resistentes carros partiam do Autódromo do Estoril, rumo à Lagoa Azul. A noite estava relativamente agradável. Não havia muito frio e a ausência de nevoeiro enriquecia o espectáculo.

22:14 – Era um Markku Alen bastante compenetrado que aguardava pela ordem de partida. A um minuto de arrancar para a Especial, respirava fundo e percorria certa e mentalmente os 5 km da Lagoa Azul. Descida rápida até às curvas da Água e Rio da Mula e depois subida com curvas rápidas até ao final, antes do cruzamento. Os carros estavam agora totalmente preparados para devorar quilómetros em asfalto. Suspensões, travões, jantes, pneus, caixa, tudo revisto ou substituído para que nada falhasse. Cada segundo faria a diferença e os pilotos sabiam disso mesmo.

22:15 – Markku Alen parte para o troço Lagoa Azul e faz o tempo de 2,25. Hannu Mikkola parte 2 minutos depois e faz 2,24! Ganha um segundo a Alen reduzindo a diferença para 10 segundos.

22:28 – Alen arranca para os sinuosos 6,5Km da Peninha, onde faz 4,02, menos 4s que Mikkola, aumentando de novo a diferença, desta vez para 14 segundos.

22:46 – Início da primeira passagem pelo troço de Sintra. Alguns elementos do público, menos conscientes, decidem interferir no desenrolar dos acontecimentos, atirando areia para a estrada. Alen não evita a armadilha e perde momentaneamente o controlo do carro e com isso alguns segundos. No final, regista um tempo de 7,26, enquanto Mikkola, provavelmente avisado, evita o deslize e ganha 10 segundos ao seu compatriota, fixando a diferença para 4s no final da primeira ronda.

A multidão manifestava o seu delírio. Em toda a parte aparecia um espectador com rádio na mão a ouvir em directo o desenrolar dos acontecimentos. Rádio Renascença e RDP garantiam a cobertura total da prova e quem ouvia os tempos de cada troço, fazia questão de os partilhar com os restantes populares. Deste modo, toda a gente sabia o que se estava a passar, duplicando o entusiasmo com que se aguardava a segunda passagem.

00:09 – Tem início a segunda ronda com mais uma passagem por Lagoa Azul. Alen faz menos 1 segundo do que a passagem anterior, mas Mikkola está definitivamente ao ataque e ganha-lhe 2 segundos, recuperando metade da diferença que se cifrava agora em apenas 2 segundos.

00:22 – Na Peninha, Alen faz 4,01 e ganha um singelo segundo a Mikkola que assim passa a distar 3 segundos do líder.

00:40 – Alen parte para o troço de Sintra com a intenção de desferir um ataque que lhe permita aumentar a vantagem. No final, obtém o espectacular tempo de 7,05 e ganha 6 segundos ao piloto da Ford, dilatando a diferença para 9 segundos.

À chegada ao final da segunda ronda, Alen e Mikkola não escondiam a enorme tensão a que estavam sujeitos. Quando Alen termina o troço e abre a porta, era visível ver a transpiração no rosto. Peter Ashcroft, director da Ford aguardava a chegada de Mikkola, mas quando vê chegar Alen naquele estado apressa-se e oferecer-lhe uma garrafa de água. Alen aceitaria de bom grado, não fora o grito instantâneo de Daniele Audetto, homem forte da Fiat, frisando ” – Markku, não aceites! Tu bebes apenas a nossa água!”.

O público, esse não continha a euforia e dava por bem empregue cada segundo que passava naquela Serra, em plena madrugada…

02:03 – Passava já das duas da manhã, quando se iniciou a terceira ronda. Uma vez mais, Lagoa Azul abria as hostilidades. Alen volta a fazer 2,24 e perde um segundo para Mikkola, que fica agora a 8 do líder.

02:16 – Na Peninha, Alen faz 4,03 e é Mikkola quem ataca forte, ganhando 4 segundos estabelecendo a diferença em outros 4.

02:34 – A terceira ronda terminava novamente com a passagem por Sintra. Alen não faz melhor que 7,07 e volta a perder 1 segundo para Mikkola. Os dois pilotos partiam para a ultima ronda com apenas 3 segundos de diferença!

Que maravilhoso espectáculo, aquele que se vivia em Sintra. Os pilotos a lutar segundo a segundo, os milhares de espectadores que emolduravam este magnífico acontecimento e a diabólica azáfama dos jornalistas que, também eles numa luta contra o tempo, obtinham o tempo no final de cada passagem e corriam em seguida a estabelecer contacto com as rádios, para lhes fornecer os tempos e os acontecimentos de cada troço. No final do troço de Sintra, em São Pedro, era vê-los numa correria. E quando necessário fosse, acorriam à cabine telefónica mais próxima ou batiam mesmo à porta de particulares para utilizar o seu telefone, partilhando assim os tempos com os colegas que asseguravam no estúdio, a emissão em directo…

Na última ronda tudo podia acontecer. Os pilotos sabiam que, em cada curva percorrida, era a última vez que ali passavam e o desfecho da prova estava cada vez mais perto.

03:57 – Alen arranca para a última passagem na Lagoa Azul. Como se de um relógio Suíço se tratasse, volta a fazer 2,24. Mikkola faz 2,22 e coloca a diferença num escasso segundo! Os corações palpitam incessantemente e era certo que nenhum piloto estava disposto a ceder.

