Rally de Lisboa: ‘Festa da Taça’ para José Pedro Fontes, Ricardo Sousa e João Rodrigues festejam troféus
José Pedro Fontes conquista Taça Portugal em Rally Lisboa com vitória sobre Teodósio. Ricardo Sousa vence Peugeot Cup e João Rodrigues sagra-se campeão Clio Trophy.

Apesar da muita chuva que marcou ambos os dias do Rally de Lisboa, e dos pisos maioritariamente escorregadios — onde diferentes tipos de asfalto, por vezes no mesmo troço, colocaram à prova a perícia das equipas — a prova viveu de uma adesão massiva do público.
Nem a meteorologia adversa afastou os milhares de entusiastas que se distribuíram pelas estradas e pelas zonas espetáculo, tornando cada classificativa num verdadeiro ambiente de festa rali.
O evento terminou em apoteose, com celebrações e emoção na Marina de Cascais, consagrando vencedores e criando memórias, para alguns, inesquecíveis…
José Pedro Fontes vence Rally de Lisboa, e conquista a Taça de Portugal de Ralis
José Pedro Fontes e Inês Ponte (Citroën C3 Rally2) sobrepuseram-se a Ricardo Teodósio e José Teixeira (Toyota GR Yaris Rally2) numa conclusão emocionante do Rally de Lisboa, conquistando a Taça de Portugal de Ralis por apenas 19,1 segundos após um duelo travado ao longo de 12 classificativas (96,63 quilómetros). O rali foi equilibrado na sua grande maioria e só na fase final o piloto que se desde da Citroën após 11 anos, desde o DS3 R5, ao C3 R5 e desde 2021 o C3 Rally2. Agora, se tudo correr como se espera, é altura de mudar para a Lancia, regressando às máquinas italianas tal como já sucedeu entre 2000 e 2002 com o Fiat Punto Kit Car, e 2007-2008 com o Fiat Abarth Grande Punto S2000.

A mesma prova consagrou Ricardo Sousa campeão da Peugeot Rally Cup Portugal e João Rodrigues campeão do Clio Trophy Portugal, coroando assim uma temporada de destaque em três dos principais troféus nacionais de ralis.

Um duelo épico entre Fontes e Teodósio
Como esperado, José Pedro Fontes e Ricardo Teodósio foram os grandes protagonistas da edição 2025, destacando-se claramente da concorrência. A diferença entre ambos variou entre os 0,9 segundos na primeira classificativa e os 19,1 segundos finais. Teodósio começou como líder, mas Fontes manteve-se consistente, vencendo sete das doze especiais ao cronómetro e impondo progressivamente o seu ritmo.
Na última etapa, Teodósio atacou incisivamente, reduzindo a desvantagem para 8,8 segundos, mas Fontes reagiu e repôs uma margem que Teodósio já não conseguiu responder, pois para o fazer, tal como disse ao autoSport, “tinha que sair da sua zona de conforto”. Fontes demonstrou maior controlo e consolidou a vitória com segurança.

Surpresas, desistências e emoção
A prova revelou-se marcada por incidentes significativos. Rui Madeira (Hyundai i20 N Rally2) foi forçado a desistir na fase final devido a problemas de motor, após perder o terceiro lugar para Pedro Lago Vieira quando teve uma falha de ligação que o atrasou mais de 15 segundos. Vieira apresentou-se como uma agradável surpresa, garantindo lugar no pódio com o seu Rally2, com o piloto a revelar ao AutoSport que esta prova foi o barómetro perfeito, apesar da chuva, para perceber como está face à concorrência do CPR.
Ernesto Cunha (Skoda Fabia RS Rally2) viu as suas aspirações comprometidas num toque na primeira especial do segundo dia e desistiu. André Cabeças (Citroën C3 Rally2) abandonou quando era sétimo classificado, vítima de avaria na embraiagem.
Diogo Marujo (Skoda Fabia R5 Evo) e Paulo Neto (Skoda Fabia Rally2 Evo) completaram o top-5, consolidando dois bons resultados nesta última prova decisiva.

