Ministério Público acusa seis

Por a 23 Março 2017 22:21

Dois anos e meio depois do acidente o Ministério Púbico acusou seis pessoas pelo sucedido no Rali Sprint Guimarães de 2014, prova em que morreram três pessoas na sequência do despiste de um carro participante na prova. Estão acusados de homicídio por negligência um mecânico e cinco organizadores do Rali Sprint de Guimarães de 2014. Numa missiva publicada hoje, a Procuradoria-Geral Distrital (PGD) do Porto faz saber que cada um dos seis arguidos está acusado de três crimes de homicídio por negligência. Recorde-se que na prova, um despiste de um concorrente colheu oito espetadores, e desses, três viriam a falecer na sequência dos ferimentos. Aqui fica a nota da PGD, na íntegra:

“No dia 28.12.2016, o Ministério Público no DIAP da Comarca de Braga (Vila Nova de Famalicão, 1.ª secção), deduziu acusação contra seis arguidos, imputando a todos eles a prática de três crimes de homicídio por negligência. Os factos reportam-se ao despiste de um automóvel de competição sucedido no dia 07.09.2014, em Guimarães, durante a classificativa do Rali Sprint de Guimarães, que decorreu na EM 579-2, em Vila Nova de Infantas, Guimarães, colhendo oito espectadores, dos quais três viriam a morrer como consequência dos ferimentos assim sofridos. Dos arguidos acusados, um tinha a seu cargo, como mecânico, a manutenção mecânica do veículo que se despistou; os outros cinco foram os responsáveis pela organização da prova desportiva. O Ministério Público considerou indiciado que no veículo automóvel tinham sido efetuadas modificações nos conjuntos roda/cubo e cubo/manga do eixo traseiro que enfraqueceram as suas condições de segurança, levando a que, no decurso da prova, os esforços incidentes sobre o conjunto roda/suspensão levassem à rutura gradual de parafusos de fixação, à consequente frouxidão da roda traseira esquerda e à perda de controlo do veículo por quem o tripulava. Mais considerou indiciado que a competição foi posta em execução em flagrante violação das normas que regem a segurança nos ralis, por não estarem identificadas zonas de risco, nem protegidas com equipamentos de segurança especiais, por não estarem estabelecidas zonas específicas de segurança para o público e ter sido permitido que este se colocasse junto das bermas e por elas circulasse. Foi requerida a abertura de instrução.”

Recorde-se que a FPAK já tinha divulgado as conclusões tiradas pela  Comissão de Inquérito por si requirida para avaliar as circunstâncias do acidente que vitimou fatalmente três pessoas e feriu cinco no Rali Sprint de Guimarães de 2014, a 7 de setembro do ano transato. A Comissão de Inquérito acabou por considerar o facto “um lamentável e triste acidente de corrida”, isentando de responsabilidades, o organizador da prova, o Motor Clube Guimarães que considera ter cumprido todas as elementares regras de segurança. Leia o comunicado na integra neste link:

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Miguelgaspar
Miguelgaspar
7 anos atrás

A FPAK, como sempre, considera um acidente de corrida e ponto final. Problema resolvido. Agora ficamos a saber que afinal houve um curioso, que se armou em mecanico, que teve influencia directa no acidente. Contrariando a FPAK, ficamos a saber que afinal as pessoas estavam mal colocadas e que a organização falhou a todos os niveis. Quem lá esteve viu bem que a segurança é algo secundario, como a grande maioria dos rali sprint. O que tem a FPAK a dizer sobre isto? Não devia a Comissão de Inquerito ser chamada á responsabilidade, uma vez que foi incompetente a todos… Ler mais »

c_s_amaral
c_s_amaral
Reply to  Miguelgaspar
7 anos atrás

Aramanhos com 4 rodas devem ficar na garagem…

seven
seven
Reply to  Miguelgaspar
7 anos atrás

Apesar de não concordar com a sua apreciação ao mecânico – quem anda nos ralis sabe perfeitamente que os mecânicos são frequentemente os menos responsáveis pelas alterações que se fazem nos carros, ponham estas em risco a segurança/fiabilidade ou não, e toda a gente(piloto e navegador incluídos) são perfeitamente conhecedores, muitas vezes mentores, das mesmas. Já quanto à segurança da prova e da esmagadora maioria dos ralis sprint, só refiro o seguinte: acabem com os ralis sprint e afins, que à boleia da regularidade, fazem de itinerários abertos ao trânsito verdadeiras PEC, com a agravante de carros e tripulantes não… Ler mais »

c_s_amaral
c_s_amaral
Reply to  seven
7 anos atrás

Se calhar em alguns casos os mecânicos incompetentes, pela sua ignorância são mesmo os menos responsáveis pelos “aramanhos”.

Miguelgaspar
Miguelgaspar
Reply to  seven
7 anos atrás

Um mecanico, seja na competiçao ou nao, tem de ser profissional. Ou seja, è responsavel pelo que faz num carro, independentemente de receber ordens ou nao. Convem lembrar que sao vidas humanas que estao em jogo, como tal, se for provado que um mecanico teve uma intervençao que causou um acidente, tem de ser responsabilizado. Um bom profissional, seja em que for, sabe dizer que nao quando sabe o que faz. Dai eu chamar de curioso armado em mecanico.

joseaalves
joseaalves
7 anos atrás

Sempre que acontece um acidente em que alguém perde a vida, é muito complicado opinar sobre qualquer ponto de vista. Os ralis, são por natureza um desporto de riso mutuo, quer para os concorrentes , quer para o publico. Na qualidade de espectador e amante de ralis, o que tenho presenciado é algum facilitismo por parte do publico, infelizmente! É como pensar e agir de forma que quando surge algo de grave,é sempre aos outros. Não vi este rali, assim como outros deste nível de competição, mas é justo que o espectáculo seja digno do mesmo nome, caso contrário é… Ler mais »

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