Q & A com Ricardo Teodósio: “Fizemos um trabalho excelente este ano, estamos satisfeitos”
Ricardo Teodósio encerrou a temporada 2025 com um segundo lugar no Rally de Lisboa, reafirmando o seu valor numa prova marcada por condições climatéricas adversas e escolhas estratégicas difíceis. Apesar de ter lutado pela Taça de Portugal, o piloto reconheceu que as condições secas da tarde e a diferença de performance entre os pneus Hankook e Pirelli limitaram as suas possibilidades nos troços finais, nomeadamente em Sintra — uma zona icónica que nunca tinha competido anteriormente.

Confrontado com a exigência de troços como Alcabideche e Pé da Serra/Peninha, onde a tração era mínima e o risco de estragar o carro era máximo, Teodósio preferiu gerir o andamento de forma responsável. Mesmo assim, reconheceu que “com o conhecimento e a experiência que agora tem sobre Sintra”, o seu desempenho foi próximo do limite seguro.
Olhando para 2026 com esperança e pragmatismo, o piloto fez um balanço muito positivo da época: apesar de duas desistências por problemas mecânicos fora do seu controlo, a dupla “cumpriu o papel inteiro” e validou o trabalho com patrocinadores e equipa. “Acho que fizemos um trabalho excelente este ano”, concluiu, esperando que “o Pai Natal seja generoso connosco em 2026”.

AS: Ricardo, fim de época, segundo lugar. Lutaste pela Taça, fizeste uma prova boa, mas não deu para ganhar…
Ricardo Teodósio: “As condições climatéricas estavam complicadas. Se tivesse chovido hoje da parte da tarde, eu acho que talvez tivéssemos ainda uma palavra a dar. Mas como não choveu, secou. E nós fizemos um trato na equipa de levarmos os mesmos pneus, tínhamos os dois iguais, mas o meu pneu (Hankook) não aguenta tanto como o dele (Pirelli). E eu bem forcei para tentar…”
AS: No começo da manhã forçaste ali um bocadinho, mas depois ele reagiu…
Ricardo Teodósio: “sim, mas nestes dois últimos troços, o primeiro (Alcabideche), andar mais que aquilo era para estragar o carro. No segundo troço (Pé da Serra/Peninha), era muito, muito difícil. Tens muitas zonas de cortes sujos, terra preta. A tração, não há. Em travagem, não há tração…”
AS: Já compreendes agora um bocado melhor o que é Sintra…
Ricardo Teodósio: “Já, já sabes que eu nunca – nem me lembro, assim, se eu fiz aqui alguma vez (ndr, nunca ‘fez’ Sintra anteriormente). Só mesmo com o Paulo Cruz, nos reconhecimentos, de eu ter andado com ele para o ajudar a tirar notas. Mas fazer Sintra, nunca tinha feito aquele troço. Mas foi bom. Andámos luta, eu acho que mais que aquilo que eu fiz, era impossível! Sem arriscar estragar o carro. Podia tentar ser mais rápido, mas o risco era grande”
AS: E o que é que achaste da prova? Muito público?
Ricardo Teodósio: “Sim, tinha bastante público. Hoje mais do que ontem, porque hoje como choveu quase só de manhã ou muito pouco, tínhamos bastantes pessoas. Ontem à noite tinha muitas pessoas na super especial em Mafra, tinha muita gente. Mas pronto, isto é um espetáculo a céu aberto, e se chover, pois…”
E dos troços, gostas? O que é que achaste do rali nesse aspeto?
Ricardo Teodósio: Gostei, gostei do rali, mas aquele último troço, é muito complicado. É um troço icónico, né? (ndr, sim, o troço fazia a primeira parte do antigo troço de Sintra do Rali de Portugal, e a metade final do troço da Peninha, também do Rali de Portugal) Mas é muito complicado. Mas pronto, é complicado para todos…”
AS: Agora que venha 2026…
Ricardo Teodósio: “Vamos ver o que é que o… se o Pai Natal está aí para 2026, espero que ele seja generoso connosco. Acho que nós fizemos um trabalho excelente este ano, tendo em conta o que decidimos usar durante o ano e o contrato que nós tínhamos com todos os nossos patrocinadores. Acho que cumprimos o objetivo. Não chegamos ao fim a duas provas porque, infelizmente, aconteceram coisas ao carro. Da nossa parte, cumprimos o papel inteiro. Estamos satisfeitos.”
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2 Novembro, 2025 at 19:53
Pois… Sintra / Peninha é de facto complicado… mas icónico!
Depois a questão Hankook vs. Pirelli…
Veremos o que dará 2026!