Balanço da temporada no WRC2: Cinco vencedores em seis ralis

Por a 17 Junho 2015 14:29

No WRC2, até este momento realizaram-se seis provas, que tiveram cinco vencedores distintos, sendo que o único repetente foi Nasser al-Attiyah, que triunfou no Rali de Portugal depois de ter ganho no México. Os outros, Stephane Lefebvre venceu o Monte Carlo, Jari Ketomaa impôs-se na neve sueca, Abdulaziz Al-Kuwari venceu na Argentina e agora na Sardenha foi a vez de Yuriy Protasov triunfar, resultados que redundam num bom equilíbrio nesta interessante competição que passa a contar com adversários de peso, os homens da equipa oficial da Skoda com os Fabia R5. Nasser Al-Attiyah lidera a competição com 60 pontos, apenas mais três que o regular Abdulaziz Al-Kuwari, que soma 57. Rápido, mas bem menos consistente, veja-se o forte acidente no Rali de Portugal, está o finlandês Jari Ketomaa, que tem 55 pontos. A grande exibição de Yuriy Protasov na Sardenha permite-lhe somar já 47 pontos, enquanto o vencedor da primeira prova do ano, Stephane Lefebvre, tem apenas 35 pontos. É desta competição que vão sair os ‘senhores que se seguem’ no WRC, pelo que é importante segui-los com atenção. Como se sabe, as coisas não estão a correr muito bem a Bernardo Sousa, que tanto no Rali de Portugal como agora na Sardenha teve demasiados problemas no carro que lhe permitissem mostrar algum serviço. Caso a mecânica do Peugeot contribua, certamente o veremos a lutar pelos lugares da frente desta competição. Recordemos como tudo se passou até aqui.

Monte Carlo: Lefebvre impressiona

Não tem o nome próprio de ‘Sébastien’ mas todos o começam a apontar como o mais provável sucessor de Loeb e Ogier daqui a alguns anos. Depois de o ano passado ter vencido o WRC3 e aos 22 anos, Stéphane Lefebvre alcançou em Monte Carlo a sua primeira vitória no WRC2, batendo o bem mais experimente Craig Breen, num Peugeot 208 R5 por 2m14,0s. O piloto da PH Sport e do Citroën DS3 R5 avançou para o comando da competição logo na primeira especial de onde já não saiu até ao final mas apenas a partir da 12º troço pode respirar de alívio, após Martin Koci ver partir-se uma transmissão do Ford Fiesta R5 e ficar apenas com tração traseira. Com a sua primeira vitória no WRC2, o protegido de Loeb deu também o primeiro triunfo à Citroën no concorrido universo dos R5 em provas do Mundial, mesmo só vencendo uma classificativa ao longo de todo o rali. Quem mais venceu troços foi Eric Camilli, num Ford Fiesta R5, que foi o mais rápido em seis especiais, contra três de Julien Maurin, duas de Craig Breen e uma de Martin Koci e outra de Lefebvre. Sem vitórias em especiais, mas bastante regular, o veterano Armin Kremer (Skoda Fabia S2000) terminou em terceiro, a 13,0s de Breen, enquanto Camilli (que perdeu muito tempo com um furo) e Jonathan Hirschi (Peugeot 208 R2) completaram o top 5.

Suécia: Vingança de Ketomaa no WRC2

Jari Ketomaa vingou a derrota do ano passado no WRC2 quando perdeu a prova por 2,3s para Karld Kruuda, naquela que foi a última vitória de um S2000 nesta competição. Este ano, o finlandês apoiado pela DMack só precisou de ser o mais rápido em cinco especiais para averbar a sua primeira vitória no WRC2 e se firmar como um dos principais candidatos ao título. Saltando para a liderança na PE 2, o piloto do Fiesta R5 não descolou do primeiro lugar, terminando a gerir uma margem relativamente confortável de 32,6s sobre Eyvind Brynildsen que perdeu algum tempo no Dia 3 quando deixou desligar-se o Fiesta RRC. Nessa altura, Pontus Tidemand chegou a segundo (depois de ser o primeiro líder da prova) mas foi sol de pouca dura pois na sétima especial estragou a sua prova com uma saída de estrada onde perdeu mais de cinco minutos. Ainda assim, o sueco foi quem mais especiais venceu (10), o que lhe permitiu recuperar e terminar ainda em quinto, atrás do MINI Cooper S2000 de Valeriy Gorban (que completou o pódio) e do Fiesta RRC de Yazeed Al-Rajhi que foi quarto.