04:10 – Na Peninha, Alen faz 4,02 e Mikkola conduz os 6,5 Km absolutamente no limite, fazendo 3,57, passando desta forma para o comando da prova com 4 segundos de vantagem.

Vivia-se um cenário de completa loucura. O espectáculo proporcionado por estes dois pilotos era algo nunca visto em Portugal, nunca visto numa prova do Campeonato do Mundo. No final da Peninha, e antes de virarem em direcção ao Pé da Serra, era possível constatar que o rosto de cada piloto reflectia a forma alucinante como cada metro estava a ser percorrido. Alen e Mikkola não falavam aos jornalistas. Aproveitavam cada segundo de ligação para recuperar o fôlego e manter a concentração. A decisão estava para breve…

O tudo ou nada

Caminhava-se para as quatro e meia da madrugada e estava prestes a ter início o último e decisivo troço do Rallye. Após mais de 600 Km a lutar contra o relógio, seriam os 10,5 Km finais a ditar o vencedor. A Alen, que até aí tinha como objectivo defender-se dos ataques do seu adversário, cabia-lhe agora o papel de atacar e estava provavelmente mais tenso por isso. No último contacto que teve com a assistência manifestou alguma preocupação com a embraiagem e a Fiat tomou prontamente duas decisões: injectar gasolina na embraiagem e, numa lógica do “tudo ou nada”, mandou retirar o limitador de rotações do Fiat nº 4.

Mikkola por seu turno, estava, pela primeira vez em toda a noite, no comando da prova. Só ele sabia quão difícil fora alcançá-lo e por isso mesmo estava disposto a tudo fazer para não o perder.

Entretanto uma perceptível agitação instalara-se no final do troço de Sintra. No largo, onde a maior multidão se aglomerava, as opiniões dividiam-se: uns optavam por permanecer ali mesmo, perto da comunicação social, para saber em primeira mão quem ganhava o rallye. Outros, não queriam perder a oportunidade de ver Alen e Mikkola discutir a fundo a vitória na prova e subiam a pé a rampa da Pena até ao cruzamento do palácio, onde uma direita-esquerda seguida de lomba era local de eleição para ver as máquinas ao vivo.

04:28 – Instantes antes de Alen arrancar para a derradeira passagem por Sintra, recebera instruções de Daniele Audetto para conduzir em “maximum attack”. O Finlandês assim fez e chegou ao final da Prova de Classificação pulverizando todos os anteriores recordes. 7,01 foi a marca alcançada e a julgar pela forma como chegou ao final da descida, foi um tempo conseguido à custa de muito suor.

Alen parava pouco depois da tomada de tempos, saía do carro e aguardava agora a chegada de Mikkola. Amiúde, perguntava ao seu co-piloto, Ilka Kivimaki, quanto tempo havia passado. Se chegasse além de 2 minutos e 5 segundos depois de Alen, seria este o vencedor, caso contrário venceria o homem do Ford nº 8.

Os segundos, que até aqui passavam de forma incrivelmente rápida, pareciam agora horas para quem aguardava de forma impaciente pela chegada do então líder da prova. Os jornalistas continuavam a relatar os factos de forma ininterrupta, cada vez mais rodeados por gente ávida de saber quem iria vencer.

Passaram dois minutos e do Ford de Mikkola, nem sinal. Kivimaki avisava Alen: “- Se não aparecer daqui a 15 segundos, vencemos o Rallye!” E após esse tempo, Kivimaki exclamou efusivamente: “- Ganhámos Markku!” O Finlandês deu então um salto e, emocionado, afirmava a todos os que o rodeavam que acabara de obter a mais bela vitória da sua carreira.

Ao contrário do esperado, quem apareceu a seguir foi Jean Pierre Nicolas, informando que Mikkola teria batido algures e vinha arrastando a roda dianteira esquerda, em cima da jante. Algum tempo depois, aparece Mikkola, exactamente nestas condições. Também ele vinha a dar o máximo e na traiçoeira zona “entre-muros” havia batido numa pedra, danificando a jante e furando o pneu.

Era um final inglório para quem havia conduzido de forma igualmente brilhante. As contingências dos rallyes ditavam este dramático desfecho. Mikkola podia, tal como Alen, ter vencido o rallye, mas aquele toque custara-lhe mais de 4 minutos e meio e com isso, qualquer hipótese de vencer. Ainda assim, o segundo lugar no rallye não era posto em causa.

Alen foi o primeiro a chegar ao Autódromo do Estoril, para o controlo final e era já aguardado por alguns adeptos. Estes dividiam-se entre os que achavam merecida a vitória e aplaudiam o piloto da Fiat-Alitália, e os que vaiavam o piloto por achar que a vitória fora alcançada à custa do azar de Mikkola.

Alen festejava agora a vitória com os elementos da sua equipa quando o azarado Mikkola chegou ao Autódromo. Alen foi então ao encontro do seu compatriota e aplaudiu-o quando saía do carro, abraçando-o de seguida.

A forma como estes dois grandes senhores se felicitavam, após o duelo travado na estrada durante as horas anteriores, fora um belo culminar para uma das mais disputadas lutas travadas em provas de estrada e constitui ainda hoje um dos mais belos contributos à causa dos rallyes e a todos os seus adeptos de todo o Mundo…

Nuno Branco

 

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