CPR, Rali da Água virou campeonato do avesso: guião by Hollywood, Ação, Drama e Suspense
Num campeonato cheio de desequilíbrios, bastou uma prova para que o guião fosse completamente reescrito. Lei de Murphy para Kris Meeke, vitória de Dani Sordo e liderança de Armindo Araújo no campeonato…
Agora no Rali Vidreiro, o último capítulo deste guião by Hollywood, onde se espera mais Ação, Drama e muito Suspense, mas esperemos que não haja ‘Comédia’ e ‘Western’ como no ano passado…

FOTOS Go Agency/AIFA e ZOOM Motorsport
“Against all Odds…”
Quem diria à partida do Rali da Água – Transibérico Eurocidade Chaves/Verín 2025 que no final teríamos Armindo Araújo na liderança de um Campeonato em que três equipas chegam muito juntas à decisão final, que se dará no Rali Vidreiro.
Dani Sordo (Hyundai) venceu pela segunda vez em 2025, a Kris Meeke (Toyota) tudo correu mal, desde os iniciais problemas de motor, furo, e despiste final causado… pelo furo anterior! A Lei de Murphy ‘chegou-se’ à frente na prova do irlandês e agora o trio vai para o Vidreiro separado por poucos pontos.

Números do CPR: os da estrada ou do TAN?
Quantos? Boa pergunta: Se os resultados de Castelo Branco ‘valerem’, ou não, Armindo Araújo será sempre líder, antes do Rali Vidreiro, mas, tendo em conta os resultados a ‘deitar fora’, o trio da frente tanto pode estar ‘virtualmente’ (os resultados nunca se deitam fora antes do fim) 134-133-132 (Armindo, Sordo, Meeke) como 119-109-108 (Armindo-Meeke-Sordo). Claro que se tirarmos neste momento o pior resultado, a ordem é outra e aí Armindo Araújo fica sempre atrás de Sordo e Meeke ou Meeke e Sordo. E porquê assim? Porque a classificação do Rali de Castelo Branco está suspensa e como chegamos ao Vidreiro, depende da decisão do Tribunal de Apelação Nacional. Note-se que o Rali de Castelo Branco foi a meio de junho. Estamos quase em outubro.

A verdade é que o Rali da Água trouxe emoção até ao último quilómetro e terminou com mais uma vitória de Dani Sordo e Cándido Carrera, em Hyundai i20 N Rally2. A dupla espanhola alcançou o seu segundo triunfo da temporada, desta vez batendo Armindo Araújo e Luís Ramalho (Škoda Fabia RS Rally2) por 25,9 segundos, depois de uma prova em que a regularidade e a experiência voltaram a ser decisivas. O pódio ficou completo com Rúben Rodrigues e Rui Raimundo (Toyota GR Yaris Rally2), que alcançaram a sua primeira subida ao top 3 absoluto no Campeonato de Portugal de Ralis.

A prova transmontana ficou ainda marcada pelos azares de alguns dos principais candidatos à vitória. Kris Meeke (Toyota GR Yaris Rally2) abandonou devido a problemas mecânicos e a uma saída de estrada, enquanto Ricardo Teodósio (Toyota GR Yaris Rally2) foi forçado a parar por falha no motor depois de um tubo do óleo se soltar.
Também Hugo Lopes (Hyundai i20 N Rally2) viu a sua participação comprometida por problemas de caixa de velocidades, quando rodava entre os dez primeiros. Estas desistências acabaram por ter reflexos diretos na classificação, beneficiando sobretudo Armindo Araújo, que garantiu não só a segunda posição no rali, mas também a liderança do campeonato à entrada para o decisivo Rali Vidreiro.

Luta intensa pela vitória
Dani Sordo e Cándido Carrera começaram de forma controlada, sem forçar demasiado nos primeiros quilómetros, mas logo na PEC2 assumiram a liderança que não mais largariam, aproveitando, claro, os problemas de motor do Yaris de Kris Meeke.
Apesar de um furo lento no segundo dia, conseguiram manter sempre uma margem minimamente confortável, respondendo sempre aos ataques de Armindo Araújo. O piloto português, por sua vez, apostou em imprimir ritmo forte e chegou a reduzir a diferença em alguns momentos, mas acabou por terminar a quase meio minuto do espanhol, saindo do rali com a satisfação de somar pontos cruciais para o campeonato, que agora lidera.