México: Nasser vence jogo de paciência

Nasser Al-Attiyah regressou ao WRC2 e fê-lo logo com uma vitória impondo o Ford Fiesta RRC com uma margem considerável de quase oito minutos face ao peruano Nicolas Fuchs que nunca esteve na luta pelo triunfo. Contudo, a vitória do piloto qatari só começou verdadeiramente a desenhar-se depois Yuri Protasov ter uma sair de estrada na 15ª das 21 especiais, quando danificou o radiador do seu Ford Fiesta R5 que sobreaqueceu e precipitou o abandono da etapa, numa altura em que o piloto ucraniano parecia ter o rali controlado, com uma sólida vantagem de 31,4s sobre Al-Attiyah. Daí em diante, o campeão do WRC2, só teve que gerir o cronómetro e a ansiedade para marcar o seu primeiro triunfo do ano nesta competição que confirma a candidatura à revalidação do cetro. Para o popular Nasser, que se estreou no WRC 2 com Matthieu Baumel como navegador, “tivemos uma boa luta durante todo o fim de semana mas fomos muito inteligentes. As condições era difíceis e usei a ‘cabeça’”. Foi essa, afinal, a chave da vitória pois, em termos práticos, Al-Attiayah foi menos produtivo que Protasov, vencendo sete troços contra 12 do piloto do Fiesta R5 e chegou até a não evitar um pião. Fora desta luta, Fuchs chegou a perder dois minutos com um furo no Fiesta R5 e a descer para o quarto posto mas o atraso de Protasov e os problemas com uma transmissão que afetaram o também o Fiesta R5 de Jari Ketomaa reencaminharam-no para o segundo posto, 21,2s à frente de Ketomaa e 34,6s de Abdulaziz Al-Kuwari, que colocou o Fiesta RRC na quarta posição, à frente do desolado Protasov. Deste grupo de pilotos, Ketomaa era quem tinha mais razões para sorrir à saída do México já que o piloto da DMack se isolou no comando do campeonato, com 15 pontos de vantagem sobre Al-Attiyah e Stéphane Lefebvre que, tal como na Suécia, terminou a prova mais cedo com o DS3 R5 fora de estrada.

Argentina: O resistente Abdulaziz al Kuwari

Esta foi daquelas provas em que simplesmente resistir pode significar vencer! Foi o que sucedeu com o catari Abdulaziz al Kuwari, que não triunfou numa única especial durante os quatro dias de rali, mas evitou bem os problemas que afetaram os seus rivais, e por isso levou o seu Ford Fiesta RRC perfeitamente intacto para Villa Carlos Paz com 2m48.5s de vantagem face ao paraguaio Diego Dominguez. Quando no final da segunda especial do rali,o futuro vencedor já estava com um avanço de 1m34.7s face ao piloto que terminou o rali na segunda posição, está tudo dito quanto à competitividade da prova: „Foi um dos mais duros ralis que fiz na vida. Aprendemos a ser espertos, e na verdade guiei como um taxista“. O triunfo de Al-Kuwari desenhou-se logo no segundo troço quando Jari Ketomaa aterrou de um salto batendo com uma roda numa pedra, e furando. Yuri Protasov saiu da segunda especial com 45s de avanço face a Kuwari, mas foi penalizado duas vezes, depois de ter chegado ao fim do troço em três rodas, e posteriormente ter rodado numa estrada reservada a pedestres. O CCD não perdoou (ler em separado) e penalizou-o em 15 minutos. O russo venceu quase todas as especiais, mas com as penalizações terminou apenas em quarto. No lugar mais baixo do pódio terminou Jari Ketomaa. O finlandês distou mais de 12 minutos de Al-Kuwari devido a problmas de problemas com a direção assistida e um furo. Contudo, curiosamente, dilatou a margem no campeonato para 18 pontos. Foi também protagonista de uma situação que causou frisson, quando no final da quinta especial os travões do seu Ford Fiesta R5 falharam e passou pelo stop e só parou num local secreto da FIA para controlo de pneus.

