‘ESTÓRIAS’ DO WRC: A desorganização das Nações Unidas

Por a 12 Fevereiro 2014 14:27

É impossível falar da história do WRC, sem fazer referência a Arganil, já que esta catedral dos ralis tem sido palco de um sem número de episódios que marcam o imaginário colectivo da gente dos automóveis. Francisco Vasconcelos conhece a Serra do Açor como poucos. Ainda menino, viu os primeiros carros de competição a subir a rampa do Mont’alto, assistiu à projecção de Arganil além-fronteiras e tem dedicado a vida aos automóveis e à sua Terra, sendo presença assídua na organização do Rali de Portugal e nas inúmeras sessões de testes que aquelas encostas testemunharam. Ao longo de décadas, coleccionou inúmeras “estórias”, recordando uma das mais insólitas, durante os testes da Toyota para o Rali de Portugal de 1995: “foram os testes mais longos e problemáticos em que tive o privilégio de colaborar. Quase três semanas sem interrupção com um trabalho intensivo por parte dos mecânicos, mudando os pneumáticos, tirando caixas de velocidades, baixando suspensões, afinando cambers, tudo para que Didier Auriol, Juha Kankkunen e Armim Schwarz dessem o seu aval ás afinações propostas.

Para estes testes na zona de Arganil, a equipa Toyota Team Europe fez deslocar um camião oficina com stock de peças, duas carrinhas de assistência, alguns carros de apoio e dois carros de testes que tinham sido utilizados no Monte Carlo desse ano. Relativamente aos meios humanos, parecia que estávamos perante uma delegação das Nações Unidas. Sem contar os pilotos, estavam presentes 8 alemães, 6 ingleses, 3 neozelandeses, 3 japoneses, 2 austríacos, 2 coreanos, 1 filipino, 1 australiano e um arganilense. Toda esta diversidade de culturas, a longa duração dos testes, o mau feitio dos alemães em relação a ingleses e neozelandeses e o mau relacionamento dos austríacos com todos os outros, contribuíram para um clima que se foi degradando e explodiu no dia em que o Armim Schwarz decidiu que tudo estava mal e tinham que começar de novo, após duas semanas de trabalho intenso, já avalisado pelos outros dois pilotos.

Estávamos a comer algo no camião oficina, uns a falar alemão, outros inglês e eu a comer uma sandes e a folhear o Autosport, que dava conta do andamento dos testes pela pena do Adalberto Ramos quando, de repente, só vejo sandes a voar e o jornal a converter-se em páginas soltas pelo chão. Estava a começar em plena Serra do Açor a 3ª Grande Guerra. Entre gavetas de ferramenta, soco daqui, empurrão dacolá, no meio da contenda ergo as mãos e faço valer a neutralidade portuguesa pondo termo ao conflito. Á noite, da reunião geral na sala de jantar do Hotel de Arganil, resultaram dois neozelandeses despedidos, um inglês e um alemão enviado para casa mais cedo e um elogio e prémio à “coragem” a este português que, fazendo jus á sua neutralidade, acabou com o conflito num espaço reduzido, sujeito a ser “amassado” entre dois colossos europeus…”

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI

últimas Ralis
últimas Autosport
ralis
últimas Automais
ralis
Ativar notificações? Sim Não, obrigado