Bruno Magalhães vence CPR no Rali da Madeira

Por a 7 Agosto 2021 21:31

Bruno Magalhães ‘venceu’ a prova do CPR inserida no Rali Vinho Madeira, depois de bater José Pedro Fontes por 21.3s. Bernardo Sousa brilhou, Armindo Araújo e Ricardo Teodósio voltaram a não conseguir um bom resultado na Madeira.

Já é quase cíclico. Com o passar dos anos e com algumas honrosas exceções, há provas, nas quais ‘este’ Rali Vinho Madeira’ é um excelente exemplo, em que o ‘filme’ se repete. Ainda que com um argumento distinto, Armindo Araújo e Ricardo Teodósio continuam a mostrar que o Rali da Madeira é uma prova complicada para ambos, e Bruno Magalhães e José Pedro Fontes, reconfirmam que neste rali o protagonismo é seu.

Foi assim em 2020, quando Bruno Magalhães bateu José Pedro Fontes por pouco mais de 20 segundos, com Armindo Araújo e Ricardo Teodósio a terem provas complicadas, foi assim em 2019, com Bruno Magalhães a bater José Pedro Fontes, e com Armindo e Teodósio a ficar para trás. A história por vezes, repete-se e este ano não foi exceção.

Na antevisão que fizemos deste rali, escrevemos que, com o campeonato a chegar a meio, ou os dois da frente se destacavam ainda mais ou Bruno Magalhães e José Pedro Fontes aproveitavam para encurtar distâncias. E foi exatamente isto que aconteceu.

Apesar do seu ‘armamento’ estar aquém dos adversários há algum tempo, Bruno Magalhães e Carlos Magalhães mostraram que na Madeira a valia da dupla ainda se sobrepõe a tudo o resto, e ao contarem com um carro exemplar, e muito bem afinado, tiveram condições para ‘vencer’ no CPR. Não temos a mais pequena dúvida que se há piloto que se pode bater de igual para igual na Madeira com Alexandre Camacho, Miguel Nunes e Pedro Paixão, é Bruno Magalhães, e se o contexto o permitir, no próximo ano, podemos tirar essa ilação. Mesmo com um carro ao nível dos Skoda desses pilotos não será fácil, mas se há alguém que é capaz, é Bruno Magalhães. Não é por acaso que tem quatro triunfos na Pérola do Atlântico.

Boas lutas

Tal como sucedeu à geral, a luta no CPR foi interessante. A liderança mudou de mãos quatro vezes, logo na fase inicial do rali, Bruno Magalhães recuperou a dianteira na PE5 para não mais largar até final, apesar de inicialmente pressionado de perto pelos adversários. Aqui, convém referir que apesar de Armindo Araújo não ter conseguido um bom resultado na Madeira, foi ele que pressionou fortemente Bruno Magalhães.

No final da PE6, Araújo estava a 10 segundos do piloto da Hyundai, a margem subiu para 11.1s na PE8, mas a partir daí, ou seja no segundo dia de prova, Armindo Araújo entrou completamente ao ataque e decidido a levar a melhor. Foi reduzindo a margem para Bruno Magalhães, 8.2, 5.6s, 2.8s, Bruno reagiu e recolocou em 4.1s na PE12, mas na PE13, azar para o piloto do Skoda, que furou, acabando aí todas as esperanças de um bom resultado. Ou seja, o desfecho foi o mesmo de outros ralis na Madeira, mas a luta que deu foi bem diferente.

Boa exibição de José Pedro Fontes, que bem tentou, sem conseguir levar a melhor do ‘seu’ piloto, numa prova em que a Sports & You leva consigo os dois primeiros lugares. Bernardo Sousa e Victor Calado (Skoda Fabia R5) terminam em terceiro depois de passarem Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia Rally2 evo) na derradeira especial.

Armindo Araújo e Luís Ramalho (Skoda Fabia Rally2 evo) terminam em quinto, mas mantêm a liderança do campeonato, que chega agora a meio. Ricardo Teodósio perdeu uma posição no derradeiro troço e uma oportunidade de recuperar mais alguns pontos a Armindo Araújo.

