Kris Meeke vence Rali Terras d’Aboboreira

Por a 27 Abril 2024 18:38

Três ralis, três vitórias de Kris Meeke, que desta feita com Stuart Loudon no Hyundai I20 Rally2 voltaram a vencer e a convencer, fazendo até melhor, ao baterem com grande clareza a armada ‘Mundial’ que veio a Portugal preparar o Rali de Portugal.

Nas entranhas rochosas das Serras de Portugal, onde a majestosa grandiosidade da natureza se ergue em imponentes declives e vales verdejantes, reside a alma das Serras do Marão e Aboboreira onde este fim de semana se realizou o Rali Terras d’Aboboreira. Palcos de excelência, estes guardiões de pedra, foram palco de um espetáculo onde a velocidade se fundiu com a beleza da paisagem, no fervoroso frenesim da terceira prova do Campeonato de Portugal de Ralis que voltou a ter o mesmo vencedor das duas primeiras.

Ao longo das estradas sinuosas que serpenteiam as montanhas, a multidão entusiasta não deu o seu tempo por perdido já que o espetáculo na estrada foi bom, ainda por cima com a presença de vários pilotos mundialistas em preparação para o Rali de Portugal.

O público, fervilhou de emoção, mas não pelo resultado, já que Kris Meeke / Stuart Loudon (Hyundai I20 Rally2) deixaram muito pouca margem não só aos seus adversários no CPR, mas também aos seus colegas mundialistas.

Quando Kris Meeke capotou na qualificação, caindo para um buraco, pensou-se que as coisas podiam ser bem mais complicadas do que nas duas primeiras provas, mas os mecânicos da Sports & You pensavam doutra maneira e foram lestos a reparar o carro a tempo deste não penalizar na entrada do Parque Fechado.

A partir daqui era com o piloto e navegador e desde o primeiro troço que disseram ao que iam.

Antes, a escolha da ordem na estrada, a maioria esqueceu-se de olhar para a previsão meteorológica, pois os estrangeiros que vieram a Portugal acreditavam que era chuva de pouca dura.

Pois enganaram-se, e o que poderia ser um bico de obra para Kris Meeke tornou-se exatamente o contrário, mais um argumento a favor da sua candidatura, que ele tratou de decidir logo à boca da urna.

A primeira sondagem colocou-o logo com 8.9s de avanço para o melhor mundialista, Yohan Rossel / Arnaud Dunand (Citroën C3 Rally2), e na abertura de sábado, mais do mesmo, com o avanço a subir para 20.6s face à mesma dupla.

Só que um furo atrapalhou o irlandês na quarta PEC, e as margens caíram bastante. No fim da manhã Meeke tinha 2.2s de avanço para Rossel e 5.8s para Loubet, mas no primeiro troço da tarde as dúvidas ficavam desfeitas depois de Meeke voltar a colocar o avanço em 13.0s na PEC5, agora para Pierre-Louis Loubet / Loris Pascaud (Škoda Fabia Rs Rally2) que entretanto passara os franceses.

Na penúltima especial a margem subiu para 16.0s e o rali estava ganho, era só chegar ao fim.

Culpados neste processo foram também os pneus, pois os pneus dos homens do CPR são mais macios e adequados para as estradas do Marão e da Aboboreira, pois os duros e mais fortes pneus da Pirelli no WRC não agarravam tão bem à estrada, e a diferença também se fez por aí.

E quanto ao CPR? Bom, à terceira prova só uma hecatombe impede que Kris Meeke seja o vencedor.

Enquanto a história dos estrangeiros poderem ou não ser Campeões de Portugal, se deslinda, provavelmente não tão cedo, Meeke não tem adversários nas contas nacionais.

Armindo Araújo / Luís Ramalho (Škoda Fabia RS Rally2) têm sido sempre segundos, tal como sucedeu nesta prova, e só esses conseguem ter Meeke à vista, e mesmo assim já um bocado longe.

Para lá de Armindo Araújo, os restantes habituais candidatos, vão de mal a pior.

Quem era para terminar em terceiro do CPR se não tivessem desistido no último troço devido a uma enorme vala que se formou no troço e que ‘apanhou’ o Skoda que ficou bem mal tratado especialmente na dianteira, foram Rúben Rodrigues / António Costa (Škoda Fabia RS Rally2), autores de uma grande prova até aí, num rali que desconheciam por completo. Chegaram, viram e andaram ao nível das equipas que disputam os lugares atrás de Kris Meeke e não mereciam o azar que tiveram no último troço.

Fizeram um grande rali, mas tiveram um furo de manhã e com isso rodam cerca de um minuto atrás de Armindo Araújo quando abandonaram. Foi pena.

