«Decisões dos campeonatos passam pelo Estoril»

Por a 13 Setembro 2007 15:22

Em entrevista, Domingos Piedade, Presidente do Conselho de Administração do Circuito do Estoril, explica as apostas na juventude, da boa relação do Circuito com a Dorna, a nova data do Grande Prémio de Portugal de 2008 e levanta um pouco o véu em relação ao futuro.

O Circuito do Estoril tem apostado fortemente no MotoGP nos últimos anos; que tipo de esforços foram levados a cabo para este ano termos duas provas de suporte, sendo uma delas a Red Bull MotoGP Rookies Cup?

Temos investido muito na juventude. O apoio ao Miguel Oliveira é disso bom exemplo e é algo que foi acertado com a Dorna. É importante fazer mais provas num grande palco, no melhor de todos, como é o caso de um Grande Prémio. É nestas situações que os pilotos se podem mostrar com mais projecção. Tinha de ser assim, não podia ser de outra forma. Foi também por isso que recebemos a possibilidade de termos a Red Bull MotoGP Rookies Cup entre nós de braços abertos.

O que se espera em termos de público, números semelhantes aos do ano passado?

Estamos com indicadores muito positivos em termos de público. Neste momento estamos ao nível do ano passado, o que nos deixa muito satisfeitos, afinal de contas tivemos casa cheia, um recorde absoluto de público. Podemos ter este ano várias decisões em termos de Campeonato no Estoril: piloto, equipa, construtor e fabricante de pneus. No ano passado a decisão limitava-se ao Campeonato de Pilotos.

Não é muito usual termos a possibilidade de ver um Campeonato do Mundo decidir-se a quatro provas do final, que é o que acontece este ano no Estoril. Mas a verdade é que é um grande chamariz para o público, mais que isso, e citando o João Pinto, do Porto, “prognósticos só depois do jogo!”

Nos últimos anos temos assistido a algumas iniciativas com o propósito de colocar um piloto português no Campeonato do Mundo, quando é que tal poderá ser uma realidade?

Além do Ivo Relvas, o nosso wild card nas 125cc este ano, considero que para termos um piloto nacional no Campeonato do Mundo é necessário um esforço coordenado de todas as partes interessadas; Secretaria de Estado do Desporto, FNM, FIM e próprio Circuito do Estoril enquanto palco do Mundial de MotoGP. Só com este esforço conjunto poderemos encontrar a via para termos um, ou mais pilotos portugueses no Campeonato do Mundo de MotoGP.

O início terá sempre de ser feito pelas categorias de iniciação, mas com as alterações de regulamento nas classes que levam ao MotoGP, um pouco à semelhança do que acontece na Fórmula 1 com a GP2, podemos mesmo sonhar com um piloto na categoria rainha no futuro.

É muito importante para o país por uma série de motivos, começando logo pelo público. Os portugueses apoiam fortemente os seus desportistas, veja-se os casos do Pedro Lamy, do Tiago Monteiro, das Selecções de Basquete e de Raguebi, ou o Triatlo, e estou certo que se tivéssemos um piloto nacional no Mundial a resposta do público seria exponencialmente maior.

Basta ver que os jornais desportivos estão a dar cada vez mais espaço a outras modalidades que não o futebol.

Para o ano o Grande Prémio de Portugal volta a mudar de data, a que se deve tal situação?

A mudança de data surgiu na sequência da saída da Turquia. Era um interesse nosso, mas é claro que foi tudo feito em concordância com a Dorna, em especial com o Director Executivo Carmelo Ezpeleta, com quem temos excelente relação de amizade há mais de 30 anos.

Inicialmente estava previsto para dia 20 de Abril, mas como coincidia com o Estoril Open abordámos a Dorna, a Federação Nacional de Motociclismo e a Federação Internacional de Motociclismo que nos deram o aval para a o Grande Prémio de Portugal de 2008 se disputar a 13 de Abril. Temos todos um excelente relacionamento, e no final de contas não queríamos sobrepor dois grandes eventos nacionais e temos consciência que era mais fácil mudar a data de uma prova de três dias, do que a de outra com mais de uma semana de duração.

Porque é que o GP de Portugal se tem disputado sempre em alturas tão importantes, depois de Jerez, antes de Valência e, como é mais habitual, antes da ronda asiática? Trata-se de uma aposta do Circuito do Estoril?

A importância de ser a primeira ou a última prova do ano, marcar a despedida da Europa rumo à Ásia ou qualquer situação desse género não é o ponto fulcral. O que é verdadeiramente importante é termos uma prova bem organizada e a ajuda do tempo – que hoje em dia é uma verdadeira lotaria, veja-se o que aconteceu em Misano há duas semanas. Era Agosto e estávamos na Riviera Italiana…

Além de 2008, até quando é que vamos contar com o Campeonato do Mundo de MotoGP no Circuito do Estoril?

Demos início ao processo de negociações para prorrogação do contrato por mais três anos, até 2011. Foi uma proposta apresentada pelo próprio Carmelo Ezpeleta e que nos coloca em pé de igualdade com os mais importantes Grandes Prémios do Campeonato do Mundo, também eles já com três anos de contrato.

Além disso, é mais uma grande mostra de confiança no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Circuito do Estoril não só este ano, mas nos anteriores também. Falaremos a seu tempo com o Turismo de Portugal, o nosso principal patrocinador tanto no Moto GP, como mesmo em regime permanente no Circuito.

Há possibilidade dos Testes Oficiais de MotoGP regressarem ao Estoril como aconteceu noutros anos?

A questão dos testes não é tão linear assim, é preciso ter em conta que a FIM e a IRTA estão a tentar conter os custos e preferem ter um circuito oficial de testes na Europa e deixar um pouco a cargo das equipas as sessões de trabalho de pré época em circuitos fora do Velho Continente.

É claro que já fomos palco de testes oficiais da IRTA, mas para tal voltar a acontecer neste momento temos de entrar em concorrência com Jerez, mas note-se, tal não significa que não se possa dividir o mal pelas aldeias.

Temos projectos a muito curto prazo de gestão do autódromo onde há uma série de incentivos culturais, turísticos, hoteleiros e gastronómicos, além da partilha de custos de viagens. Estou em crer que tudo isto em conjunto poderá dar azo a parcerias entre circuitos, equipas, construtores e fabricantes de pneus que podem ser bastante interessantes.

Depois do rescaldo do bwin.com Grande Prémio de Portugal teremos reuniões com o nosso principal accionista, a Parpública, bem como com a Câmara Municipal de Cascais, não só para definir a estratégia para os planos de privatização e gestão do Circuito do Estoril, mas que também deverão levar à concretização e formalização de alguns dos nossos planos e, ao mesmo tempo, provocar grande dinamização do Concelho de Cascais.

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