A desilusão Mikko Hirvonen

Por a 13 Julho 2013 12:08

O ano passado, quando se conheceu oficialmente o futuro de Sébastien Loeb, anunciando um programa em part-time para 2013, esse facto conferiu de imediato ao seu colega de equipa Mikko Hirvonen o estatuto de primeiro piloto da Citroën. Contudo, o finlandês não tem conseguido responder a esse estatuto, conseguindo a ‘proeza’ de, com sete provas disputadas, estar classificado no campeonato atrás de Sébastien Loeb que cumpriu apenas três. Há muitas razões para o sucedido, e a principal é que a Citroën só parece ser a mesma equipa do ano passado quando Loeb está em prova.

A verdade é que na Citroën, mesmo antes do anúncio do WTCC, continuava a não dar indicações claras quanto a uma estratégia de pilotos dentro da própria equipa. E cada vez deverá haver menos. Por isso, tudo indica que Mikko Hirvonen perdeu a grande oportunidade da sua carreira com a saída de Loeb, também porque isso coincidiu com as indefinições na Citroën, a vinda de um patrocinador para colmatar o desinvestimento dos franceses e pior que tudo, uma Volkswagen absolutamente imparável.

Há meses dizia-nos que “O momento mais alto da minha carreira está ainda por acontecer, com a conquista do título de Campeão do Mundo e espero que esse momento chegue já no próximo ano (2013). Como se prova agora, isso está muito longe de suceder, e o que se vê é um piloto que aparenta estar já na curva descendente da sua carreira.

Natural de Kannonkoski, cerca uma centena de quilómetros a norte de Jyväskylä, Hirvonen recordava-nos o ano passado que “os ralis sempre fizeram parte da minha vida. Na verdade, não tive que optar entre os ralis e outros destinos, porque nunca coloquei outra hipótese. Não sofri qualquer tipo de pressão para o fazer, simplesmente fui crescendo com o objectivo de pilotar sempre presente na minha mente”.

Um ídolo chamado Markku Alen

Do naipe de finlandeses voadores que davam então cartas no Mundial de Ralis, Hirvonen revela que “admirava e seguia os feitos de todos os meus compatriotas. A Finlândia tem uma longa tradição de excelentes pilotos e grandes conquistas. No entanto, não escondo que o meu preferido era Markku Alen. Admirava o seu carácter e a sua forma de conduzir”. No último Rali da Finlândia, Mikko assinalou uma década de presença no Mundial de Ralis. De 2002 para cá, reconhece que “a modalidade evoluiu, mas não de forma tão revolucionária como nas décadas anteriores, marcadas pela geração dos Grupo B ou a drástica mudança para os carros de Grupo A. De títulos, não tem muito para dizer: “Nunca esquecerei os títulos de construtores que ajudei a Ford a conquistar, a minha primeira vitória, na Austrália em 2006 ou a vitória na Finlândia em 2009, perto da família e de todos os amigos. Nesse ano, vivi também o pior momento destes dez anos, quando perdi o título por um singelo ponto. Só pensava no que poderia ter feito diferente ao longo do ano para somar os míseros pontos que faltavam para ter sido campeão, mas a competição é assim”.

O binómio Loeb/Citroën

Durante os anos em que conduziu para a marca da oval, o finlandês não esconde que “por vezes era frustrante competir contra o poderio da Citroën. Mas ao mesmo tempo, orgulho-me das vezes em que um jovem como eu, em início de carreira, conseguia desafiar um monstro chamado Citroën e obrigava Loeb a guiar no limite para me vencer. Desse ponto de vista, era gratificante”. E por falar em Loeb, depois de vários anos de luta, são hoje colegas de equipa, sendo por isso expectável que Hirvonen conheça melhor as razões do inigualável sucesso do piloto da Alsácia. Na sua opinião, “não há propriamente um segredo. Ele continua a ser incrivelmente rápido e, acima de tudo, extremamente consistente. Mantém o ritmo troço após troço. Os seus adversários também são rápidos, mas numa ou noutra classificativa menos talhada para as suas características de condução, acabam por perder 3 ou 4 segundos para, o que os impede de chegar à vitória. Obviamente, a equipa também justificava grande parte desse sucesso, já que conseguiu construir um DS3 WRC bastante rápido e fiável. Quando aqui cheguei, fiquei espantado com o tempo que é dedicado a analisar dados, a atenção dada a cada detalhe e com a forma como engenheiros e mecânicos trabalham em conjunto para definir pontos de melhoria, sempre com o objetivo de tornar o carro mais simples e fácil de conduzir”.

Neste momento já se percebeu que nem Mikko Hirvonen nem Dani Sordo conseguem dar a volta à situação, e depois de tantos anos na ribalta, o que há muito se desconfiava, é cada vez mais certo. Sem Loeb e com uma Volkswagen assim, a travessia do deserto de Hirvonen e da Citroën vai ser grande. Mesmo podendo vencer aqui e ali (provavelmente já na Finlândia) nada será como até ao final de 2012.

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