Linhas mestras dos Campeonato Nacional de Ralis já são conhecidas

Por a 24 Dezembro 2013 11:56

As peças importantes que faltavam para completar o puzzle do Campeonato Nacional de Ralis já existem, depois da FPAK ter divulgado as linhas mestras dos campeonatos de ralis. Agora, pilotos, equipas e organizadores já sabem exatamente com o que contar e que tipo de campeonato esperar.

A política da nova direção da FPAK em matéria de ralis foi clara desde que foi eleita no final de julho. Decisões importantes, como a da regulamentação e calendarização do Campeonato Nacional de Ralis, seriam discutidas com os interessados (pilotos, associações de pilotos e clubes) e só depois verdadeiramente seladas e tornadas públicas.

O preço da democracia custou cinco meses de atraso à preparação dos planos de 2014 para grande parte das equipas já que o calendário do Campeonato Nacional de Ralis apenas foi conhecido há duas semanas e as regras a que a competição obedecerá só agora foram publicadas.

Para quem quiser tentar viabilizar os seus projetos junto dos patrocinadores tem agora já as condições para o tentar fazer pois está definido o modelo do principal campeonato de ralis português. O ‘programa das festas’ contempla oito provas das quais apenas pontuarão os seis melhores resultados. No esquema preparado pela FPAK, o campeonato passa a ter três provas de terra e cinco de asfalto e os ralis que até agora corporizavam a Taça de Ouro – Vodafone Rali de Portugal, Sata/Rali Açores e Rali Vinho Madeira – passam a integrar a espinha dorsal do campeonato mas – e é importante ressalvá-lo – tendo apenas a primeira etapa como válida para a contabilidade do campeonato. Dentro do mesmo palco há ainda a registar a entrada de uma nova prova, Rali Cidade Castelo Branco, e a saída de um dos clássicos do campeonato, o Rali Casinos do Algarve. Resta saber como vêem os interessados no campeonato, todas estas mexidas…

Calendário aprovado por quase todos

Se as duas principais associações com peso na orgânica do CNR – APPA e ACOR – se mostraram insatisfeitas com o desenho do campeonato escolhido pela FPAK, a maioria dos protagonistas da competição não se mostra desagradado com o modelo de calendário escolhido, ainda que alguns pormenores mereçam críticas ou, pelo menos, reservas.

Ricardo Moura, bicampeão nacional, considera que “as escolhas feitas deram um salto positivo e qualitativo ao campeonato pois voltaram a trazer os ralis que realmente dão notoriedade. Usar apenas a primeira etapa do Rali de Portugal, Açores e Madeira é uma opção bem pensada e que, pessoalmente, defendia há muito. Não fica muito mais caro que uma prova ‘convencional’ do CNR pelas condições dadas pelas organizações e mesmo o pouco que ficam é largamente compensado pelo mediatismo e retorno que proporcionam. Por outro lado, traz muito maior credibilidade ao campeonato. E mesmo a crítica que alguns fazem de que essas provas obrigam a um dispêndio de tempo muito maior não é totalmente justo pois no máximo obrigam a mais um dia para reconhecimentos”. Uma opinião partilhada por Pedro Meireles que admite ser “a favor da inclusão das três provas internacionais com apenas a primeira etapa a contar uma vez que vale mais uma etapa de uma dessas três provas do que um rali inteiro dos outros”. De resto, também Adruzilo Lopes afina pelo mesmo diapasão, explicando que “ter seis pontuações em oito ralis dá a possibilidade de gerir o campeonato e contornar um ou outro azar que aconteça. Das três provas ‘grandes’ – Portugal, Açores e Madeira –, estrategicamente e por segurança, parece-me correto apostar em pelo menos duas mas tudo dependerá dos resultados. A única certeza que tenho é que será importante marcar presença no início do campeonato pelo menos até ao Rali de Portugal para não ficar ‘prisioneiro’ de resultados ou seja, não poder falhar depois até ao final do ano”. Para João Barros, que será, com o novo Ford Fiesta R5, um dos principais candidatos ao título, “a solução das oito provas parece positiva ainda que vá encarecer o campeonato pois para um R5, cada prova tem um custo de € 10 000”.

E é talvez este o ponto mais sensível da questão do aumento das cinco para as oito provas pois há quem considere que o aumento dos orçamentos é muito superior ao desejável e inicialmente previsto. É o caso de Miguel Jorge Barbosa que se demarca da opinião positiva dos seus ‘colegas de turma’, contestanto as ideias da FPAK: “não considero justo serem oito ralis. As primeiras etapas do Rali de Portugal, Açores e Madeira vão ter custos muito elevados. E a questão é que se fossem mais caras mas conseguíssemos delas extrair o devido retorno, as coisas poderiam equivaler-se mas como isso é impossível, não faz sentido. É impossível porque não só o nosso ‘espaço’ vai ser abafado pelos outros protagonistas dessas provas mas sobretudo porque não poderemos andar o que queremos e tentar mostrar serviço nesses ralis já que teremos que estar a fazer contas para o nosso campeonato. Para além disso, com certeza que, pelo menos no Rali de Portugal vamos partir cá atrás e vamos apanhar os pisos muito degradados, obrigando-nos a andar devagar e a poupar para terminar”. O campeão de Produção vai mesmo mais longe, referindo que “se as regras não mudarem não contem comigo para o campeonato!”.