Atrás da dupla da frente, Rúben Rodrigues e Rui Raimundo realizaram uma prova consistente e sólida, rodando sempre no grupo dos mais rápidos e beneficiando do abandono de Teodósio para segurar um lugar no pódio.
O terceiro posto representou o melhor resultado de sempre da dupla no CPR. Logo atrás, José Pedro Fontes e Inês Ponte ficaram muito perto de estragar a festa, terminando a apenas 2,3 segundos do Toyota de Rodrigues, depois de uma ponta final ao ataque.

Também Pedro Meireles e Mário Castro foram protagonistas de uma prova de recuperação. Após um início mais discreto, conseguiram impor um bom andamento na fase final e garantiram o quinto lugar absoluto, superando a concorrência direta de João Barros, que acabaria por desistir. Mais atrás, Diogo Marujo e Jorge Carvalho confirmaram a sua evolução ao volante do Škoda Fabia R5 Evo e igualaram o melhor resultado de sempre no CPR com a sexta posição final.
Destaques no top 10
O top 10 ficou ainda marcado pela excelente exibição de Rafael Rego e Ana Gonçalves, que não só venceram de forma convincente entre as duas rodas motrizes como levaram o Peugeot 208 Rally4 ao sétimo lugar absoluto. Adruzilo Lopes e Vítor Hugo colocaram a experiência ao serviço da fiabilidade e terminaram em oitavo, assegurando também a vitória no Campeonato Promo de Ralis, enquanto Paulo Neto e Carlos Magalhães alcançaram o nono posto graças à consistência ao longo de toda a prova, numa prova que serviu para espantar os ‘fantasmas’ do Rali da Madeira, onde o piloto teve um forte acidente.
A fechar os dez primeiros, Guilherme Meireles e Pedro Alves recuperaram, depois de um início atribulado e garantiram não só o décimo lugar absoluto, mas também o triunfo no CPR 2RM.
Emoção nas duas rodas motrizes
A luta nas duas rodas motrizes foi outro dos pontos altos da prova. Guilherme Meireles e Pedro Alves tiveram um arranque difícil, com problemas de direção logo nos troços iniciais, mas souberam reagir e lançaram uma recuperação notável que lhes deu a vitória no CPR 2RM (Rafael Rêgo não está inscrito no CPR 2RM).
Atrás deles, Pedro Silva e Pedro Santana subiram de forma consistente na classificação e assinaram um ataque final de grande nível, terminando a apenas 2 segundos de Anton Korzun e Pablo Kononov, que ficaram em terceiro após liderarem durante boa parte do rali.
Henrique Moniz e Jorge Diniz rodaram sempre entre os mais rápidos da categoria, mas um capotamento na Power Stage comprometeu as suas aspirações, obrigando-os a contentar-se com o quarto lugar. Já Ricardo Sousa e Luís Marques não tiveram ritmo para acompanhar os da frente, condicionados por receios de problemas mecânicos, mas ainda assim asseguraram o quinto posto.
Jovens em evidência
No CPR Júnior, Rafael Rego e Ana Gonçalves foram claramente a dupla mais forte, dominando de forma absoluta e deixando para trás Guilherme Meireles e Pedro Alves, que fecharam em segundo sem nunca conseguir igualar o ritmo do vencedor. O pódio ficou completo com Francisco Custódio e Paulo Marques, regulares, mas distantes dos dois primeiros.
Também no FPAK Júnior Team a luta foi animada, com Pedro Câmara Jr e João Câmara a confirmarem o favoritismo após um susto no shakedown. A dupla assumiu cedo a liderança e geriu com autoridade até final, alcançando a segunda vitória consecutiva. Luís Mendes e Diogo Costa também mostraram consistência, mas não conseguiram acompanhar o ritmo imposto pelos líderes, ficando no segundo posto da formação federativa.
Decisão adiada para o Rali Vidreiro
Com os abandonos de Kris Meeke, Ricardo Teodósio e Hugo Lopes, e com a vitória de Dani Sordo, o grande vencedor a nível de campeonato acabou por ser Armindo Araújo. O piloto do Škoda Fabia RS Rally2 reforçou a sua candidatura ao título e chega ao Rali Vidreiro, última prova da época, como líder da classificação absoluta. O desfecho da temporada promete ser de cortar a respiração, com vários pilotos ainda na luta e um título nacional que só será entregue na Marinha Grande.

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Luis Fernandes
21 Setembro, 2025 at 14:54
rali minhoto?