Curiosamente, com estes resultados, as principais posições do campeonato não mudam, mas as diferenças pontuais atenuam-se bastante em alguns casos. Ricardo Teodósio está agora apenas a quatro pontos de Armindo Araújo, quando trazia sete de atraso antes desta prova. Bruno Magalhães está agora a 12 pontos de Teodósio e a 16 de Armindo Araújo.

Se o novo carro que aí vem, for o que se espera dele, podemos esperar também muito do piloto da Hyundai que com o ‘velhinho’ i20 R5 tem vindo a fazer das tripas coração para andar o mais possível perto da frente. Quatro provas, dois triunfos de Armindo Araújo, um de Ricardo Teodósio, a abrir e agora outro de Bruno Magalhães…

Filme do rali

Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Hyundai I20 R5) não teve uma vitória fácil. Acertou nas afinações do i20 R5 e a sua boa ligação às estradas madeirenses fizeram o resto. Não arriscou nada nas escolhas de pneus da manhã do primeiro dia, chegou ao final da manhã em segundo, mas na PE5 chegou à liderança e não mais a perdeu.

Armindo Araújo entrou melhor no segundo dia, recuperou-lhe tempo, na PE12 queixou-se de problemas na bomba de combustível, apesar de ter aumentado a margem para Armindo Araújo de 2.8s para 4.1s. Os problemas foram só um susto, até porque logo a seguir Armindo chegou furado ao final do troço e aí passou a ter 8.4s de avanço para José Pedro Fontes. Faltavam três troços e Fontes já não conseguia atacar.

Quanto a José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 R5), fizeram um rali sempre a ganhar posições, mas lentamente.

Um furo lento e 8.1s a voar na última especial da manhã do primeiro dia, afastou-os um pouco, mas nunca desistiram de lutar. Chegaram a estar a 5.2s dos líderes na PE11, mas depois já não conseguiram recuperar e perto do fim preferiram resguardar a posição, terminando em segundo do CPR.

Tendo em conta o contexto, grande rali de Bernardo Sousa/Victor Calado. Perderam muito na fase inicial do rali com uma escolha de pneus demasiado arriscada, que se resultasse lhes poderia ter dado uma vantagem enorme. Correu mal, mas depois daí recuperaram. Aqui e ali um erro, como o pião na PE8, mas o que queremos destacar é o facto de nunca desistir de tentar. E isso valeu-lhe ganhar uma posição no difícil último troço para onde entrou a 6.4s de Ricardo Teodósio. Ganhou-lhe 9.2s e com isso terminou no pódio do CPR.

Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia R5 Evo) foram quartos e voltaram a não conseguir um bom resultado na Madeira, prova que é habitual ser complicada para si. Apanhou diversos sustos durante a prova porque nunca atirou a toalha ao chão. Lutou, terminou o primeiro dia em quarto a 23.0s da frente. Troços com condições variáveis são difíceis para si, pois perde a confiança facilmente. Depois de ter apanhado “alguns cagaços” como confessou à Antena 3 Madeira, e foi assim até final, perdendo uma posição para Bernardo Sousa a fechar o rali.

Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia R5 Evo) terminaram em quinto, e o destaque da sua prova vai para a pressão que estava a ‘meter’ em Bruno Magalhães antes do furo que lhe acabou com as esperanças de um bom resultado na Madeira.

Miguel Correia/António Costa (Skoda Fabia R5 Evo) pagaram este ano o preço de terem desistido neste mesmo rali logo na PE1, o ano passado. É um rali muito técnico, em que é preciso experiência e conhecimento para se andar mais depressa e é neste tipo de provas que ainda se percebe o caminho que o jovem piloto tem de percorrer.

Desta feita cumpriu o rali todo e temos a certeza que para o ano vamos vê-lo fazer um Rali da Madeira bem melhor. Terminou em sexto a 2m15.8s de Bruno Magalhães. Na Aboboreira deixou o piloto da Hyundai a 18.3s…

Paulo Neto/Vítor Hugo (Skoda Fabia R5) fizeram o rali esperado, terminaram em sétimo a quase sete minutos da frente.

A cada ano que vão à Madeira, melhoram um pouco, mas este ano a prova foi bem mais difícil devido às condições climatéricas, o mesmo se pode dizer de Paulo Caldeira e Ana Gonçalves, que melhoraram este ano o resultado conseguido o ano passado nesta mesma prova.

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