Conhece os ralis em Angola?

Os ralis em Angola estão em franco desenvolvimento, estando a ganhar uma identidade própria depois de ter nascido o CARR (Campeonato Angolano de Rali/Raid) pela mão da Ekuipa de Pedro Cristina, o principal responsável pela dinamização do ralis em Angola e o atual promotor e organizador (de cinco provas) do campeonato que em estreita relação com os pilotos foi cimentando uma competição que se tem sabido fortalecer.

É verdade que se pode continuar a falar carência de meios humanos no apoio às organizações e de um sistema de cronometragem de provas que nem sempre é o mais fiável, mas a evolução tem sido notória, mesmo também se a maior parte dos pilotos não tem patrocinadores, o que confere, em alguns aspetos, ainda um certo amadorismo à competição cujas exigências de retorno são mínimas.

 Não obstante, não falta animação ao CARR que é constituido por oito provas (contam sete pontuações) realizadas nas províncias de Namibe, Huambo, Benguela, Huila, Luanda e Kwanza Sul (três provas) e abrange viaturas de ralis, de TT, mas também Buggies, UTV’s, Quads e Motos.

 As provas variam a quilometragem mas são disputadas em troços cronometrados de terra cujas distâncias variam entre os 23 e os 135 km, sendo que, por exemplo, na próxima Baja Huambo 400, os concorrentes vão ter um troço de dupla passagem com 186 km.

 Inicialmente a ideia era fazer apenas ralis para as viaturas TT mas quando Pedro Cristina chegou à conclusão que que teria pouca adesão, optou também por juntar as motos, o que significa ter cerca de 40 equipas por prova, das quais cerca de metade são adstritos à classe dos Buggies e UTV’s.

 Entre os principais protagonistas, em provas onde não há vencedores absolutos mas sim vitórias à categoria, destaque para uma interessante combinação entre pilotos jovens e consagrados.

 Na Classe M (Motos de qualquer cilindrada), Zé Comando, que venceu a prova do Namibe, lidera, mas Henrique Vu (KTM), que venceu em Quilengues e no Longa, e Hélder Coelho Vuty (Honda), vencedor no Lobito, ainda são adversários de respeito.

Na Classe Q (Quads de qualquer cilindrada), as coisas estão mais divididas entre o mais experiente Rui Cunha (Suzuki), o veterano Ludy Chaves (KTM) e ainda Ayrton Gomes (Yamaha), Miguel Cardoso (Can Am) e Hamilton Gonçalves (Yamaha), mas, no fim de contas, quem lidera o campeonato é jovem Marco Vieira (Polaris), sem ter ganho qualquer prova.

 Na classe TT (carros, carrinhas e jeeps com motores diesel e a gasolina, sem distinção de cilindrada), os Mitsubishi são os protagonistas, nomadamente os conduzidos por Hugo Carvalho, Ricardo Sequeira, Rómulo Branco e Ricardo Reis. Mas, mesmo se já não tem hipóteses de conquistar o terceiro título consecutivo depois da sua Isuzu (by Prolama) ter evidenciado diversos problemas, Maló Almeida é sempre um piloto a ter em conta nos resultados finais. Neste momento, é Sandro Dias, com a sua Mazda quem comanda as operações e Hugo Carvalho está no segundo posto depois de já ter averbado três vitórias.

 Finalmente, na Classe E (E1 para Buggies, UTVs e outros com motor de mota , caixa de velocidades manual ou motor acima de 1500cc  e UTVs com turbo; E2 destinada a Buggies, UTVs e outros com motor de mota mas caixa automática ou motor de carro até de 1500cc), as classificações estão atualmente suspensas devido a reclamações ocorridas na prova do Longa. Contudo, isso não impede que na categoria E1 sejam os veículos chineses e derivados FBF a dominarem, enquanto entre os E2 os Polaris 1000 e 900 predominam mas os Can Am Maverick também já começam a aparecer, prevendo-se, até ao final do ano uma luta intensa entre José Roxo e João Lota.

Foto: Lwiana Photography (facebook Pedro Cristina)