Portugal: Al-Attiyah triunfa

Nasser Al-Attiyah tornou-se o primeiro piloto a bisar esta temporada no WRC2, ao triunfar no Vodafone Rally de Portugal nesta categoria, mesmo se isso não foi suficiente para desalojar Jari Ketomaa da liderança do campeonato. O piloto do Ford Fiesta RRC, que se estreou com pneus Pirelli, foi o primeiro líder mas começou por ter que se bater Karl Kruuda que foi o adversário mais pressionante até final do Dia 2. Só que o estónio ficou retido no pó de um concorrente que partia à sua frente e enfrentando também problemas de turbo, que acabaria por fazer com que perdesse dois minutos e caisse para sexto. Assim, Al-Attiyah regressou à liderança à sexta especial (Caminha 2) e de lá mais não saiu, mantendo com os dois Skoda Fabia R5 um interessante jogo do ‘gato e do rato’, no qual levaria a melhor. De trás para a frente, Lappi iniciou o rali sem grande ritmo mas a meio da prova já se tinha tornado numa sombra ameaçadora do Fiesta de RRC com Skoda Fabia R5 que começava a mostrar o que valia. Na derradeira etapa, ainda pressionou ferozmente o piloto qatari, mas este não cedeu ao jogo da pressão e ficou mesmo com a vitória final depois de vencer sete troços (contra cinco de Lappi, dois de Kruuda e um de Yazeed Al-Rajhi). Pontus Tidemand, no segundo Fabia R5, ainda se aguentou na segunda posição durante três especiais, mas não resistiu ao ascendente de Lappi, terminando a 25,8s do seu companheiro de equipa, naquela que foi uma excelente operação de charme na estreia do Fabia R5 que já começou a convencer.

A contenda pela quarta posição entre Stéphane Lefebvre e Julien Maurin também se arrastou até final, com o francês do Ford Fiesta R5 a bater o seu homólogo do DS3 R5 na penúltima especial, tirando partido do facto de ter os pneus em melhores condições já depois deste ter tido na fase inicial problemas de sobreaquecimento no carro francês.

Num rali que contou com 28 equipa adstritas ao WRC (das quais quase metade tinha pretensões a lutar pelas primeiras posições) Jari Ketomaa foi também um dos protagonistas já no último dia quando voou e aterrou de lado no salto da Pereira, em Fafe, e obrigou à interrupção do troço, numa altura em que o piloto finlandês da Fiesta R5 da DMack já pouco tinha a ganhar pois encontrava-se a 5m20s de Abdulaziz Al-Kuwari, que terminaria, no final, a prova em sexto.

Sardenha: Protasov bate Andreucci ao segundo

Com sete vencedores de troços diferentes e seis mudanças de comandante teria sido difícil que o WRC2 tivesse tido mais animação, numa jornada que juntou 26 equipas. Yuriy Protasov foi último a aquecer a ‘cadeira do poder’ mas a ela só chegou, com o seu Fiesta RRC, nos últimos três troços, depois de daí desalojar Paolo Andreucci, o veterano piloto do Peugeot 208 T16, que vendeu cara a derrota pela magra diferença de 5,6s. Por três vezes, o italiano se apoderou da liderança, mas não conseguiu tê-la na mão quando ela era mais importante, não resistindo à ascensão do ucraniano que no início do rali chegou a rodar em 22º e que a três especiais do fim, ainda sofreu um furo, mas cuja ponta final revelou um ritmo indiabrado, que o comandante do campeonato italiano não conseguiu acompanhar, depois de partir para o último troço com uma desvantagem de 0,5s! No terceiro lugar, acabou por ficar o melhor Skoda oficial, com o regressado Jan Kopecky, que ainda sofreu uma penalização de 1m40s. Isto depois de Esapekka Lappi, seu colega de equipa, ter sido um dos grandes animadores do início do rali, que comandava quando se despistou na sétima especial. Abdulaziz Al-Kuwari e Nasser Al-Attiyan (ambos em Fiesta RRC) fecharam o Top 5, o que lhes permitiu, ainda que pela ordem invertida, passarem a ocupar os dois primeiros lugares do campeonato do WRC2.

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