Alternância terra/asfalto não reúne consenso

Mas para além das oito provas do calendário, há outros temas ‘quentes’ em cima da mesa. Um dos mais falados prende-se com o facto do calendário intercalar provas de terra com asfalto e isso suscitar dúvidas quanto ao aumento dos custos, dividindo opiniões. Augusto Ramiro, da ARC Sport, a estrutura que tem sistematicamente colecionado títulos no CNR dos últimos anos, é da opinião que “nos carros da nova geração, como os R5 ou os S2000, é preciso alterar muita coisa de um piso para outro, nomeadamente, mudar as suspensões, os travões, mangas de eixo, desmontar a caixa e o diferencial, montar ou desmontar proteções, etc, o que não só faz crescer as horas de trabalho como aumenta os custos”. João Barros também atenta que “a alternância não só aumenta os custos como também tem peso suplementar no planeamento dos testes”. Mas depois há a considerar a posição intermédia nesta questão que rege o pensamento de Carlos Martins, que estreará no próximo ano um Lancer Evo 9 R4, sublinhando o piloto alentejano que “intercalar um rali de asfalto no meio dos de terra não é o ideal mesmo se não faz disparar assim tanto os custos” e ainda também o maior pragmatismo de Bernardo Sousa para quem “a mudança de terra para asfalto e de asfalto para terra intercalada não choca, nem faz disparar assim tanto os custos. Se o trabalho for bem feito e bem planeado em casa, não vejo grandes problemas em transformar os carros de um piso para outro mais do que uma vez num ano”.

No que concerne à entrada de um novo rali e saída de um outro, as opiniões dos pilotos são mais ou menos unânimes considerando Ricardo Moura que “a saída de uma prova e a entrada de outra parece ser uma mudança positiva pois é um sinal de mudança e serve como uma motivação extra para que as organizações se esforcem ainda mais”, enquanto Bernardo Sousa defende que “é importante o CNR mudar de ares e ‘lavar a cara’ e a saída do Rali Casinos do Algarve deve servir de aviso para outros clubes trabalharem melhor”. No fundo, duas maneiras de dizer a mesma coisa ou três, se considerarmos o parecer de Pedro Meireles que se congratula com a rotatividade afirmando que “até que enfim que sobe uma prova e desce outra”, contestando, contudo, que a ‘vítima’ tenha sido a prova algarvia já que “em termos de promoção foi claramente melhor que as outras quatro e no que toca ao resto esteve ao nível mesmo nível, o que faz pensar que os critérios e avaliações deviam ser tornados públicos”.

LINHAS MESTRAS DOS CAMPEONATOS DE RALIS 

CAMPEONATO NACIONAL DE RALIS  

CALENDÁRIO DO CAMPEONATO NACIONAL DE RALIS 

 

 21 e 22 Fevereiro  –  RALI SERRAS DE FAFE 

 08 e 09 Março  –  RALI CIDADE DE GUIMARÃES 

 03 a 06 Abril  –  VODAFONE RALI DE PORTUGAL* 

 15 a 17 Maio  –  SATA RALI DOS AÇORES* 

 07 e 08 Junho  –  RALI VIDREIRO (nova data) 

 01 a 03 de Agosto  –  RALI VINHO MADEIRA* 

 19 e 20 Setembro  –  RALI DE MORTÁGUA 

 07 e 08 Novembro  –  RALI CIDADE DE CASTELO BRANCO 

 

1. Composto por 8 provas (3 em terra / 5 em asfalto). 

Pontuam as 6 (seis) melhores pontuações das oito. 

• * Nas três provas internacionais só pontua a 1ª etapa (ou equivalente) 

 

• A inclusão no CNR, dos Ralis dos Açores/Madeira está sujeita aos acordos estabelecidos 

entre os próprios e a FPAK, no respeitante aos custos de transportes das equipas. 

 

2. O Total de quilometragem das PEC`s no CNR, será até 120 Km (+/-10%), (excepção às 3 Provas 

Internacionais em que a quilometragem pode ser superior). 

 

3. Não existe número mínimo de participantes para a pontuação em cada Prova. 

 

4. Deixa de existir a Power Stage, sendo premiado o nº de vitorias em PEC`s, (valem 0,5 ponto por PEC, e por Categoria).  

 

5. O Campeonato é composto pelas seguintes categorias: 

5.1.1. Geral Absoluto 

5.1.2. RC 2 

5.1.3. RC 3 

5.1.4. RC 4 

5.1.5. RC 5 

5.1.6. 2 Rodasmotrizes até 2000cc

5.1.7. RGT 

5.1.8. Clássicos Gr1 

5.1.9. Clássicos Gr2 

5.1.10. Clássicos Gr3 

5.1.11. Clássicos Gr4 

 

6. O Campeonato RGT e Campeonato de Clássicos é composto pelas 5 (cinco) provas de asfalto e pontuam as 4 (quatro) melhores. 

 

7. Serão admitidos no CNR as seguintes viaturas:  

Grupos FIA  

RC 2 / RC 3 / RC 4 / RC 5  

O  RGT  inclui  os  Cup/Challenge/Trophy (sujeito a aprovação FPAK – extensão  da homologação) 

 

8. Aos Pilotos que participem em 7 e/ou 8 Provas do Campeonato, é-lhes adicionado um bónus respectivamente de 5 e 10 pontos. 

 

9. O valor de inscrição no Campeonato Nacional de Ralis é de 1800 €, recebendo a equipa 200 €, por prova em que alinhe á partida. 

9.1 No Campeonato RGT e Clássicos o valor de inscrição é de 1200 €, recebendo a equipa 200 €, por Prova em que alinhe á partida. 

 

10.  O valor mínimo recomendado, de Inscrição nas Provas é de 800,00 € + IVA + Seguro. 

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