CRÓNICA: Um adepto português no Rali da Sardenha

Por a 12 Junho 2014 15:55

Há muito que gosto de ralis. Muito embora nos temos áureos fosse um seguidor mais assíduo, continuo a tentar seguir as provas automobilísticas das várias categorias. Refiro-me aos tempos áureos como sendo o tempo das romarias de fim-de-semana a Arganil ou de outros troços do, sempre interessante, Rali de Portugal. Eram tempos em que as televisões e as rádios nacionais informavam os adeptos, troço a troço, e que, naturalmente, motivavam o público para seguir a prova. Hoje em dia o desporto automóvel está um pouco relegado para segundo plano e, quem gosta, tem que se manter informado de outras formas, nomeadamente nas publicações como o AutoSport que, apesar das dificuldades do setor, conseguem manter-nos atualizados desde há muitos anos.

Para além de desporto automóvel, interesso-me por fotografia e, juntando o útil ao agradável, associei-me a alguns amigos para seguir o Rali da Sardenha, nesta edição de 2014.

Entre uma japonesa, um russo, passando por um francês, dois italianos e os meus dois amigos portugueses, Albano Loureiro e Jorge Cunha, o grupo parecia uma representação da ONU. Não sei se o rali e a fotografia são linguagens universais mas, apesar das dificuldades, e como qualquer bom português que se preze, não há barreiras linguísticas que não possam ser ultrapassadas.

O trabalho fotográfico, ao contrário do que possa parecer, não é apenas disparar o obturador. Percebi que para se fazer um bom trabalho é necessária muita preparação, nomeadamente no reconhecimento prévio dos troços, com o objectivo de escolher um bom local, onde as fotografias sejam o mais espetaculares possível, com boa luz, e sempre calculando o tempo máximo para se estar nesse local partindo rapidamente para o próximo troço, sempre em segurança.

Em termos de Organização da prova, pareceu-me que os padrões são os que um evento do género exige no entanto, no que ao publico diz respeito, pareceram-me muito mais permissivos que em Portugal. Era normal que, antes do início de um troço houvesse a preocupação, pelos Comissários, em chamar a atenção das pessoas para os locais onde se colocavam mas, após a passagem do primeiro carro, começava o assalto aos pontos onde uma fotografia com o telemóvel podia ser melhor.

Este rali oferece excelentes condições para a modalidade, com troços muito bons e com zonas espectaculares. Tem inclusive o mais longo troço das provas realizadas no campeonato com cerca de 60 km. Nos locais onde estive, vi sempre bastante público mas nada comparado com o que se vê, por exemplo, em Fafe.

À imagem do que se faz recentemente em Portugal, há uma super especial realizada, no primeiro dia, na capital da Ilha, Calgliari, num circuito de cerca de 1,5km dentro da cidade que permite uma grande afluência de público. Mas no que às equipas, ou fotógrafos, diz respeito, essa super especial exigia uma deslocação de cerca de 500km pois o estado maior da prova estava em Alghero e os troços, depois da SS de Cagliari, realizavam-se na zona de Olbia.

Na minha opinião, os troços deste tipo, tal como em Belém, são muito importantes para trazer adeptos para a modalidade e, pese embora o desconforto para quem acompanha o rali ou para as equipas, considero que vale a pena o esforço. No que à Sardenha diz respeito, não nos tocou ir a Cagliari, foi alguém da ONU.. Como amante do desporto fiquei com pena mas, sabendo que fizemos 1.500 km na ilha durante uma semana, dispensei bem mais estes 500…

Bem, verdade seja dita que cerca de 300 km foram feitos depois, essencialmente a conhecer as praias do norte da ilha, particularmente a fabulosa Costa Esmeralda. Sim que, para além de fotografia e carros, também merecemos umas mini-férias.

Para terminar, deixo apenas alguns conselhos para quem pretenda ter alguma experiência idêntica. Para começar, ter sempre como prioridade as questões de segurança, tanto na estrada como nos locais escolhidos para assistir ou fotografar. Planear bem os sítios onde se pretende ir e calcular, com margem, as deslocações entre os troços. Já nos troços, analise previamente para onde corre o vento pois isso poderá evitar comer algum pó. Claro que se quer uma boa fotografia, por vezes, há que esquecer isso e não chorar sobre o pó derramado na lente ou na camara. Chapéu, calçado e roupa confortável são essenciais tal como água sempre à mão. Depois é esperar (outra das qualidades de qualquer fotógrafo) pelo momento certo e disparar muito. No final, pergunte-se com é que é possível conduzir daquela maneira.

Pedro David

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