Filme do rali
No primeiro dia de prova, José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 Rally2) já tinham terminado a primeira etapa na liderança da prova, com uma vantagem de 16.1s para Ricardo Teodósio (Toyota GR Yaris Rally2) que foi o primeiro líder, mas em três das quatro “especiais” seguintes não conseguiu acompanhar o ritmo do seu rival.
Rui Madeira (Hyundai i20 N Rally2) ocupava a terceira posição e não estava longe dos dois homens da frente, especialmente do segundo lugar.
Teodósio teve um bom início, ao ganhar quase um segundo a Fontes, só que a partir daí este último foi consolidando a sua superioridade, dando mostras de se adaptar melhor ao piso molhado e à chuva que caiu de forma persistente. Madeira, por seu turno, também se sentiu confortável com o Hyundai i20 N Rally2, para concluir o primeiro dia na terceira posição, destacando-se de Ernesto Cunha (Skoda Fabia RS Rallye2) e de Pedro Lago Vieira (Toyota GR Yaris Rally2), estes separados por menos de 6 segundos.

Ricardo Sousa vence Peugeot Rally Cup Portugal
Ricardo Sousa optou por uma estratégia prudente na luta pela Peugeot Rally Cup Portugal, abdicando de discutir a vitória com Gil Antunes e delegando atenção no seu rival direto, Iago Gabeiras. A tática funcionou: Sousa garantiu o título e, como prémio, acesso a disputar um rali do Campeonato de Portugal em 2026 aos comandos de um Rally2.
Antes, no primeiro dia, Rafael Rego dominou até se despistar e bater, na segunda classificativa, deixando caminho livre a Ricardo Sousa, o seu principal adversário para vencer o troféu. Sousa acabou esse 1º dia na segunda posição, a 3.1s de Gil Antunes, sendo que o terceiro era Henrique Moniz, todos separados por escassos segundos.

João Rodrigues ‘surfou’ no Clio Trophy Portugal
João Rodrigues, campeão do Clio Trophy Portugal, não precisava de vencer para confirmar o triunfo no troféu monomarca, mas demonstrou domínio ao correr em casa (Mafra), destacando-se claramente de Luís Caetano e Tiago Pereira, reforçando a sua supremacia ao longo da época.
No 1º dia, João Rodrigues já liderava destacado o troféu, não permitindo que ninguém o importunasse, colocando-se em boa posição para poder festejar o título. O que fez no dia seguinte…

Pedro Câmara Jr. vence novamente no FPAK Júnior Team
No FPAK Júnior, Pedro Câmara Jr. (Peugeot 208 Rally6) somou a terceira vitória, aproximando-se decisivamente do título com apenas uma prova por disputar. No primeiro dia a desistência, devido a despiste, de Francisco Fontes (Lancia Ypsilon Rally6) na segunda “especial”, depois de ter perdido 2.4s para Pedro Câmara (Peugeot 208 Rally6) logo a abrir a prova, deixou este último com uma vantagem bastante confortável para gerir.
O piloto do Lancia voltou no segundo dia, para acumular quilómetros e experiência, mas terminou, logicamente, muito longe na frente, no quinto posto. Antes, atrás de Pedro Câmara/J.Câmara (Peugeot 208 Rally6) ficaram classificados Luis Mendes-Diogo Costa (Peugeot 208 Rally6) a 37.8s, Afonso santos-José Azevedo (Peugeot 208 Rally6) a 55.7s e José Coelho Lima-R.Faria (Peugeot 208 Rally6), a 6m50.9s.

O Rally de Lisboa encerrou em apoteose na Marina de Cascais, com muito público, e a disputa de uma City Stage fora da classificação, celebrando os vencedores e consagrando uma temporada memorável para os ralis em Portugal. Venha 2026!

Classificação final (Provisória) – Rally de Lisboa
Posição Piloto/Navegador Viatura Tempo
1º José Pedro Fontes/Inês Ponte Citroën C3 Rally2 56m40,6s
2º Ricardo Teodósio/José Teixeira Toyota GR Yaris Rally2 a 19,1s
3º Pedro Lago Vieira/Gabriel Morales Toyota GR Yaris Rally2 a 1m46,3s
4º Diogo Marujo/Jorge Carvalho Skoda Fabia R5 Evo a 2m22,1s
5º Paulo Neto/Carlos Magalhães Skoda Fabia Rally2 Evo a 4m10,9s
6º Carlos Martins/Daniel Amaral Ford Fiesta R5 a 4m37,4s
7º Gil Antunes/Alexandre Ramos Peugeot 208 Rally4 a 4m59,5s
8º Henrique Moniz/Jorge Dinis Peugeot 208 Rally4 a 5m22,0s
9º Ricardo Sousa/Luís Marques Peugeot 208 Rally4 a 5m45,8s
10º Joni Gonçalves/Vítor Hugo Peugeot 208 Rally4 a 5m48,3s
FOTOS GO Agency/Ricardo Oliveira e AIFA

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