Quanto a Ricardo Teodósio / José Teixeira (Hyundai I20 Rally2) tiveram problemas elétricos na parte da manhã, estavam em quarto já a mais de dois minutos da frente, mas de tarde quando tentaram andar um pouco mais depressa, tiveram um aparatoso acidente, capotando várias vezes, felizmente sem danos físicos para a dupla embora o mesmo não se possa dizer o mesmo do carro, que ficou bem amassado.

Em termos de campeonato, depois de um 17º em Fafe e um 3º lugar no Algarve, um zero na Aboboreira significa que renovar o título é pouco mais do que uma miragem, embora seja possível, matematicamente, claro.

José Pedro Fontes / Inês Ponte (Citroën C3 Rally2) não fizeram melhor do que um quinto posto em Fafe e um 16º no Algarve. Não pontuam aqui na Aboboreira pelo que a exemplo de Teodósio, também Fontes passa a ver o campeonato ainda muito mais longe.

Numa luta de campeonato que perdeu Miguel Correia este ano, vencedor desta prova há dois anos, as perspetivas são excelentes para Kris Meeke, positivas para Armindo Araújo e sombrias para os restantes favoritos.

Depois duma prova em que foi ganhando confiança aos poucos, Pedro Almeida / Mário Castro (Škoda Fabia Evo Rally2) terminaram na nona posição, terceiros do CPR. Depois de tantos azares nas provas anteriores, já mereciam este prémio. Começaram mal a prova, foram recuperando a pouco e pouco e subiram 10 posições de 19º para nonos, no CPR de 11º para 3º.

Lucas Simões / Valter Cardoso (Ford Fiesta R5 Mk II) fecharam o top 10 à geral, e também eles fizeram uma boa recuperação do nono lugar para a quarta posição final no CPR, depois duma prova em crescendo com vários quintos lugares nos troços no CPR.

Paulo Neto / Nuno Mota Ribeiro (Škoda Fabia R5 Evo) foram 12º, quintos do CPR. Ernesto Cunha / Rui Raimundo (Škoda Fabia R5 Evo), terminaram na 11ª posição, 6º do CPR, estiveram mais irregulares do que no Algarve, mas voltaram a ficar bem classificados.

Rui Madeira / Nuno Rodrigues Da Silva (Ford Fiesta MKII Rally2), tiveram bem mais dificuldades nesta prova, foram 13º da geral.

Ricardo Filipe / Filipe Carvalho (Škoda Fabia R5) terminaram em sétimo do CPR,mas começaram atrasados, fizeram um rali sempre em recuperação, em todos os troços foram subindo na geral.

Hugo Lopes / Magda Oliveira (Peugeot 208 Rally4) confirmaram novo triunfo nas 2RM, Gonçalo Henriques / Gonçalo Cunha (Renault Clio Rally4) acabaram por ficar pelo caminho devido a problemas com a suspensão do Clio, pelo que os segundos classificados foram Sérgio Dias / Bruno Abreu (Peugeot 208 Rally4) com Emanuel Figueiredo / Ricardo Pinto (Peugeot 208 Rally4) no pódio.

Muitos azares e má classificação para Ricardo Sousa / Luís Marques (Peugeot 208 Rally4) e Pedro Pereira / João Aguiar (Peugeot 208 Rally4), Daniel Nunes / José Janela (Peugeot 208 Rally4) abandonou cedo.

Das restantes competições trataremos à parte quando possível.

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2 Comentários
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kanSan27
kanSan27
11 dias atrás

Kris Meeke é de outra galáxia! A Sports&You e correspondente equipa técnica que assiste o Hyundai da dupla britânica, mais uma vez, a demonstrar que estão a um nível competitivo Muito Elevado, ao nível das equipas mundialistas. No que respeita ao CPR, podem gravar o nome do Kris Meeke que bem merece o respectivo titulo…está a um nível muito acima do que dispomos no CPR…Um agradecimento à Hyundai Portugal por nos proporcionar a possibilidade de termos um grande piloto no CPR e um agradecimento muito especial às restante equipas e pilotos por não baixarem os braços perante tamanha diferença de… Ler mais »

Homem_do_Leme
Homem_do_Leme
10 dias atrás

Se dúvidas havia acerca dã rapidez do Kris Meeke acho que estão completamente dissipadas, pois não só levou de vencida os adversário do CPR, como também todos os “mundialistas” presentes! É preciso não esquecer que este piloto saiu do mundial não por falta de competividade, mas sim por excesso de fogosidade que lhe causaram bastantes abandonos/acidentes e foi também uma das “vitimas” do número cada vez menar de equipas a competir no escalão principal dos ralis. Destaque também para o Armindo (sempre muito rápido) e também para o Ruben Rodrigues, que apesar do abandono mostrou e tem demonstrado um andamento… Ler mais »

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