Morreu Joaquim Santos
O automobilismo português perdeu hoje um de seus maiores ídolos. Joaquim Santos jamais será esquecido pela sua classe, paixão pelos ralis, talento inigualável e sua personalidade carismática.
Que descanse em paz.
Foi hoje, 18 de março de 2024, que desapareceu um dos maiores nomes do automobilismo português. Joaquim Santos, nascido a 9 de junho de 1952, tinha 71 anos, e deixa um enorme legado de conquistas e um vazio imenso no mundo dos ralis.
Nascido em Penafiel, cedo demonstrou paixão pela velocidade. A sua carreira de piloto de ralis iniciou-se em 1974, e desde então fez o suficiente para ser considerado um dos melhores pilotos portugueses de todos os tempos. Ao longo de sua brilhante trajetória, Joaquim Santos assegurou quatro títulos de Campeão Nacional de Ralis, em 1982, 1983, 1984, com o mítico Ford Escort 1800 da Diabolique Motorsport, e 1992, já com a Toyota
Joaquim Santos não era apenas um grande campeão, mas também uma pessoa extremamente querida por todos. Era muito introvertido, mas a sua simpatia, humildade e carisma, mantinham-no, quatro décadas depois de correr, ainda um ídolo dos adeptos dos ralis.
Com seu estilo de pilotagem espetacular, arrojado e talento inigualável, Joaquim Santos marcou uma era dos ralis em Portugal. A sua presença nas provas era sinónimo de emoção e adrenalina, e seus fãs acompanhavam-no com fervor e admiração, bem como à Diabolique Motorsport, que ajudou a colocar no topo. Joaquim Santos deixa um legado de conquistas e uma enorme saudade no coração de todos que o conheceram. A sua memória será eternamente preservada na história do automobilismo português.
Neste momento de luto, os nossos pensamentos estão com a família e amigos.
Nesse contexto, à família, e amigos, o AutoSport apresenta as suas mais sentidas condolências.
Que descanse em paz.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI







Homem do Leme
19 Março, 2024 at 10:39
Que triste notícia!
Tive o privilégio de o ver dezenas de vezes (provavelmente centenas), muitas delas nas florestais de Sintra (Rali de Portugal, Camélias ou até já na extinta Volta a Portugal), aproveitando cada centímetro de asfalto, bermas e o que mais houvesse, outras em terra (Arganil, Candosa, Senhora da Graça entre muitas outras) onde conseguia agarrar em derrapagens impossíveis o mítico Ford Escort RS 1800 que controlava como ninguém.
Falei com ele apenas duas vezes nuns testes creio que pouco antes do Rali de Portugal e apesar da popularidade de gozava era extremamente discreto, calmo e até mesmo tímido, nem parecia o mesmo que víamos passar desenfreadamente nas classificativas.
Ontem quando soube da noticia dei comigo a folhear um velho álbum de fotografias de ralis, muitas delas algo tremidas (a máquina não era grande coisa e o “fotógrafo” ainda era pior) e em muitas delas lá aparece o Escort da Diabolique sempre com aquele problema crónico de só conseguir andar de lado, mas acima de tudo recuei no tempo umas boas décadas onde autenticas romarias se deslocavam para as florestais de onde saímos muitas vezes já de madrugada (a maioria dos ralis nessa altura acabavam noite dentro), por vezes enregelados e encharcados mas completamente extasiados já a pensar em quanto tempo faltava para o próximo rali.
O Joaquim Santos era e para mim ainda continua a ser o maior expoente dos ralis nacionais, uma espécie de herói popular, numa altura em que os ralis eram quase uma religião para nós e em que os concorrentes às provas ralis do nacional ultrapassavam quase sempre à centena, incluído mesmo as do chamado campeonato nacional de iniciados.
Muito, muito obrigado Joaquim Santos pelas memórias inesquecíveis e até sempre
[email protected]
19 Março, 2024 at 12:04
Belo testemunho…
jose melo
19 Março, 2024 at 12:46
Eram outros tempos. Bem melhores que hoje em dia. O Quim efetivamente era uma pessoa tímida pois “de repente” viu-se integrado numa estrutura super profissional para a altura, a Diabolique, e o “Doutor” não era “pera fácil”. Mas para quem já o conhecia e quem ele conhecia, não era assim. Tinha mais “à vontade” com a D. Rosa que com o “Doutor”. Das poucas coisas que me arrependo na minha vida foi destruir negativos de fotos. E do Quim também. As fotos com as rodas fora de estrada em Viseu e em Fafe (com que ganhei concursos) assim como as do Rota do Sol que muitas vezes são publicadas (e eu estou lá) são hoje uma recordação. Obviamente não é o momento de escrever muito mais, mas o Quim era muito mais que isto. Dá seguramente para um livro em que cada página é uma maravilha. Oxalá algum jornalista da altura (e já não há muitos) o escreva. Que tente testemunhos de pessoas da altura (pilotos jornalistas e aficionados) e que recorra ao arquivo fotográfico de todos os jornais da altura. Será um sucesso. E podem argumentar o que quiserem, mas os do meu tempo sabemos muito bem quem era “o piloto”. E até o útlimo navegador com quem foi campeão. “O Estica”. Que seguramente tem histórias para uma enciclopédia.
iceberg em chamas
19 Março, 2024 at 13:42
Essa do livro era uma boa ideia apesar de infelizmente já vir tarde, pois era sempre preferivel que tivesse sido efetuado ainda em vida do grande Joaquim Santos e ele bem que o merecia.
Contudo penso que não faltarão documentos fotograficos e inclusive várias entrevistas ao próprio por diversos jornais e revistas, pelo que espero que a ideia avance