Equipas do WRC apontam caminho à FIA

Por a 11 Julho 2014 23:55

O WRC está em fase de definições podendo rever o modelo e estrutura de provas já para 2015. Com os ralis a poderem terminar ao sábado, podem ainda vingar ideias como o ‘Shoot out’ ou uma especial tipo Fafe Rally Sprint, reservada para os domingos. Para as equipas, frustradas com os lentos progressos do trabalho do Promotor do WRC, o plano passa por injetar maior interesse que o gerado pela Power Stage nas estações televisivas que simpatizam e com as que não simpatizam com o Mundial. A FIA tem, contudo, a última palavra mas, enquanto isso não acontece, vale a pena saber o que pensam os patrões das equipas sobre como deveria ser o Mundial de Ralis na versão 2015 e seguintes…

Jost Capito (VW Motorsport)

O patrão da VW Motorsport mostrou ser um dos mais criativos agentes do WRC ao lançar a ideia de um modelo ‘Shoot Out’ (por eliminatórias e com pontos extra) para o último troço do rali (em substituição da Power Stage) com o objetivo, artificial, de criar um incentivo aos principais pilotos que assim poderiam manter a incerteza da classificação até ao final do rali, garantindo um grande espectáculo televisivo no último dia. Só que a ideia tem esbarrado no espírito conservador de muitos fãs do campeonato, pouco preparados para soluções aventureiras depois do fracasso ou dos resultados pouco significativos da maior parte delas nos últimos 15 anos.

“A minha resposta para os fãs que dizem que o ‘shoot out’ destruirá os ralis é que quem pensa assim não estará bem informado. A ideia não mudará a disciplina. Não acho que os ralis sejam demasiado complicados e o que se propõe não aumenta essa complexidade. As classificativas não mudarão. Lembrem-se que agora, se alguém tiver um problema técnico no último troço, desiste do rali. Não podemos dizer o atual sistema seja justo. A nossa ideia é decidir o rali nos troços de acordo com a performance dos pilotos, revela o patrão da equipa que atualmente lidera o WRC. Em relação à especial de domingo ‘tipo-Fafe’, Capito acha demasiado perigosa. No seu ponto de vista, “a ideia poderá tornar os dois primeiros dias de prova irrelevantes. As equipas reservar-se-iam para o evento ‘tipo-Fafe’ e esqueceriam o resto do rali e em dois ou três anos, os ralis perder-se-iam porque os construtores apenas apoiariam este tipo de eventos que dão 90 % de benefícios promocionais com 10% de custos. Isso matará o WRC. Se assim for, para que precisaremos do resto do rali?”, lança a pergunta.

Malcolm Wilson (M-Sport)

Normalmente um passo à frente da concorrência quando é preciso inovar, desta feita, Malcolm Wilson, o responsável máximo da equipa M-Sport, prefere comentar as ideias avançadas pelos outros do que avançar com as suas próprias. Em todo o caso, o antigo piloto concorda que a única coisa certa é que algo tem mesmo que mudar para que o WRC tenha outra visibilidade. Para Wilson, “tenho estado em muitas reuniões e ainda não sai de nenhuma com uma ideia do que se deve fazer. Sentimos que algo tem que ser feito e o único caminho é fazer experiências. Uma coisa é certa, a ideia do Capito (‘shoot out’) vai manter toda a gente atenta e entusiasmada. Quanto à ideia de ‘Fafe’, pessoalmente acho que a adoção desse sistema marcaria o final do Campeonato do Mundo porque o WRC passaria a disputar-se num sistema de 12/15 ‘shoot outs’, ficando a pergunta sobre o que faríamos nos dois primeiros dias de prova pois esse evento de domingo iria assumir totalmente o protagonismo do rali”.

Michel Nandan (Hyundai Shell WRT)

O líder da última equipa a chegar ao Mundial, mostra-se reservado quando confrontando com qual será a fórmula de sucesso para o futuro do Campeonato do Mundo. O patrão da Hyundai começa por revelar que “não acho que seja necessária uma revolução”, referindo depois que “a ideia do ‘shoot out’ é mostrar as coisas a muitas pessoas. E há diferentes maneiras de o fazer. Pode-se fazer algo como a proposta do Jost (Capito) ou fazer algo completamente diferente. Talvez uma espécie de Golden Stage ou algo completamente independente do rali para promover uma competição com pontos extra para o campeonato. Há muitas possibilidades. Em relação ao facto de estar de acordo ou não com a ideia do Jost, o que posso dizer é o facto de não ter ideias melhores, não quer dizer que a sua solução seja boa. Mas se ela for suficientemente eficaz para mudar, então pode trazer mais feed back aos construtores sobre os ralis e deverá ser aplicada. Caso contrário, deve ficar na gaveta. Pessoalmente, não acho que o ‘shoot out’ vá matar o entusiasmo pelos ralis, sendo feito numa classificativa. Ainda vamos ter dois ou três dias de provas com troços convencionais e a classificação ainda será a mesma. Apenas uma parte da competição será diferente. O DNA da competição manter-se-á”, revela. Todavia, qualquer que seja a mudança, ela “só é válida se permitir mais cobertura aos ralis”.

Nota: Não foi possível em tempo útil obter o depoimento da equipa Citroën relativamente às questões em discussão.

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